Aplicação da eletroestimulação transcutânea da medula espinhal (etme) em doentes neurológicos t3-l3 de grau 0

• Autor(a) principal: Fonseca, Bárbara Sofia Simões
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9129
• topic: Lesão medular T3-L3; Cão; Doente neurológico de grau 0; Propriedades da medula espinhal; Funcionalidade; Padrão locomotor de flexão/extensão; Eletroestimulação transcutânea da medula espinhal

As lesões medulares toracolombares (T3-L3) são muito frequentes em cães e resultam na perda permanente ou temporária da função motora, sensorial e autónoma caudalmente ao nível da lesão, o que se traduz num prognóstico mais reservado, nomeadamente quando estão em causa doentes neurológicos de grau 0, segundo a Escala de Frankel Modificada, o que faz com que, na maioria das situações, os tutores optem pela eutanásia do animal. A Neurorreabilitação Funcional (NRF) atua através de protocolos intensivos que têm como objetivo estimular as propriedades da medula espinhal: a neuroplasticidade, a neuromodulação e a memorização. Estas características resultam no aparecimento, modulação e consistência, respetivamente, de reflexos espinhais periféricos, que são a base para que seja possível recuperar a funcionalidade. De entre os REP, é de salientar o padrão locomotor de flexão/extensão (PLFE), que representa o ponto de partida para a recuperação de uma locomoção funcional. Assim, o presente estudo clínico tem como principais objetivos avaliar a eficácia da nova técnica de NRF, a eletroestimulação transcutânea da medula espinhal (ETME), em conjunto com um protocolo de NRF intensivo, quanto à precocidade de apresentação de REP, nomeadamente do PLFE. Para além disso será também avaliada a influência da ETME na capacidade de micção autónoma do doente, já que este é outro dos critérios para a recuperação da funcionalidade. Para inclusão no estudo, foram considerados 28 cães para o grupo de estudo e 21 cães para o grupo controlo diagnosticados com lesão medular T3-L3 e classificados, segundo a Escala de Frankel Modificada, em grau 0. Os animais foram integrados num programa de NRF intensivo, com recurso a internamento hospitalar, e foram avaliados regularmente ao longo de oito semanas. A única diferença entre o grupo de estudo e o grupo controlo foi a implementação da técnica de ETME no primeiro grupo. O estudo permitiu concluir que a ETME, integrada numa abordagem multidisciplinar de NRF intensiva, permite a obtenção do PLFE num período de tempo mais reduzido (inferior a 4 semanas) e a recuperação da capacidade de micção autónoma numa percentagem maior de doentes, o que resulta na recuperação mais precoce da funcionalidade, fator decisivo para a tomada de decisões por parte do tutor