Caraterização de crianças e jovens em risco com processo de promoção e proteção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Felizardo, Beatriz Filipa Rodrigues
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/12964
Resumo: Com o aparecimento da pandemia por Covid-19, mesmo com a menor visibilidade e a crescente complexidade no acesso às crianças/jovens, famílias e pessoas de referência na comunidade, verificou-se em 2020, comparativamente a 2019, um aumento de 7,6% da violência doméstica com reporte às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (CPCJ). Esta investigação tem como objetivos caracterizar as crianças/jovens com processo de promoção e proteção em CPCJ entre os anos 2019-2020 e comparar a tipologia de maus tratos e as medidas de promoção e proteção aplicadas nos períodos pré e pandémico. O método utilizado foi a análise documental. A amostra foi constituída por 335 processos de crianças/jovens que se encontravam a ser acompanhadas por uma CPCJ (155 no ano de 2019 e 180 em 2020). Da análise dos processos, conclui-se que nos dois anos o tipo de mau trato mais frequente foi “exposição a comportamentos que possam afetar o bem-estar e desenvolvimento da criança”, no sexo masculino. No ano de 2019 as idades mais prevalentes foram entre os 11 e os 14 anos e em 2020 entre os 15 aos 21 anos. Ao nível da saúde física, nos dois anos, o problema mais frequente foi reações alérgicas e ao nível da saúde psicológica a regressão e infantilidade. Quanto ao percurso escolar, de um ano para o outro, o número de vítimas diminuiu mas o de agressores aumentou, aumentou a evasão escolar e a necessidade de apoio escolar. Quanto à organização psicossocial, nos dois anos a passividade/ agressividade e o consumo aditivo foram recorrentes, aumentando em 2020. A prática de desporto e integração em atividades lúdicas, apesar de escassa, aumentou em 2020. A maioria das crianças/jovens tiveram acompanhamento técnico e médico de família e estavam integrados em famílias bi-parentais (muitas em situação de desemprego, com RSI, a residir em casas/apartamentos arrendados, com aumento de 2019 para 2020 e muitos dos cuidadores com o 4º ano do 1º ciclo). Relativamente às medidas de apoio aplicadas, a mais prevalente nos dois anos foi o apoio junto dos pais. O apoio mais recorrente por parte da CPCJ foi o apoio psicológico e o encaminhamento foi para atividades extracurriculares, ambos mais utilizados em 2020. Palavras-chave: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo; Tipologia de Mau-trato; Medida de Promoção e Proteção; Perfil das Crianças/Jovens; Perfil do agregado familiar.
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spelling Caraterização de crianças e jovens em risco com processo de promoção e proteçãoMESTRADO EM RISCOS E VIOLÊNCIA(S) NAS SOCIEDADES ATUAIS: ANÁLISE E INTERVENÇÃO SOCIALCOMISSÃO DE PROTEÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS EM PERIGOSERVIÇO SOCIALMAUS-TRATOSCRIANÇASJOVENSPROTEÇÃO DE MENORESAGREGADO FAMILIARSOCIAL WORKABUSECHILDRENYOUNG PEOPLECHILD PROTECTIONFAMILYCom o aparecimento da pandemia por Covid-19, mesmo com a menor visibilidade e a crescente complexidade no acesso às crianças/jovens, famílias e pessoas de referência na comunidade, verificou-se em 2020, comparativamente a 2019, um aumento de 7,6% da violência doméstica com reporte às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (CPCJ). Esta investigação tem como objetivos caracterizar as crianças/jovens com processo de promoção e proteção em CPCJ entre os anos 2019-2020 e comparar a tipologia de maus tratos e as medidas de promoção e proteção aplicadas nos períodos pré e pandémico. O método utilizado foi a análise documental. A amostra foi constituída por 335 processos de crianças/jovens que se encontravam a ser acompanhadas por uma CPCJ (155 no ano de 2019 e 180 em 2020). Da análise dos processos, conclui-se que nos dois anos o tipo de mau trato mais frequente foi “exposição a comportamentos que possam afetar o bem-estar e desenvolvimento da criança”, no sexo masculino. No ano de 2019 as idades mais prevalentes foram entre os 11 e os 14 anos e em 2020 entre os 15 aos 21 anos. Ao nível da saúde física, nos dois anos, o problema mais frequente foi reações alérgicas e ao nível da saúde psicológica a regressão e infantilidade. Quanto ao percurso escolar, de um ano para o outro, o número de vítimas diminuiu mas o de agressores aumentou, aumentou a evasão escolar e a necessidade de apoio escolar. Quanto à organização psicossocial, nos dois anos a passividade/ agressividade e o consumo aditivo foram recorrentes, aumentando em 2020. A prática de desporto e integração em atividades lúdicas, apesar de escassa, aumentou em 2020. A maioria das crianças/jovens tiveram acompanhamento técnico e médico de família e estavam integrados em famílias bi-parentais (muitas em situação de desemprego, com RSI, a residir em casas/apartamentos arrendados, com aumento de 2019 para 2020 e muitos dos cuidadores com o 4º ano do 1º ciclo). Relativamente às medidas de apoio aplicadas, a mais prevalente nos dois anos foi o apoio junto dos pais. O apoio mais recorrente por parte da CPCJ foi o apoio psicológico e o encaminhamento foi para atividades extracurriculares, ambos mais utilizados em 2020. Palavras-chave: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo; Tipologia de Mau-trato; Medida de Promoção e Proteção; Perfil das Crianças/Jovens; Perfil do agregado familiar.With the emergence of the Covid-19 pandemic, even with the lower visibility and the increasing complexity in accessing children/young people, families and caregivers in the community, there was a 7.6% increase in domestic violence in 2020, compared to 2019, reported to the Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo/Commissions for the Protection of Children and Young People in Danger (CPCJ). This research aims to characterize the children/young people to whom were applied promotion and protection proceedings in CPCJ between the years 2019-2020 and compare the typology of maltreatment and the promotion and protection measures applied in the pre and pandemic periods. The method used was documentary analysis. The sample consisted of 335 files of children/young people who were being followed by a CPCJ (155 in the year 2019 and 180 in 2020). From the analysis of the files, it is concluded that in both years the most frequent type of maltreatment was "exposure to behaviors that may affect the well-being and development of the child", in males. In 2019 the most prevalent ages were between 11 and 14 years old and in 2020 between 15 and 21 years old. Regarding physical health, in both years the most frequent problem was allergic reactions and at the level of psychological health regression and childishness. As for the schooling path, from one year to the other, the number of victims decreased but the number of aggressors increased, the school drop-out rate increased and the need for school support increased. As for the psychosocial organization, in both years passivity/ aggressiveness and addictive behaviors were recurrent, increasing in 2020. Sports practice and integration in recreational activities, although scarce, increased in 2020. Most of the children/young people had technical and family medical follow-up and were integrated in bi-parental families (many unemployed, with RSI, living in rented houses/apartments, with an increase from 2019 to 2020 and many caretakers had only the 4th year of primary education). Regarding the support measures applied, the most prevalent in both years was the support to parents. The most recurrent support by CPCJ was psychological support and the referral was to extracurricular activities, both more used in 2020. Keywords: Commission for the Protection of Children and Young People in Danger; Typology of Maltreatment; Promotion and Protection Measure; Profile of Children/Young People; Profile of the household.2022-07-11T09:48:02Z2022-01-01T00:00:00Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/12964TID:203031954porFelizardo, Beatriz Filipa Rodriguesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:04:22Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/12964Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:12:23.285976Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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