A esfera armilar de D. Manuel I: visão celestial e providência astral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Godinho, Carlos Eduardo Ferreira
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/24875
Resumo: Tese de mestrado em História e Filosofia das Ciências, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2016
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spelling A esfera armilar de D. Manuel I: visão celestial e providência astralEsfera armilarD. Manuel IExegeseAstronomiaJudeusTeses de mestrado - 2016Domínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaTese de mestrado em História e Filosofia das Ciências, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2016Nesta dissertação procuramos compreender o significado da esfera armilar no contexto cultural do rei D. Manuel I (1495-1521), o primeiro monarca português que teve como emblema (divisa) este instrumento. Procuramos clarificar e problematizar o que e este instrumento através de uma breve síntese histórica, chegando a conclusão que e a sua forma padrão que veio a servir como divisa manuelina. Em seguida problematizamos a interpretação de que a esfera armilar, quando foi atribuída, por D. João II, como divisa a D. Manuel, tinha já uma conotação de poder real, tal como foi sugerido pelas fontes coevas e pela historiografia actual. Partindo do mote que acompanha a divisa manuelina – esperança em Deus – analisamos o fenómeno cultural de associação entre a esfera armilar e a virtude teologal da esperança. Para tal encontramos na filosofia de Marsílio Ficino um modelo explicativo para a compreensão deste fenómeno. Defendemos que a esfera armilar tinha um lugar central na teoria da redenção do filósofo, e que era por ele concebida como um dispositivo astro-magico. Em seguida, exploramos uma tradição de exegese bíblica desenvolvida desde o seculo XII por uma linha de pensadores sefarditas, com tendências cabalísticas, que interpretaram a Tora (Pentateuco) a luz da filosofia e da astrologia. Esta abordagem bíblica devera ter influenciado pensadores cristãos no final do seculo XV, e parece estar relacionada com Ficino. Apresentamos indícios de que estes pensadores encontraram conhecimento astronómico na Tora. Mais concretamente argumentamos que interpretaram o Tabernáculo/Templo como referentes a estrutura do cosmos, tal como uma esfera armilar, e que os querubins bíblicos seriam entendidos como componentes dessa estrutura. Exploramos, por ultimo, o papel da esfera armilar no contexto do reinado de D. Manuel I, enquadrando-a na ideologia messiânica predominante. Exploramos a possibilidade da influência do pensamento hebraico sobre o entendimento da esfera armilar durante o reinado manuelino. Argumentamos que o mais prolífero e paradigmático modelo visual da esfera armilar, presente em toda a iconografia manuelina, se trata da interpretação de uma teofania descrita nos livros bíblicos.This dissertation aims to understand the meaning of the armillary sphere in the cultural context of D. Manuel I (1495-1521), the first Portuguese king to use the instrument as an emblem (heraldic device). We seek to clarify and discuss the nature of the instrument by presenting a brief historical summary, concluding that it was the armillary sphere’s standard model that was used as a manueline heraldic device. Next, we problematize the view, supported by contemporary sources and current historiography, which maintains that the armillary sphere already connoted royal power by the time that D. Joao II assigned it to D. Manuel I as a heraldic device. Taking the motto that accompanies the manueline heraldic device as a starting point – hope in God – we analyze the cultural phenomenon of association between the armillary sphere and the theologal virtue of hope. We take the philosophy of Marsilio Finico as an explanatory model for the understanding of this phenomenon. We argue that the armillary sphere was central to the philosopher’s theory of redemption, and that he conceived it as an astro-magical device. We present iconographic evidence that establishes a connection between this conception of the armillary sphere and the manueline heraldic device. Then, we explore a tradition of biblical exegesis, which dates back to the 12th century, and was developed by a group of Sephardic thinkers with cabalistic tendencies, who interpreted the Torah (Pentateuch) by way of philosophy and astrology. This biblical approach might have influenced Christian thinkers of the late 15th century, and seems to be related with Ficino. We present evidence that suggests that these thinkers found astronomic knowledge in the Torah. More specifically, we maintain that they interpreted the Tabernacle/Temple as referring to the structure of the cosmos, just like an armillary sphere. Biblical cherubs were understood as elements of this structure. Finally, we analyze the role of the armillary sphere in the context of D. Manuel I’s reign, framing it within the prevailing messianic ideology. We explore the hiphotesis of a jewish influence in the way the armillary sphere was thought during Manuel's soberany. We argue that the most prolific and paradigmatic visual model of the armillary sphere, to be found throughout all manueline iconography, is an interpretation of a theophany described in biblical books.Leitão, Henrique, 1964-Sánchez Martínez, AntonioRepositório da Universidade de LisboaGodinho, Carlos Eduardo Ferreira2016-10-21T15:40:52Z201620162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/24875TID:201339315porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:14:07Zoai:repositorio.ul.pt:10451/24875Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:41:55.712582Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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