A lapa do Bugio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardoso, João Luís
Data de Publicação: 1992
Outros Autores: Monteiro, R., Ferreira, Octávio da Veiga, Coelho, A. V. Pinto, Guerra, F., Gil, Fernando Bragança
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.2/3862
Resumo: A jazida pré-histórica do Bugio constitui uma das mais importantes grutas sepulcrais da faixa estremenha. Encontrava-se intacta à data das primeiras escavações, realizadas em 1957 e 1958. Vicissitudes várias que motivaram a dissolução da primeira equipa e favoreceram diversas depredações, entretanto realizadas, impediram que, antes do recomeço dos trabalhos, em 1966, mesmo dos materiais recuperados, se pudessem extrair todas as informações neles potencialmente contidas. Foi possível, a partir do estudo exaustivo do espólio conservado no Museu de Sesimbra e no recolhido nas escavações de 1966, estabelecer a seguinte sucessão cronológica-cultural: Primeira ocupação - corresponde talvez à ocupação mais importante, integrável no Neolítico recente-final estremenho. Estreitas analogias com o "horizonte dolménico" identificado na vizinha Lapa do Fumo e datado pelo rádio-carbono de 3090 ± 160 a. C. (SERRÃO,1978). A datação realizada no Bugio deu 2800 ± 45 a.C. Segunda ocupação- corresponde muito provavelmente a momento inicial (ou pleno) do Calcolítico, definido pela presença de raros produtos, como o recipiente de osso recolhido na sep. 7 e "ídolos" de calcário, de osso e marfim. Terceira ocupação - Calcolítico final, campaniforme - representada pelos Grupos de Palmela e Inciso. Trata-se da ocupação menos importante, excessivamente valorizada em trabalhos anteriores, talvez pela grande dispersão de fragmentos cerâmicos que não ultrapassam, contudo, nove recipientes (alguns deles representados por apenas um fragmento): taças em calote - (I), de bordo espessado - (I), de tipo Palmela - (I), caçoilas acampanadas - (2), e vasos campaniformes - (2), além de dois recipientes de tipologia mal definida.
id RCAP_f215c1bc19e7eb27c7fa251731213adf
oai_identifier_str oai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/3862
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A lapa do BugioArqueologiaEscavações arqueológicasPeríodo calcolíticoCampaniformeUtensílios pré-históricosGrutasPalmelaA jazida pré-histórica do Bugio constitui uma das mais importantes grutas sepulcrais da faixa estremenha. Encontrava-se intacta à data das primeiras escavações, realizadas em 1957 e 1958. Vicissitudes várias que motivaram a dissolução da primeira equipa e favoreceram diversas depredações, entretanto realizadas, impediram que, antes do recomeço dos trabalhos, em 1966, mesmo dos materiais recuperados, se pudessem extrair todas as informações neles potencialmente contidas. Foi possível, a partir do estudo exaustivo do espólio conservado no Museu de Sesimbra e no recolhido nas escavações de 1966, estabelecer a seguinte sucessão cronológica-cultural: Primeira ocupação - corresponde talvez à ocupação mais importante, integrável no Neolítico recente-final estremenho. Estreitas analogias com o "horizonte dolménico" identificado na vizinha Lapa do Fumo e datado pelo rádio-carbono de 3090 ± 160 a. C. (SERRÃO,1978). A datação realizada no Bugio deu 2800 ± 45 a.C. Segunda ocupação- corresponde muito provavelmente a momento inicial (ou pleno) do Calcolítico, definido pela presença de raros produtos, como o recipiente de osso recolhido na sep. 7 e "ídolos" de calcário, de osso e marfim. Terceira ocupação - Calcolítico final, campaniforme - representada pelos Grupos de Palmela e Inciso. Trata-se da ocupação menos importante, excessivamente valorizada em trabalhos anteriores, talvez pela grande dispersão de fragmentos cerâmicos que não ultrapassam, contudo, nove recipientes (alguns deles representados por apenas um fragmento): taças em calote - (I), de bordo espessado - (I), de tipo Palmela - (I), caçoilas acampanadas - (2), e vasos campaniformes - (2), além de dois recipientes de tipologia mal definida.Le gisement préhistorique de Bugio est l 'une des plus importantes grottes sépulcrales du littoral de l'Estrémadure. Elle a été trouvée intacte lors des premières fouilles, réalisées en 1957 et 1958. Diverses vicissitudes, qui devaient aboutir à la dissolution de la première équipe de fouilleurs et favoriser le pillage du site, empêchèrent la difusion de toute information avant la reprise des travaux en 1966, même sur le matériel récupéré. A partir de l' étude exhaustive du mobilier conservé au Musée de Sesimbra et de celui qui a été découvert en 1966, on a pu établir les niveaux chronologiques suivants: Première occupation, peut-être la plus importante, s'intégrant dans le Néolithique récent et final de l'Estrémadure, présentant d' étroites analogies avec "l'horizon dolménique" identifié sur le site voisin de Lapa do Fumo, daté de 3090 ± 160 a.C. par radio-carbone (SERRÃO, 1978). La datation obtenue à Bugio est de 2800 ± 45 a.C.. Seconde occupation, correspondant très probablement à la phase initiale ou médiane du Chalcolithique, définie par de rares productions, comme le récipient en os recueilli dans la sépulture 7 et les "idoles" en calcaire, en os et en ivoire. Troisième occupation (Chalcolithique final, Campaniforme) représentée par les Groupes de Palmela et incisé. Il s'agit d'une occupation moins importante, surévaluée dans les travaux antérieurs, peut-être en raison de la grande dispersion des fragments de céramiques qui ne correspondaient, cependant, qu'à neuf récipients: coupes en calotte (1 ), coupes au bord épais (1), coupes de type de Palmela (1), casseroles en forme de cloche (2), vases campaniformes (2) et deux récipients à la typologie mal définie.Repositório AbertoCardoso, João LuísMonteiro, R.Ferreira, Octávio da VeigaCoelho, A. V. PintoGuerra, F.Gil, Fernando Bragança2015-04-14T09:37:04Z19921992-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.2/3862porCardoso, João Luís [et al.] - A Lapa do Bugio. "Setúbal Arqueológica" [Em linha]. Vol. 9-10 (1992), p. 89-225info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-16T15:19:08Zoai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/3862Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:44:58.682236Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A lapa do Bugio
title A lapa do Bugio
spellingShingle A lapa do Bugio
Cardoso, João Luís
Arqueologia
Escavações arqueológicas
Período calcolítico
Campaniforme
Utensílios pré-históricos
Grutas
Palmela
title_short A lapa do Bugio
title_full A lapa do Bugio
title_fullStr A lapa do Bugio
title_full_unstemmed A lapa do Bugio
title_sort A lapa do Bugio
author Cardoso, João Luís
author_facet Cardoso, João Luís
Monteiro, R.
Ferreira, Octávio da Veiga
Coelho, A. V. Pinto
Guerra, F.
Gil, Fernando Bragança
author_role author
author2 Monteiro, R.
Ferreira, Octávio da Veiga
Coelho, A. V. Pinto
Guerra, F.
Gil, Fernando Bragança
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório Aberto
dc.contributor.author.fl_str_mv Cardoso, João Luís
Monteiro, R.
Ferreira, Octávio da Veiga
Coelho, A. V. Pinto
Guerra, F.
Gil, Fernando Bragança
dc.subject.por.fl_str_mv Arqueologia
Escavações arqueológicas
Período calcolítico
Campaniforme
Utensílios pré-históricos
Grutas
Palmela
topic Arqueologia
Escavações arqueológicas
Período calcolítico
Campaniforme
Utensílios pré-históricos
Grutas
Palmela
description A jazida pré-histórica do Bugio constitui uma das mais importantes grutas sepulcrais da faixa estremenha. Encontrava-se intacta à data das primeiras escavações, realizadas em 1957 e 1958. Vicissitudes várias que motivaram a dissolução da primeira equipa e favoreceram diversas depredações, entretanto realizadas, impediram que, antes do recomeço dos trabalhos, em 1966, mesmo dos materiais recuperados, se pudessem extrair todas as informações neles potencialmente contidas. Foi possível, a partir do estudo exaustivo do espólio conservado no Museu de Sesimbra e no recolhido nas escavações de 1966, estabelecer a seguinte sucessão cronológica-cultural: Primeira ocupação - corresponde talvez à ocupação mais importante, integrável no Neolítico recente-final estremenho. Estreitas analogias com o "horizonte dolménico" identificado na vizinha Lapa do Fumo e datado pelo rádio-carbono de 3090 ± 160 a. C. (SERRÃO,1978). A datação realizada no Bugio deu 2800 ± 45 a.C. Segunda ocupação- corresponde muito provavelmente a momento inicial (ou pleno) do Calcolítico, definido pela presença de raros produtos, como o recipiente de osso recolhido na sep. 7 e "ídolos" de calcário, de osso e marfim. Terceira ocupação - Calcolítico final, campaniforme - representada pelos Grupos de Palmela e Inciso. Trata-se da ocupação menos importante, excessivamente valorizada em trabalhos anteriores, talvez pela grande dispersão de fragmentos cerâmicos que não ultrapassam, contudo, nove recipientes (alguns deles representados por apenas um fragmento): taças em calote - (I), de bordo espessado - (I), de tipo Palmela - (I), caçoilas acampanadas - (2), e vasos campaniformes - (2), além de dois recipientes de tipologia mal definida.
publishDate 1992
dc.date.none.fl_str_mv 1992
1992-01-01T00:00:00Z
2015-04-14T09:37:04Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.2/3862
url http://hdl.handle.net/10400.2/3862
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Cardoso, João Luís [et al.] - A Lapa do Bugio. "Setúbal Arqueológica" [Em linha]. Vol. 9-10 (1992), p. 89-225
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799135021400850432