Transições biográficas dos estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa na Universidade de Lisboa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Doutor, C.
Data de Publicação: 2021
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/54661
Resumo: Esta investigação teve como principal objetivo a análise das mudanças identitárias associadas às transições vividas pelos estudantes provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa da Universidade de Lisboa. Para tal, parte-se do princípio que as transições são processos relacionados com as aprendizagens biográficas e, naturalmente, com as mudanças identitárias. Para analisar as mudanças identitárias, é necessário proceder à construção de percursos-tipos de transição para o ensino superior, identificar os problemas e desafios que decorrem das transições vividas e analisar as estratégias desenvolvidas pelos próprios estudantes para os superar. É também necessário construir uma tipologia das aprendizagens e saberes adquiridos ao longo de todo este processo. E, por último, é necessário caraterizar as identidades para si e para o outro, bem como tipificar as formas identitárias fruto do processo de transição. Esta investigação filia-se na metodologia de natureza qualitativa e foram realizadas entrevistas biográficas a um conjunto de estudantes provenientes dos Países Africanos na Universidade de Lisboa. A análise das narrativas dos participantes do estudo permitiu-nos construir três tipologias em torno das dimensões analíticas da investigação – transições, aprendizagens e identidades. A primeira tipologia designada de transição para o ensino superior é composta por cinco transições-tipo: a transição de orientação vocacional corresponde à entrada no curso superior pretendido; a transição imposta caracteriza a entrada em cursos que correspondem à segunda e terceira escolha vocacional; a transição sinuosa distingue-se por uma experiência académica anterior ao ensino superior em Portugal; a transição desajustada caracteriza-se pelo desajustamento ao curso ingressado e a transição intermitente refere-se à interrupção na trajetória escolar. A segunda tipologia reporta-se às aprendizagens realizadas e aos saberes que lhes estão associados e contempla três tipos distintos: os saberes teóricos ou conhecimentos científicos; os saberes-fazer relacionam-se com as competências; e os saberes-ser são as atitudes e os valores. Por fim, a tipologia das identidades permitiu-nos identificar três formas identitárias: a identidade de si contempla as identificações reivindicadas e atribuídas aos próprios indivíduos; a identidade de aprendizagem prende-se com a intenção de prosseguir a formação académica em mestrados e/ou doutoramentos e a identidade profissional reside na intenção de inserção rápida no mercado de trabalho.
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Para analisar as mudanças identitárias, é necessário proceder à construção de percursos-tipos de transição para o ensino superior, identificar os problemas e desafios que decorrem das transições vividas e analisar as estratégias desenvolvidas pelos próprios estudantes para os superar. É também necessário construir uma tipologia das aprendizagens e saberes adquiridos ao longo de todo este processo. E, por último, é necessário caraterizar as identidades para si e para o outro, bem como tipificar as formas identitárias fruto do processo de transição. Esta investigação filia-se na metodologia de natureza qualitativa e foram realizadas entrevistas biográficas a um conjunto de estudantes provenientes dos Países Africanos na Universidade de Lisboa. A análise das narrativas dos participantes do estudo permitiu-nos construir três tipologias em torno das dimensões analíticas da investigação – transições, aprendizagens e identidades. A primeira tipologia designada de transição para o ensino superior é composta por cinco transições-tipo: a transição de orientação vocacional corresponde à entrada no curso superior pretendido; a transição imposta caracteriza a entrada em cursos que correspondem à segunda e terceira escolha vocacional; a transição sinuosa distingue-se por uma experiência académica anterior ao ensino superior em Portugal; a transição desajustada caracteriza-se pelo desajustamento ao curso ingressado e a transição intermitente refere-se à interrupção na trajetória escolar. A segunda tipologia reporta-se às aprendizagens realizadas e aos saberes que lhes estão associados e contempla três tipos distintos: os saberes teóricos ou conhecimentos científicos; os saberes-fazer relacionam-se com as competências; e os saberes-ser são as atitudes e os valores. Por fim, a tipologia das identidades permitiu-nos identificar três formas identitárias: a identidade de si contempla as identificações reivindicadas e atribuídas aos próprios indivíduos; a identidade de aprendizagem prende-se com a intenção de prosseguir a formação académica em mestrados e/ou doutoramentos e a identidade profissional reside na intenção de inserção rápida no mercado de trabalho.This research aimed to analyse the identity changes associated with the transitions experienced by students from the African Portuguese-speaking countries at the University of Lisbon. For this purpose, it is assumed that transitions are processes related to biographical learning and, naturally, to identities change. In order to analyse identity changes, it is necessary to set up a typology of transition to higher education, to identify the problems and challenges that arise from the transitions experienced and to analyse the strategies developed by students themselves to overcome them. It is also necessary to set up a typology of the learning and knowledge acquired throughout this process. And, finally, it is necessary to characterize the students’ identities for themselves and for others, as well as to typify the identity forms resulting from the transition process. This research is based on qualitative methodology and biographical interviews were conducted with a group of students from African countries at the University of Lisbon. The analysis of their narratives allowed us to set up three typologies around the analytical dimensions of the research – transitions, learnings and identities. The first typology called transition to higher education comprises five types of pathways: the transition of vocational guidance corresponds to the entry into the desired higher education course; the imposed transition characterizes the entry into courses that correspond to the second and third vocational choice; the sinuous transitions are distinguished by an academic experience prior to higher education in Portugal; the maladjusted transition is characterized by the maladjustment to the entered course; and the intermittent transition refers to the interruption in the schooling trajectory. The second typology refers to the learnings achieved and the knowledge associated with them and includes three different types: the theoretical or scientific knowledge; the know-how relates to the skills; and the know how to be are the attitudes and values. Finally, the typology of identities allowed us to identify three forms of identity: self-identity includes the identifications claimed and attributed to the individuals themselves; the learning identity relates to the intention to pursue the academic training in master’s and/or doctoral degrees, and the professional identity lies in the intention of rapid insertion into the labour market.Alves, Maria Natália de CarvalhoRepositório da Universidade de LisboaDoutor, C.2022-10-03T16:22:31Z2021-122021-092021-12-01T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/54661TID:101505264porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-20T18:16:38Zoai:repositorio.ul.pt:10451/54661Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-20T18:16:38Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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