A terapia fágica como tratamento alternativo da infeção bacteriana:
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/57947 |
Resumo: | Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia. |
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A terapia fágica como tratamento alternativo da infeção bacteriana:realidade clínica e novos horizontesTerapia fágicaBacteriófagosBactériasInfeçõesMultirresistênciaMestrado integrado - 2022Ciências da SaúdeTrabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia.A resistência aos antibióticos é um problema crescente de saúde pública. São cada vez mais comuns os relatos de casos ou surtos de infeções causadas por bactérias multirresistentes, muitas vezes associadas a locais de prestação de cuidados de saúde e, frequentemente, envolvendo elevada mortalidade. Isto acontece porque, devido a uma utilização incorreta e abusiva da terapia antibiótica durante décadas, as bactérias causadoras de infeções foram sofrendo mutações e adquirindo elementos genéticos que lhes conferem resistência a estas moléculas. Este problema tem sido acentuado pelo desinvestimento progressivo da indústria farmacêutica no desenvolvimento de antibióticos contra novos alvos terapêuticos, pairando a ameaça de podermos atingir uma era pós-antibióticos em que estes agentes deixam de ser eficazes no tratamento de infeções comuns. Como consequência, tem aumentado o interesse em estratégias antibacterianas alternativas aos antibióticos, não só porque estes são cada vez menos eficazes devido às resistências, mas também porque se devem utilizar estas moléculas apenas quando estritamente necessário, para que estas mantenham a sua eficácia. Uma terapia antimicrobiana alternativa que recentemente tem sido reconsiderada nos países ocidentais envolve a utilização de vírus que infetam e destroem as bactérias, os chamados bacteriófagos, ou simplesmente fagos, sendo por isso designada terapia fágica. Neste trabalho pretende-se apresentar uma visão geral da terapia fágica, da sua aplicação clínica atual e dos desafios que a sua implementação enfrenta. Apesar de só nos últimos tempos o interesse nos bacteriófagos enquanto agentes terapêuticos ter ressuscitado no ocidente, estes já são utilizados nos países de leste para tratar infeções há várias décadas, antes da introdução dos antibióticos na prática clínica. A terapia fágica foi e continua a ser especialmente utilizada na Geórgia, Polónia, Rússia e noutros países da ex-União Soviética. Inúmeros estudos e alguns ensaios clínicos realizados nestes países sugerem que esta terapêutica pode ser segura e eficaz. No entanto, durante décadas, a terapia fágica não foi sequer considerada para tratamento de infeções no mundo ocidental devido à crescente popularidade dos antibióticos. Casos recentes de sucesso no uso compassivo de bacteriófagos no tratamento de infeções graves e refratárias aos antibióticos voltaram a captar a atenção das comunidades científica e médica ocidentais para as potencialidades da terapia fágica. Assim, esta tem vindo a ser cada vez mais investigada e utilizada para tratar vários tipos de infeções, nomeadamente pulmonares, gastrointestinais, urinárias, cardíacas, osteoarticulares, da pele e tecidos moles, associadas a próteses e outros dispositivos médicos implantados e, em casos mais críticos, septicémias. Apesar do crescente interesse, a terapia fágica ainda enfrenta atualmente vários desafios que vão desde a sua situação regulamentar aos aspetos clínicos da sua utilização. O futuro da terapia fágica depende da superação destes desafios para que os bacteriófagos possam, então, ser considerados uma alternativa terapêutica viável, segura e eficaz.Antibiotic resistance is a growing public health problem. Reports of cases or outbreaks of infections caused by multidrug-resistant bactéria and often involve healthcare facilities, are increasingly more common and frequently associated with high mortality. This happens because, due to an incorrect and abusive use of antibiotic therapy over decades, bacteria responsible for infections have mutated and acquired genetic elements that grant them resistance to these molecules. This problem has been accentuated by the progressive disinvestment of the pharmaceutical industry in the development of antibiotics against new therapeutic targets, threatening humanity to reach a post-antibiotic era in which these agents are no longer effective in the treatment of common infections. Consequently, interest in alternative antibacterial strategies to antibiotics has increased, not only because antibiotics are becoming less effective due to resistance, but also because these molecules should be used only when strictly necessary, in order to maintain their effectiveness. An alternative antimicrobial therapy that recently has been reconsidered in western countries involves the use of viruses that infect and kill bacteria, the so-called bacteriophages, or simply phages, being, therefore, called phage therapy. The aim of this work is to present an overview of phage therapy, its current clinical application and the challenges that its implementation faces. Although the interest in bacteriophages as therapeutic agents has only recently revived in the west, they have already been used in eastern countries to treat infections for several decades, starting before antibiotics were introduced into clinical practice. Phage therapy was and still is used especially in Georgia, Poland, Russia and other countries of the former Soviet Union. Numerous studies and some clinical trials conducted in these countries suggest that this therapy can be safe and effective. However, for decades, phage therapy was not even considered for treatment of infections in the western world due to the popularity of antibiotics. Recent successful cases in the compassionate use of bacteriophages in the treatment of severe and antibiotic-refractory infections have drawn again the attention of the western scientific and medical communities to the potential of phage therapy. Therefore, phage therapy research has been increasing, as well as its use and used to treat various types of infections, including pulmonary, gastrointestinal, urinary, cardiac, osteoarticular, of the skin and soft tissues, associated with prostheses and other implanted medical devices, and, in more critical cases, septicaemia. Despite the growing interest, phage therapy currently still faces several challenges ranging from its regulatory status to the clinical aspects of its use. The future of phage therapy depends on overcoming these challenges so that bacteriophages can, then, be considered a viable, safe and effective therapeutic alternative.São José, Carlos Jorge Sousa deRepositório da Universidade de LisboaSilva, Matilde Maria Martinho Oliveira Lopes da2023-06-05T13:22:20Z2022-09-202022-09-052022-09-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/57947TID:203152964porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:06:13Zoai:repositorio.ul.pt:10451/57947Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:08:06.148271Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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