Perda auditiva induzida por ruído ocupacional em disco-jóqueis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carneiro, Ana Carolina Silva
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1171
Resumo: A exposição ao ruído ocupacional é a principal causa de perda auditiva induzida por ruído. Há uma crescente preocupação com o uso de música de intensidade elevada em discotecas, devido à sua associação com a perda auditiva. O presente estudo tem como objetivo principal avaliar a relação entre a exposição ao ruído ocupacional e a possível perda auditiva induzida por ruído em disco-jóqueis portugueses. Tem ainda como finalidade averiguar a prevalência de acufenos, avaliar o conhecimento e utilização de meios de proteção da capacidade auditiva contra o ruído, bem como apreçar o nível de execução de um controlo auditivo periódico em disco-jóqueis. Para tal, foram estudados 22 disco-jóqueis para a amostra em estudo e 22 indivíduos para amostra controlo. A todos os indivíduos aplicamos um questionário e executamos um estudo auditivo. O estudo auditivo, realizado no Hospital Privado da Trofa (HPT) (Porto-Portugal), foi composto por otoscopia, audiometria tonal e vocal, impedâncimetria e reflexos estapédicos. Os disco-jóqueis apresentaram uma prevalência de perda auditiva induzida por ruído (36,4%) superior á amostra controlo (0%). Os limiares auditivos médios dos disco-jóqueis, na audiometria tonal, ilustraram um padrão de entalhe bilateral nas frequências de 125 Hz, 250 Hz, 3000 Hz, 4000 Hz e 6000 Hz de cerca de 20 dB. A prevalência de perda auditiva induzida por ruído mostrou-se correlacionada positivamente com a idade dos disco-jóqueis e com a duração da exposição ao ruído ocupacional, o mesmo não aconteceu com a intensidade da exposição ao ruído ocupacional. O número de disco-jóqueis que afirmou ter acufenos (31,8%) foi superior ao número encontrado na amostra controlo (0%). Apenas 59,1% dos disco-jóqueis afirmaram conhecer alguma forma de proteger a sua audição enquanto trabalham, mas nenhum afirmou usar qualquer tipo de proteção auditiva. Apesar de os disco-jóqueis pertencerem a um grupo de risco para distúrbios auditivos não se demonstraram mais controlados ou cuidados que os indivíduos pertencentes à amostra controlo, que pertencem a outras classes profissionais expostas a ruído de baixa intensidade. Com este estudo concluímos que os disco-jóqueis estão expostos a níveis de ruído ocupacional intoleráveis, que se reveem numa prevalência de perda auditiva significativa, relacionada com o aumento da idade e anos de exposição, e numa frequência de acufenos superior à amostra controlo. Deparamo-nos ainda com pouco conhecimento, por parte dos disco-jóqueis, sobre meios de proteção/conservação da capacidade auditiva adicionados a uma baixa adesão ao controlo rotineiro da mesma.
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A todos os indivíduos aplicamos um questionário e executamos um estudo auditivo. O estudo auditivo, realizado no Hospital Privado da Trofa (HPT) (Porto-Portugal), foi composto por otoscopia, audiometria tonal e vocal, impedâncimetria e reflexos estapédicos. Os disco-jóqueis apresentaram uma prevalência de perda auditiva induzida por ruído (36,4%) superior á amostra controlo (0%). Os limiares auditivos médios dos disco-jóqueis, na audiometria tonal, ilustraram um padrão de entalhe bilateral nas frequências de 125 Hz, 250 Hz, 3000 Hz, 4000 Hz e 6000 Hz de cerca de 20 dB. A prevalência de perda auditiva induzida por ruído mostrou-se correlacionada positivamente com a idade dos disco-jóqueis e com a duração da exposição ao ruído ocupacional, o mesmo não aconteceu com a intensidade da exposição ao ruído ocupacional. O número de disco-jóqueis que afirmou ter acufenos (31,8%) foi superior ao número encontrado na amostra controlo (0%). Apenas 59,1% dos disco-jóqueis afirmaram conhecer alguma forma de proteger a sua audição enquanto trabalham, mas nenhum afirmou usar qualquer tipo de proteção auditiva. Apesar de os disco-jóqueis pertencerem a um grupo de risco para distúrbios auditivos não se demonstraram mais controlados ou cuidados que os indivíduos pertencentes à amostra controlo, que pertencem a outras classes profissionais expostas a ruído de baixa intensidade. Com este estudo concluímos que os disco-jóqueis estão expostos a níveis de ruído ocupacional intoleráveis, que se reveem numa prevalência de perda auditiva significativa, relacionada com o aumento da idade e anos de exposição, e numa frequência de acufenos superior à amostra controlo. Deparamo-nos ainda com pouco conhecimento, por parte dos disco-jóqueis, sobre meios de proteção/conservação da capacidade auditiva adicionados a uma baixa adesão ao controlo rotineiro da mesma.Noise exposure is the main cause of noise-induced hearing loss. There is a growing concern over using high intensity music in nightclubs, due to its association with hearing loss. The present study aims at assessing the relationship between occupational noise exposure and a possible noise-induced hearing loss in Portuguese disc-jockeys. It also has the purpose to determine the prevalence of tinnitus, assess the knowledge and use of means of hearing protection against noise, as well as pricing the level of implementation of a periodic auditory control in disc-jockeys. To this end, we studied 22 disc-jockeys to study sample and 22 individuals to control sample. To all subjects we applied a questionnaire and performed a hearing study. The hearing study, held at the Hospital Privado da Trofa (HPT) (Porto-Portugal), was composed by otoscopy, tonal and vocal audiometry, tympanometry and stapedius reflexes. Disc-jockeys had a higher prevalence of noise-induced hearing loss (36.4%) compared to control sample (0%). The mean auditory thresholds of disc-jockeys, on tonal audiometry, illustrated a standard slot in the frequencies of 125 Hz, 250 Hz, 3000 Hz, 4000 Hz and 6000 Hz of about 20 dB. The prevalence of noise-induced hearing loss was found to be positively correlated with age of disc-jockeys and duration of exposure to occupational noise, the same did not happen with the intensity of noise exposure. The number of disc-jockeys that claimed to have tinnitus (31.8%) was higher than the number found in the control sample (0%). Only 59.1% of the disc-jockeys said they knew a way to protect their hearing while working, but none claimed the use of any kind of hearing protection. Although the disc-jockeys belong to a group at risk for hearing disorders, they are not more controlled or showed more care than individuals belonging to the control sample, which belong to other professional groups exposed to low intensity noise. This study concluded that disc-jockeys are exposed to unacceptable noise levels, which reflects in a significant prevalence of hearing loss related with the increase of age, years of exposure, and a higher frequency of tinnitus than the control sample. We also observed a low level of knowledge of disc-jockeys in regard to protection/conservation of hearing ability added to a low adhesion to the routine control of hearing.Universidade da Beira InteriorFarinha, Rosa Maria Barreiro da Cruz Ventura RoqueuBibliorumCarneiro, Ana Carolina Silva2013-05-16T13:58:16Z2012-052012-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1171porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:41Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1171Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:04.831581Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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