Liderança em contextos instáveis: stresse e stressores dos gerentes prisionais e agentes penitenciários das unidades prisionais do Estado da Bahia.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Sandro José
Data de Publicação: 2016
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/2561
Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar as relações entre os stressores, o coping, os sintomas de stresse e o estilo de liderança e suas implicações na atividade gerencial nas unidades prisionais da Bahia; descrevendo a correspondência destas relações com as principais proposições da Teoria do Reforço Cognitivo (TRC) de Fiedler e seus colaboradores. As hipóteses foram levantadas considerando que os efeitos negativos do stresse e o estilo de liderança inapropriado têm implicações sobre a atividade gerencial. A pesquisa é correlacional e descritiva, dentro de análises quantitativas, realizada com base num levantamento bibliográfico exaustivo e atual sobre a temática (retratado na revisão de literatura, e fundamentação teórica, sobre dois enfoques: as questões psicológicas e o controlo sobre o trabalho) e teve, no plano concreto da investigação, a aplicação da Escala de Vulnerabilidade ao Stresse no Trabalho construída por Sisto, Baptista, Noronha e Santos (2007), do Inventário de Sintomas de Stresse construído por Lipp e Guevara (1994), e da Escala Toulousaine de Coping adaptada de Esparbès, Sordes-Arder e Tap (1993) por Stephenson (2001) para uso com a população brasileira, além da Escala de Avaliação de Estilos Gerenciais criada por Melo (2001) e um breve questionário ocupacional. Relativamente à população do estudo, esta estava constituída por 1600 agentes penitenciários e 100 gerentes prisionais, envolvendo todos os gerentes prisionais e todos os agentes penitenciários das unidades prisionais da Bahia, sendo a amostra do estudo formada por 320 agentes penitenciários e 80 gerentes prisionais. Foi encontrado um alto nível de stresse na população estudada, ficando evidente que a variável EVENT Pressão no Trabalho tem um efeito significativo no ETC (B = 0.095; p = 0.003), indicando que o aumento da pressão no trabalho provoca um aumento no uso de estratégias de coping. Encontrou-se ainda uma correlação positiva forte e significativa entre a Recusa e o Isolamento (r = .769; p < .01), indicando que níveis elevados na recusa estão associados a níveis elevados de isolamento, estando o Controlo negativamente correlacionado com o Isolamento (r = -.642; p < .01) e com a Recusa (r = -.623; p < .01). Assim, encontrou-se no ETC uso abusivo das estratégias de isolamento e no ISSL um elevado número de indivíduos nas fases mais avançadas do stresse, sendo diagnosticado que entre os agentes penitenciários 70% (n= 224) consomem álcool ou outras drogas regularmente e 39.38% (n=126) encontram-se na fase quase-exaustão ou exaustão e entre os gerentes prisionais 40% (n=32) consomem álcool ou outras drogas regularmente e 27.5% (n=22) encontram-se na fase quaseexaustão ou exaustão. A pesquisa mostrou também que quanto mais o gerente é focado para as tarefas, menos ele valoriza seu relacionamento com os agentes penitenciários (r = - .186; p < .05), havendo uma correlação positiva do estilo de liderança focado nas tarefas (r = .112; p < .05) com os sintomas de stresse. Diante dos resultados encontrados nas hipóteses, ficou evidente que as relações entre estilo de liderança e o stresse afetam a atividade gerencial a ponto das tarefas não serem desempenhadas de forma satisfatória, mesmo nas unidades que tinham gerentes experientes e dotados de conhecimentos especializados. Os resultados foram discutidos apresentando uma correspondência parcial da correlação entre stresse e estilo de liderança com a TRC. De novo o estudo mostrou que a eficácia do gerente prisional sob uma condição de elevado stresse não consiste na experiência deste, consoante o que defende a Teoria do Reforço Cognitivo de Fiedler e seus colaboradores; todavia, no desenvolvimento de redes de relações que o ajuda a decidir em tais circunstâncias.
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