Vazio que é vazio, vazio que é procura. (Des)Encontros: Procurar o (no) vazio no e pelo Rorschach
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.12/723 |
Resumo: | Dissertação de Mestrado em Psicopatologia e psicologia Clínica |
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Vazio que é vazio, vazio que é procura. (Des)Encontros: Procurar o (no) vazio no e pelo RorschachDissertação de Mestrado em Psicopatologia e psicologia ClínicaA partir de uma experiência de trabalho como Psicóloga Clínica num Projecto de Luta Contra a Pobreza, deparámo-nos com inúmeras situações, histórias e sujeitos, misérias e desejos que quisemos pensar. Despojamento, interno infértil, miséria e aridez, impossibilidade de mobilizar recursos. Vazios. Encontrámos nos mitos continente para pensamentos/conteúdos despojados de sentido. A ponte entre a realidade externa, que dificilmente poderia 'a frio' ser pensada, foi-nos dada por Deméter, e o seu caminho entre a omnipotência, a presença eterna, a criação, o sucumbir de tudo face à perda, à ausência da filha Perséfone. O seu despojamento, o caminho enlouquecido numa procura despojada de sentido. Até ao (re)encontro com o objecto/Perséfone, transformado, contendo em si vida e morte, presença e ausência, fertilidade e aridez. Deméter aceita um objecto novo transformado, e aceita a ausência do objecto, permite-se a um acto de fé sobre o regresso do objecto ausente. Pensamos então Deméter, e o seu percurso, recorrendo ao pensamento de outros sobre a perda, o vazio, e a ausência. As teorias psicanalíticas sobre a melancolia, Abraham, Freud, Klein, a incorporação, Abraham e Torok, como forma de não pensar a ausência, e nada perder, porque tudo pode estar dentro, e sujeito pode ser e ter objecto. O buraco negro de Grotstein, e vazios, nadas sem continente, o nada centrípeto, que suga toda a energia psíquica para o interior do buraco negro que vai aumentando cada vez mais, e cada vez mais vai impedindo que algo possa ser pensado. Procuramos então, significar o sujeito que se (des)mobiliza numa procura, que parece ameaçar sempre com uma morte do desejo, que parece sucumbir numa procura esvaziada de sentido, numa procura caracterizada pelo desconhecimento do que se quer encontrar. Utilizando a metodologia projectiva, especificamente o Rorschach, compreendendo as respostas dadas como o resultado de um processo comunicacional que se opera no mundo interno do sujeito e entre o sujeito e o Rorschach. Olhámos as respostas dadas segundo três níveis de análise: o primeiro, que considera os princípios estabelecidos por Rausch de Traubenberg (1970) e Chabert (1997); o segundo, tem em conta os estudos de Marques (1999) sobre a natureza da simbolização no Rorschach; o terceiro nível considera os procedimentos específicos nascidos dos objectivos estabelecidos para este estudo, ordenados fundamentalmente em torno das questões do vazio e da sua intolerância, e dos processos melancólicos. Da análise dos protocolos podemos pensar em duas formas de vazio. Vazio que procura no vazio, que usa mecanismos primários na luta contra a perda do objecto. Vazio que esgravata em terra morta, que nada pode esconder. Aumentando mais a confusão, a ilusão de que o objecto poderá estar no infinito que é qualquer lugar. As estadias temporárias de objecto dentro, a expulsão desses mesmos objectos, que vão deixando restos deles mesmos dentro do sujeito. E o interno vai ficando cada vez mais despojado de sentido. A procura enlouquecida é a única forma de continuar ilusoriamente a acreditar que se sabe o que se procura, e que se pode ter o que se quer encontrar. Avidez que é fome permanente, que é impossibilidade de alimento que sacie, que é alimentar-se de tudo o que pode equivaler a alimento. Vazio que é vazio. Que desiste, mergulhando no interno que é vazio e falta e nada. É uma fome que se cala, e que definha, a renúncia ao outro, a tudo. Despojado, e (des)assombrado, o sujeito fica-se, sentado, sabendo que nada pode cobrir de cheio o vazio que sente. Procurar para quê? Outro, para quê? Duas formas de não elaborar lutos e perdas, ausências. Uma negando a perda, loucamente à procura, outra, com o peso da falha, da falta, da ausência a toldar tudo o que poderia ser avançar, transformar, pensar o que foi perdido.Instituto Superior de Psicologia AplicadaRepositório do ISPANascimento, Ana Paula da Silva2011-08-11T11:06:47Z2005-01-01T00:00:00Z2005-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/723porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T16:36:50Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/723Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:18:50.063059Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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