O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2004 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/100220 |
Resumo: | RESUMO - A Organização Mundial de Saúde continua a considerar o consumo de tabaco a principal causa evitável de doença e morte prematura, sobretudo nos países desenvolvidos. Estima-se que em Portugal morram cerca de 8500 fumadores por ano devido ao tabagismo. Não obstante os seus efeitos demolidores, fumar é um comportamento muito difundido no mundo inteiro e também em Portugal. Segundo os dados do Inquérito Nacional de Saúde de 1999, estima-se que fumem diariamente cerca de 29,3% dos homens e cerca de 7,9% das mulheres com mais de 15 anos, o que corresponde a um total de 1 626 597 portugueses fumadores (1 248 212 homens e 378 385 mulheres). Este valor pode estar subestimado, pois, segundo o Eurobarómetro, fumavam diariamente em 2000, em Portugal, cerca de 44% dos homens e 14% das mulheres (Commission Européenne, 2003). Apesar da dimensão atingida actualmente pela epidemia tabágica, Mendoza (1999) considera o tabagismo um problema vulnerável, como o foram outros problemas de saúde no passado. Um contributo importante para o controlo da epidemia passa pela assunção por parte dos médicos (e outros profissionais) dos riscos que fumar tem na saúde. Depois dessa tomada de consciência é importante que dêem o exemplo e deixem de fumar (se é que o fazem) ou, pelo menos, não o façam na presença dos seus pacientes. O passo seguinte é o seu envolvimento activo no tratamento de uma doença crónica, como hoje em dia é considerada a dependência da nicotina, tal como estão a fazer relativamente ao controlo de outros factores de risco para a saúde como as dislipidemias, a hipertensão, a diabetes, etc. Partindo do princípio de que uma abordagem mínima (que pode durar cerca de cinco a dez minutos) consegue taxas de abandono de 5%-10% (Lorza Blasco, 2002), podemos estimar que, se os profissionais de saúde dedicarem algum tempo à resolução deste problema, podem fazer com que 81 329 a 162 659 portugueses abandonem o hábito de fumar. |
id |
RCAP_f585295279779678071be24023c5c81a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:run.unl.pt:10362/100220 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associadaThe role of physicians and other health professionals in the control of the smoking epidemic and its associated morbimortalityRESUMO - A Organização Mundial de Saúde continua a considerar o consumo de tabaco a principal causa evitável de doença e morte prematura, sobretudo nos países desenvolvidos. Estima-se que em Portugal morram cerca de 8500 fumadores por ano devido ao tabagismo. Não obstante os seus efeitos demolidores, fumar é um comportamento muito difundido no mundo inteiro e também em Portugal. Segundo os dados do Inquérito Nacional de Saúde de 1999, estima-se que fumem diariamente cerca de 29,3% dos homens e cerca de 7,9% das mulheres com mais de 15 anos, o que corresponde a um total de 1 626 597 portugueses fumadores (1 248 212 homens e 378 385 mulheres). Este valor pode estar subestimado, pois, segundo o Eurobarómetro, fumavam diariamente em 2000, em Portugal, cerca de 44% dos homens e 14% das mulheres (Commission Européenne, 2003). Apesar da dimensão atingida actualmente pela epidemia tabágica, Mendoza (1999) considera o tabagismo um problema vulnerável, como o foram outros problemas de saúde no passado. Um contributo importante para o controlo da epidemia passa pela assunção por parte dos médicos (e outros profissionais) dos riscos que fumar tem na saúde. Depois dessa tomada de consciência é importante que dêem o exemplo e deixem de fumar (se é que o fazem) ou, pelo menos, não o façam na presença dos seus pacientes. O passo seguinte é o seu envolvimento activo no tratamento de uma doença crónica, como hoje em dia é considerada a dependência da nicotina, tal como estão a fazer relativamente ao controlo de outros factores de risco para a saúde como as dislipidemias, a hipertensão, a diabetes, etc. Partindo do princípio de que uma abordagem mínima (que pode durar cerca de cinco a dez minutos) consegue taxas de abandono de 5%-10% (Lorza Blasco, 2002), podemos estimar que, se os profissionais de saúde dedicarem algum tempo à resolução deste problema, podem fazer com que 81 329 a 162 659 portugueses abandonem o hábito de fumar.ABSTRACT - The World Health Organization considers smoking the most important and isolated cause of premature death and disease, mainly in developed countries. It is estimated that in Portugal 8500 smokers die daily due to their smoking habits. No matter its demolishing outcome, smoking is a widespread behavior in the whole world and Portugal is no exception. According to data of the National Health Inquiry of 1999, it is estimated that in Portugal 29.3% of men and 7.9% of woman with more than 15 years old smoke daily, which corresponds to a total of 1 626 597 smokers (1 248 212 men and 378 385 women). This data may be underestimated, since, in the year 2000, according to the Eurobarometter and in Portugal about 44% of men and 14% of women smoked daily (Commission Européene, 2003). In spite of the extension currently reached by the tobacco epidemic, Mendoza (1999) considers smoking a vulnerable problem as other disease problems were in the past. An important contribution to the epidemic control may be given by the assumption by physicians (and other health professionals) of the risks that smoking has on health. When that conscience is undertaken, it is important that they give the example and stop smoking (if that is the case) or at least they avoid doing it in front of their patients. The next step is their active involvement in the treatment of this chronic disease which the dependency on nicotine is considered today, such as is being done with other healthy risk conditions such as dislipidemies, hypertension, diabetes, etc. Taking as principle that a minimum approach (which may take five to ten minutes) can lead to abandon taxes of 5% to 10% (Lorza Blasco, 2002), we may estimate that, if the health professionals dedicate some time to the resolution of this problem, they will be able to help 81 329 to 162 659 Portuguese abandon smoking.Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde PúblicaRUNMacedo, ManuelPrecioso, José2020-07-02T17:01:03Z2004-072004-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/100220porMacedo, Manuel; Precioso, José - O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada = The role of physicians and other health professionals in the control of the smoking epidemic and its associated morbimortality. Revista Portuguesa de Saúde Pública. ISSN 0870-9025. Vol. 22, Nº 2 (Julho/Dezembro 2004), p. 91-1000870-9025info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:46:43Zoai:run.unl.pt:10362/100220Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:39:18.919524Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada The role of physicians and other health professionals in the control of the smoking epidemic and its associated morbimortality |
title |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada |
spellingShingle |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada Macedo, Manuel |
title_short |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada |
title_full |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada |
title_fullStr |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada |
title_full_unstemmed |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada |
title_sort |
O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada |
author |
Macedo, Manuel |
author_facet |
Macedo, Manuel Precioso, José |
author_role |
author |
author2 |
Precioso, José |
author2_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
RUN |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Macedo, Manuel Precioso, José |
description |
RESUMO - A Organização Mundial de Saúde continua a considerar o consumo de tabaco a principal causa evitável de doença e morte prematura, sobretudo nos países desenvolvidos. Estima-se que em Portugal morram cerca de 8500 fumadores por ano devido ao tabagismo. Não obstante os seus efeitos demolidores, fumar é um comportamento muito difundido no mundo inteiro e também em Portugal. Segundo os dados do Inquérito Nacional de Saúde de 1999, estima-se que fumem diariamente cerca de 29,3% dos homens e cerca de 7,9% das mulheres com mais de 15 anos, o que corresponde a um total de 1 626 597 portugueses fumadores (1 248 212 homens e 378 385 mulheres). Este valor pode estar subestimado, pois, segundo o Eurobarómetro, fumavam diariamente em 2000, em Portugal, cerca de 44% dos homens e 14% das mulheres (Commission Européenne, 2003). Apesar da dimensão atingida actualmente pela epidemia tabágica, Mendoza (1999) considera o tabagismo um problema vulnerável, como o foram outros problemas de saúde no passado. Um contributo importante para o controlo da epidemia passa pela assunção por parte dos médicos (e outros profissionais) dos riscos que fumar tem na saúde. Depois dessa tomada de consciência é importante que dêem o exemplo e deixem de fumar (se é que o fazem) ou, pelo menos, não o façam na presença dos seus pacientes. O passo seguinte é o seu envolvimento activo no tratamento de uma doença crónica, como hoje em dia é considerada a dependência da nicotina, tal como estão a fazer relativamente ao controlo de outros factores de risco para a saúde como as dislipidemias, a hipertensão, a diabetes, etc. Partindo do princípio de que uma abordagem mínima (que pode durar cerca de cinco a dez minutos) consegue taxas de abandono de 5%-10% (Lorza Blasco, 2002), podemos estimar que, se os profissionais de saúde dedicarem algum tempo à resolução deste problema, podem fazer com que 81 329 a 162 659 portugueses abandonem o hábito de fumar. |
publishDate |
2004 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2004-07 2004-07-01T00:00:00Z 2020-07-02T17:01:03Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10362/100220 |
url |
http://hdl.handle.net/10362/100220 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
Macedo, Manuel; Precioso, José - O papel dos médicos e outros profissionais de saúde no controlo da epidemia tabágica e da morbimortalidade a ela associada = The role of physicians and other health professionals in the control of the smoking epidemic and its associated morbimortality. Revista Portuguesa de Saúde Pública. ISSN 0870-9025. Vol. 22, Nº 2 (Julho/Dezembro 2004), p. 91-100 0870-9025 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799138009199673344 |