Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Colen, J. A.
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/55969
Resumo: Uma teoria da justiça intergeracional deve considerar que embora a conservação exija recursos, estes não são da mesma natureza e dimensão que os requeridos pela sua criação. A cultura musical dos alemães, ou individualmente uma composição de Mozart, e.g., implicam um investimento secular e em vidas, mas também em bens materiais e lazer, que não é da mesma natureza nem volume que o investimento que exige hoje a sua difusão – no limite a reprodução de um DVD. A mesma dificuldade se levanta em relação à educação, mesmo no sentido mais restrito da instrução escolar. Ou, num tom mais clássico podemos lembrar a metáfora da flauta que não deixou de ser usada de Platão a Amartya Sen. A flauta tem um componente material em madeira, exaurível, e uma ideia de flauta, que pode ser reproduzida ad infinitum. Uma teoria da justiça que ignore um dos componentes é necessariamente incompleta. Talvez o “estado estacionário” seja uma experiência mental tão pouco adequada como a de um progresso indefinido. Estes bens “imaterais”, tal como os bens cujo consumo públicos ou não-rivais podem e devem, em nossa opinião ser tratados numa contabilidade intergeracional, seguindo a mesma linha das propostas que, desde Samuelson e.g., tentaram corrigir a contabilidade nacional com recurso a melhores indicadores como o Bem Estar Líquido ou outros semelhantes. Talvez seja impraticável manter de forma constante e consistente numa estatística tais indicadores, mas não deve ser impossível usá-los para nos ajudar a pensar os problemas.
id RCAP_f620a03da07d6c4732d80a9ab4ae30c2
oai_identifier_str oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/55969
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel GosseriesJustiça intergeracionalEstado estacionárioClimate justiceGenerationsAxel GosseriesHumanidades::Filosofia, Ética e ReligiãoUma teoria da justiça intergeracional deve considerar que embora a conservação exija recursos, estes não são da mesma natureza e dimensão que os requeridos pela sua criação. A cultura musical dos alemães, ou individualmente uma composição de Mozart, e.g., implicam um investimento secular e em vidas, mas também em bens materiais e lazer, que não é da mesma natureza nem volume que o investimento que exige hoje a sua difusão – no limite a reprodução de um DVD. A mesma dificuldade se levanta em relação à educação, mesmo no sentido mais restrito da instrução escolar. Ou, num tom mais clássico podemos lembrar a metáfora da flauta que não deixou de ser usada de Platão a Amartya Sen. A flauta tem um componente material em madeira, exaurível, e uma ideia de flauta, que pode ser reproduzida ad infinitum. Uma teoria da justiça que ignore um dos componentes é necessariamente incompleta. Talvez o “estado estacionário” seja uma experiência mental tão pouco adequada como a de um progresso indefinido. Estes bens “imaterais”, tal como os bens cujo consumo públicos ou não-rivais podem e devem, em nossa opinião ser tratados numa contabilidade intergeracional, seguindo a mesma linha das propostas que, desde Samuelson e.g., tentaram corrigir a contabilidade nacional com recurso a melhores indicadores como o Bem Estar Líquido ou outros semelhantes. Talvez seja impraticável manter de forma constante e consistente numa estatística tais indicadores, mas não deve ser impossível usá-los para nos ajudar a pensar os problemas.info:eu-repo/semantics/publishedVersionUniversidade do Minho. Centro de Estudos Humanísticos (CEHUM)Universidade do MinhoColen, J. A.20142014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/55969por0807-8967http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0807-89672014000200022info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:03:08Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/55969Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:53:13.704224Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries
title Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries
spellingShingle Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries
Colen, J. A.
Justiça intergeracional
Estado estacionário
Climate justice
Generations
Axel Gosseries
Humanidades::Filosofia, Ética e Religião
title_short Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries
title_full Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries
title_fullStr Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries
title_full_unstemmed Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries
title_sort Comentário ao texto 'Nações, Gerações e justiça climática' de Axel Gosseries
author Colen, J. A.
author_facet Colen, J. A.
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade do Minho
dc.contributor.author.fl_str_mv Colen, J. A.
dc.subject.por.fl_str_mv Justiça intergeracional
Estado estacionário
Climate justice
Generations
Axel Gosseries
Humanidades::Filosofia, Ética e Religião
topic Justiça intergeracional
Estado estacionário
Climate justice
Generations
Axel Gosseries
Humanidades::Filosofia, Ética e Religião
description Uma teoria da justiça intergeracional deve considerar que embora a conservação exija recursos, estes não são da mesma natureza e dimensão que os requeridos pela sua criação. A cultura musical dos alemães, ou individualmente uma composição de Mozart, e.g., implicam um investimento secular e em vidas, mas também em bens materiais e lazer, que não é da mesma natureza nem volume que o investimento que exige hoje a sua difusão – no limite a reprodução de um DVD. A mesma dificuldade se levanta em relação à educação, mesmo no sentido mais restrito da instrução escolar. Ou, num tom mais clássico podemos lembrar a metáfora da flauta que não deixou de ser usada de Platão a Amartya Sen. A flauta tem um componente material em madeira, exaurível, e uma ideia de flauta, que pode ser reproduzida ad infinitum. Uma teoria da justiça que ignore um dos componentes é necessariamente incompleta. Talvez o “estado estacionário” seja uma experiência mental tão pouco adequada como a de um progresso indefinido. Estes bens “imaterais”, tal como os bens cujo consumo públicos ou não-rivais podem e devem, em nossa opinião ser tratados numa contabilidade intergeracional, seguindo a mesma linha das propostas que, desde Samuelson e.g., tentaram corrigir a contabilidade nacional com recurso a melhores indicadores como o Bem Estar Líquido ou outros semelhantes. Talvez seja impraticável manter de forma constante e consistente numa estatística tais indicadores, mas não deve ser impossível usá-los para nos ajudar a pensar os problemas.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014
2014-01-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1822/55969
url http://hdl.handle.net/1822/55969
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 0807-8967
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0807-89672014000200022
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade do Minho. Centro de Estudos Humanísticos (CEHUM)
publisher.none.fl_str_mv Universidade do Minho. Centro de Estudos Humanísticos (CEHUM)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799132310568697856