USO DO LEITE COMO DESINTOXICANTE EM PINTORES: QUAL A EVIDÊNCIA?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532019000100038 |
Resumo: | RESUMO Introdução/enquadramento/objetivos: Durante muitos anos, as empresas forneciam aos trabalhadores expostos a alguns agentes químicos uma dose diária de leite e consideravam o dever de segurança ocupacional cumprido. Isso ocorria, no entanto, numa altura em que a tecnologia de extração/ventilação (e outras medidas de proteção coletiva), bem como o uso de equipamentos de proteção individual não desempenhavam um papel fundamental na Prevenção. Em fóruns, os efeitos aparentemente terapêuticos do leite são discutidos inúmeras vezes, quando se fala das consequências de trabalhar como Pintor, para evitar algumas doenças profissionais. Constantemente, chegam pedidos de parecer a respeito da distribuição de leite a trabalhadores expostos a determinados agentes químicos em atividades industriais. Até mesmo em incêndios é frequente ser feito o mesmo raciocínio. Pretendeu-se com esta revisão adquirir mais conhecimentos sobre a temática, de forma a que a equipa de Saúde Ocupacional atue e emita pareceres, de acordo com a evidência científica atual. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Bibliográfica Integrativa, iniciada através de uma pesquisa realizada em fevereiro de 2019 nas bases de dados CINAHL Complete, MEDLINE Complete, Nursing & Allied Health Collection: Comprehensive, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Library, Information Science & Technology Abstracts, MedicLatina, PUBMED e RCAAP, bem como pesquisa em formato livre. Conteúdo/Resultados: A história inicial do uso do leite como desintoxicante derivou da exposição inicial a trabalhadores (pintores) que contatavam com Chumbo. Encontram-se algumas revisões teóricas sobre esta problemática em estudos em animais, ainda que sem evidência consensual e em humanos os estudos apresentam carácter pouco robusto. Em relação a outros agentes químicos não existe evidência publicada. Conclusões: A evidência atual não mostra benefício no incentivo do aumento de consumo de leite como elemento neutralizante de intoxicação ou envenenamento. As medidas preventivas sobre exposição ocupacional devem-se basear essencialmente em práticas de higiene industrial adequadas e em vigilâncias regulares preventivas. Esta crença é produto do hábito comportamental organizacional não baseado em evidências científicas. Contudo, é comum que alguns funcionários ainda a mantenham, sobretudo na indústria da Pintura Automóvel. |
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