Fatores determinantes de úlceras de pressão na pessoa em situação crítica em cuidados intensivos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morais, Jorge dos Santos
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/1452
Resumo: A pessoa em situação crítica apresenta caraterísticas relacionadas com a gravidade do seu quadro clínico que a podem tornar mais suscetível ao desenvolvimento de úlceras de pressão. O enfermeiro que lhe presta cuidados, ao conhecer melhor esses fatores, poderá mais eficazmente planear e implementar intervenções tendentes a evitar esta complicação. Este estudo tem como objetivos analisar fatores determinantes da incidência e analisar fatores determinantes da prevalência de úlceras de pressão na pessoa em situação crítica, numa Unidade de Cuidados Intensivos. Desenvolveu-se assim um estudo descritivo-correlacional, retrospetivo, que analisou uma amostra sequencial de 1014 admissões numa Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente no Norte de Portugal, entre 1 de junho de 2012 e 31 de maio de 2014, através da análise dos registos informáticos do internamento na Unidade. Verificou-se predominância de pessoas do sexo masculino (58,5%) e com uma média de idades de 61,9 ± 15,7 anos. As principais causas de admissão foram de foro médico (49,2%), sendo o diagnóstico clínico de admissão mais frequente a infeção e sépsis (19,7%). O score de APACHE II verificado foi de 20,6± 9,1, tendo-se verificado um tempo de internamento médio na Unidade de 6,75 ± 7,265 dias. O risco de desenvolvimento de úlceras de pressão, avaliado pela Escala de Braden na admissão, foi de 11,14 ± 2,872. A prevalência de úlceras de pressão foi de 19,3% com localização anatómica predominante na região do sacro (51,5%) e de categoria II (35%) e a taxa de incidência foi de 11,4%, sendo a localização anatómica mais frequente das úlceras também no sacro (50,3%) e de categoria II (38,4%), demorando em média 7,32± 6,915 dias para se desenvolver a primeira úlcera na UCI. Os resultados analíticos, verificados no momento da admissão, eram inferiores aos valores de referência para a hemoglobina em 83% dos casos, para a albumina em 84,7% dos casos e para as proteínas totais em 94,1%. Verificou-se ainda que 90,3% das pessoas apresentavam valores de proteína C reativa elevados na admissão.A administração de noradrenalina e dopamina foi feita em 40,13% e 18,6% das pessoas, respetivamente. Verificou-se relação estatisticamente significativa entre o sexo masculino e o desenvolvimento de úlceras de pressão (sig 0,000) assim como entre a maior gravidade da doença, analisada pelo valor do APACHE II na admissão, e o seu desenvolvimento (sig 0,000). Confirmou-se a relação entre o menor valor da Escala de Braden e o desenvolvimento de úlceras (sig 0,000). Constatou-se a importância dos valores analíticos na avaliação do risco de úlceras, ao verificar-se relação estatística entre a baixa hemoglobina (sig 0,000), o baixo valor de proteínas séricas (sig 0,004) e a hipoalbuminémia (sig 0,000) com o desenvolvimento de úlceras de pressão na pessoa em situação crítica. Verificou-se ainda relação estatística entre elevados valores de proteína C reativa e o desenvolvimento de úlcera (sig 0,000). A relação estatística entre o tempo de administração de noradrenalina e o desenvolvimento de úlceras na UCI ficou provado (sig 0,000), mas tal não se verificou em relação ao tempo de administração de dopamina (sig 0,057). Com este trabalho, verificou-se que o desenvolvimento de úlceras de pressão na pessoa em situação crítica é multifatorial e o enfermeiro deve ter em conta esses fatores quando estabelece o risco, planeia, executa e avalia os seus cuidados.
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Desenvolveu-se assim um estudo descritivo-correlacional, retrospetivo, que analisou uma amostra sequencial de 1014 admissões numa Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente no Norte de Portugal, entre 1 de junho de 2012 e 31 de maio de 2014, através da análise dos registos informáticos do internamento na Unidade. Verificou-se predominância de pessoas do sexo masculino (58,5%) e com uma média de idades de 61,9 ± 15,7 anos. As principais causas de admissão foram de foro médico (49,2%), sendo o diagnóstico clínico de admissão mais frequente a infeção e sépsis (19,7%). O score de APACHE II verificado foi de 20,6± 9,1, tendo-se verificado um tempo de internamento médio na Unidade de 6,75 ± 7,265 dias. O risco de desenvolvimento de úlceras de pressão, avaliado pela Escala de Braden na admissão, foi de 11,14 ± 2,872. A prevalência de úlceras de pressão foi de 19,3% com localização anatómica predominante na região do sacro (51,5%) e de categoria II (35%) e a taxa de incidência foi de 11,4%, sendo a localização anatómica mais frequente das úlceras também no sacro (50,3%) e de categoria II (38,4%), demorando em média 7,32± 6,915 dias para se desenvolver a primeira úlcera na UCI. Os resultados analíticos, verificados no momento da admissão, eram inferiores aos valores de referência para a hemoglobina em 83% dos casos, para a albumina em 84,7% dos casos e para as proteínas totais em 94,1%. Verificou-se ainda que 90,3% das pessoas apresentavam valores de proteína C reativa elevados na admissão.A administração de noradrenalina e dopamina foi feita em 40,13% e 18,6% das pessoas, respetivamente. Verificou-se relação estatisticamente significativa entre o sexo masculino e o desenvolvimento de úlceras de pressão (sig 0,000) assim como entre a maior gravidade da doença, analisada pelo valor do APACHE II na admissão, e o seu desenvolvimento (sig 0,000). Confirmou-se a relação entre o menor valor da Escala de Braden e o desenvolvimento de úlceras (sig 0,000). Constatou-se a importância dos valores analíticos na avaliação do risco de úlceras, ao verificar-se relação estatística entre a baixa hemoglobina (sig 0,000), o baixo valor de proteínas séricas (sig 0,004) e a hipoalbuminémia (sig 0,000) com o desenvolvimento de úlceras de pressão na pessoa em situação crítica. Verificou-se ainda relação estatística entre elevados valores de proteína C reativa e o desenvolvimento de úlcera (sig 0,000). A relação estatística entre o tempo de administração de noradrenalina e o desenvolvimento de úlceras na UCI ficou provado (sig 0,000), mas tal não se verificou em relação ao tempo de administração de dopamina (sig 0,057). Com este trabalho, verificou-se que o desenvolvimento de úlceras de pressão na pessoa em situação crítica é multifatorial e o enfermeiro deve ter em conta esses fatores quando estabelece o risco, planeia, executa e avalia os seus cuidados.The critical care patient presents characteristics related to the severity of his medical condition that make him more susceptible to the development of pressure ulcers. The nurse in the intensive care unit needs to know these factors, to effectively plan and implement care aimed to avoid pressure ulcers. This study´s objectives are to analyze the determinant factors of the incidence and the determinant factors of the prevalence of pressure ulcers in the critical care patient in an intensive care unit. We developed a descriptive and correlational study, retrospective, which studied a sequential sample of 1014 admissions in a Polyvalent Intensive Care Unit in Northern Portugal, between June 1, 2012 and May 31, 2014, through the analysis of computer records. There was a predominance of males (58.5%) with a mean age 61.9 ± 15.7 years. The main causes of admission were medical conditions (49.2%) and the most common clinical diagnosis at admission was infection and sepsis (19.7%). The mean APACHE II score was 20.6 ± 9.1, and the average length of stay in the unit was 6.75 ± 7.265 days. The risk of pressure ulcers development, assessed by the Braden Scale on admission, was 11.14 ± 2.872. The prevalence of pressure ulcers was 19.3%, with predominance in the sacral region (51.5%) and Stage II (35%) and the incidence rate was 11.4%, with the most common anatomical location for ulcers also in the sacrum (50.3%) and Stage II (38.4%), taking an average of 7.32 ± 6.915 days to develop the first ulcer in the ICU. The patients’ blood tests results at the time of admission for hemoglobin were lower than reference values in 83% of cases, for albumin in 84.7% of cases, and the total protein in 94.1%. We found that 90.3% of individuals had high values of reactive C protein on admission. The administration of norepinephrine and dopamine occurred in 40.13% and 18.6% of patients, respectively. There was a statistically significant relation between the male gender and the development of pressure ulcers (sig 0.000), and between the higher severity, assessed by the APACHE II score on admission, and its development (sig 0.000).We confirmed the statistical relation between a lower Braden Scale score and the development of ulcers (sig 0.000). It was highlighted the importance of the blood tests results in assessing the risk of ulcers, when we found a statistical relation between low hemoglobin (sig 0.000), low total protein (sig 0.004) and hypoalbuminemia (sig 0.000) and the development of pressure ulcers in critical care patients. We also found relation between elevated Creactive protein levels and the development of ulcers (sig 0.000). The statistical relation between norepinephrine administration and the development of ulcers in the ICU was proved (sig 0.000), but not between time (in hours) of dopamine perfusion and pressure ulcer development (sig 0.057). With this study, we found that many factors play a part in the development of pressure ulcers in critical care patients, and nurses must take into account these factors when they determine the risk, plan, execute and evaluate their care.2016-01-13T11:41:01Z2015-12-10T00:00:00Z2015-12-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/1452TID:201039869porMorais, Jorge dos Santosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:37:15Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/1452Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:43:40.000479Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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