“Se estava tudo bem, porque é que eu havia de ir a uma obstetra?”: identidade, risco e consumo de tecnologia médica no parto domiciliar em Portugal
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.7458/SPP2016825922 |
Resumo: | O parto domiciliar contemporâneo é um fenómeno raro, pouco visível e, enquanto terreno empírico, é pouco explorado. Partindo de entrevistas a mulheres e casais que experienciaram um parto em casa planeado, o artigo pretende fornecer um primeiro retrato sociológico do fenómeno em Portugal. Este surge não como um retorno ao tradicional ou uma procura de uma experiência mística, mas antes como um acontecimento físico concreto, grandemente enformado por conhecimento científico e médico, que se inscreve numa procura de coerência identitária. Emergiram diversas perceções de risco social e de risco médico, tornando-se visível um consumo reflexivo de tecnologias médicas modelado por essas mesmas perceções. Ainda que destitua algum do protagonismo da medicina na gravidez e no parto, de facto não pode dizer-se que se trate de um fenómeno de desmedicalização. |
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“Se estava tudo bem, porque é que eu havia de ir a uma obstetra?”: identidade, risco e consumo de tecnologia médica no parto domiciliar em Portugal"¿Si estaba todo bien, porqué tuve que ir a un obstetra?": identidad, riesgo y consumo de tecnología médica en el parto domiciliar en Portugal“Si tout allait bien, pourquoi aurais-je dû consulter un obstétricien?“: identité, risque et consommation de technologie médicale dans l’accouchement à domicile au Portugal“Se estava tudo bem, porque é que eu havia de ir a uma obstetra?”: identidade, risco e consumo de tecnologia médica no parto domiciliar em PortugalArtigosO parto domiciliar contemporâneo é um fenómeno raro, pouco visível e, enquanto terreno empírico, é pouco explorado. Partindo de entrevistas a mulheres e casais que experienciaram um parto em casa planeado, o artigo pretende fornecer um primeiro retrato sociológico do fenómeno em Portugal. Este surge não como um retorno ao tradicional ou uma procura de uma experiência mística, mas antes como um acontecimento físico concreto, grandemente enformado por conhecimento científico e médico, que se inscreve numa procura de coerência identitária. Emergiram diversas perceções de risco social e de risco médico, tornando-se visível um consumo reflexivo de tecnologias médicas modelado por essas mesmas perceções. Ainda que destitua algum do protagonismo da medicina na gravidez e no parto, de facto não pode dizer-se que se trate de um fenómeno de desmedicalização.Contemporary home births are rare and quite invisible phenomena, and quite unexplored as an empirical field. From interviewing women and couples who experienced a planned home birth, this article aims to give an initial sociological portrait of this phenomenon in Portugal. It is shown to be not a return of the traditional or a search for a mystical experience, but rather a physical and concrete happening, strongly shaped by scientific and medical knowledge, within a search for identity coherence. Several social and medical risk perceptions emerged, as well as a reflexive consumption of medical technologies framed by these same perceptions. Despite the fact that home birth detracts the relevance of medicine during pregnancy and birth, it is not possible to frame it as a phenomenon of demedicalisation.El parto domiciliario contemporáneo es un fenómeno raro, poco visible y como terreno empírico está poco explorado. Partiendo de entrevistas a mujeres y parejas que han experimentado un parto en casa planificado, el artículo pretende mostrar un primer retrato sociológico del fenómeno en Portugal. Este surge, no como un regreso a lo tradicional o una búsqueda de una experiencia mística, sino como un acontecimiento físico concreto extremadamente enmarcado por el conocimiento científico y médico, que se inscribe en la búsqueda de una coherencia identitaria. Surgieran diferentes percepciones de riesgo social y riesgo médico, y un consumo reflexivo de las tecnologías médicas modelado por estas percepciones. Aunque le quita algún protagonismo a la Medicina en el embarazo y parto, de hecho no se puede decir que se trate de un fenómeno de desmedicalización.L’accouchement à domicile contemporain est un phénomène rare, peu visible et en tant que terrain empirique il est peu exploré. À partir d’entretiens avec des femmes et des couples qui ont vécu un accouchement programmé à la maison, l’article prétend fournir un premier portrait sociologique de ce phénomène au Portugal. Celui-ci apparaît, non comme un retour au traditionnel ou comme la recherche d’une expérience mystique, mais plutôt comme un évènement physique concret, énormément formé par la connaissance scientifique et médicale, qui s’inscrit dans une recherche de cohérence identitaire. Diverses perceptions de risque social et médical ont surgi, ce qui a permis l’analyse d’une consommation réfléchissante de technologies médicales modelées par ces perceptions. Bien que l’accouchement à domicile enlève de l’importance à la médecine de la grossesse et de l’accouchement, on ne peut cependant pas dire qu’il s’agisse d’un phénomène de démédicalisation.Mundos Sociais, CIES-IUL, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)2016-07-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.7458/SPP2016825922por2182-79070873-6529Santos, Mário J. D. S.Augusto, Améliainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-28T12:16:26Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/5922Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:46:29.206809Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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