Irene Lucília Andrade: resgate(s) do passado para um questionamento do presente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Leonor Martins
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.13/4726
Resumo: Cremos encontrar na obra de Irene Lucília Andrade, num resgate constante de um tempo findo, a exaltação das relações afetivas que a era da globalização tende a apagar. Com efeito, a escrita desta autora nascida na ilha da Madeira tece uma crítica ao presente da cultura da ostentação, apelando, a voz do texto, à cultura pretérita do afeto. Por razões de ordem prática, percorrer-se-á de uma forma necessariamente sumária dois textos da referida escritora: um livro de poemas e uma compilação de narrativas breves. Por um lado, Água de Mel e Manacá (2002), por outro, A Penteada ou o Fim do Caminho (2004), uma vez que ambos os livros apelam à preservação de vivências de outrora, alicerçadas no reconhecimento de laços fraternos, por oposição a uma cultura da indiferença e do provento fácil que parece vir, paulatinamente, a caraterizar a sociedade atual. Nessa cultura da memória que tem vindo a marcar quer a poesia, quer a narrativa, a sua produção surge como um testemunho de uma consciência crítica, nascida de um sentimento de perda da cultura da fraternidade e da humildade. A memória do tempo pretérito não somente recupera a existência do passado como permite pensar o presente, perspetivando, ainda, o futuro desejado. Assim, o poder construtivo da recordação abre um espaço de questionamento e revelam novas convergências numa completude que se alicerce nos valores da consolidação da amizade, no reatar de laços sociais, para poder voltar, novamente, a recuperar o que foi desaparecendo ao sabor da megalomania do homem moderno.
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