Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Thomas Ferreira da Costa
Data de Publicação: 1987
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/35361
Resumo: O plutão granítico de Penanacor-Monsanto apresenta três tipos de granitos hercínicos em disposição concêntrica. O granito porfiróide de grão grosseiro biotítico-moscovítico (G I) envolve o granito porfiróide de grão grosseiro moscovítico-biotítico (G III). O granito porfiróide de grão médio biotítico-moscovítico aflora entre os granitos G I e G III e é designado por G II W e aflora também envolvendo o granito G I a NW, sendo então designado por G II Z. Estes granitos geralmente apresentam-se alterados e, por isso, dominantemente como moscovítico-biotíticos. O granito de grão médio a grosseiro moscovítico-biotítico (G IV) aflora na periferia do plutão, o granito porfiróide de grão médio a grosseiro moscovítico (G V) ocorre em dois pequenos afloramentos entre os granitos G I e G III. Afloramentos e filões de aplitos instruíram os granitos G II W e G II Z e filões de quartzo com apatite cortam os granitos G III e G V. As rochas graníticas não alteradas são peraluminosas, excepto o granito G II W que é metaluminoso. Contudo os granitos alterados metassomaticamente podem ser metaluminosos, mas se o seu grau de alteração for intenso são peraluminosos (granitos G IV e G V). Os diagramas de variação da maioria dos óxidos e elementos menores das rochas graníticas não alteradas e das micas indicam fraccionação. A variação da composição dos fenocristais de plagioclase e os diagramas de terras raras indicam que o granito G III derivará do granito G I por cristalização fraccionada, enquanto o granito G II Z derivará do granito G II W pelo mesmo mecanismo. Põe-se a hipótese dos aplitos que cortam os granitos G II Z e G II W derivarem, possivelmente, do granito G I por cristalização fraccionada, mas só o estudo mais profundo permitirá uma conclusão incontroversa. Os granitos não alterados e os aplitos foram provavelmente originados a cerca de 3.5 Kbar, sendo os granitos a 690˚C e os aplitos 680˚C, tendo-se no geral completado a cristalização entre 450 e 500˚C. Os granitos G I, G II W, G II Z e G III sofreram alterações hidrotermais, as quais foram mais intensas nos granitos G II W e G II Z, dando origem aos granitos G V e G IV, respectivamente. As alterações hidrotermais modificaram o quimismo dos granitos e seus minerais e ter-se- iam iniciado a cerca de 400˚C e à pressão certamente inferior a 3.5 Kbar. Os fluidos teriam sido dominantemente hidrotermais, libertados durante as fases finais da solidificação granítica, embora alguma água meteórica estivesse provavelmente envolvida. Os fluidos seriam ricos em Na, F, Nb, Sn, Y, Rb, e pobres em Ti, Fr, Mg, Ca, Ba, Nd, Cr, e Cu. Das rochas graníticas não alteradas, só um aplito apresenta teor de Sn significativo de 24 ppm e a cristalização fraccionada será certamente o mecanismo responsável por este teor. Os teores de Sn mais elevados foram encontrados nos granitos metassomáticos G IV e G V, sendo os fluidos hidrotermais responsáveis por estas concentrações.
id RCAP_f7e912aff8d3313ce231adcf494eb31e
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/35361
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estaníferaGeoquímicaGeoquímica - PortugalPlutão - PortugalPenamacor-Monsanto - PortugalMinerais - PortugalRochas graníticas - PortugalO plutão granítico de Penanacor-Monsanto apresenta três tipos de granitos hercínicos em disposição concêntrica. O granito porfiróide de grão grosseiro biotítico-moscovítico (G I) envolve o granito porfiróide de grão grosseiro moscovítico-biotítico (G III). O granito porfiróide de grão médio biotítico-moscovítico aflora entre os granitos G I e G III e é designado por G II W e aflora também envolvendo o granito G I a NW, sendo então designado por G II Z. Estes granitos geralmente apresentam-se alterados e, por isso, dominantemente como moscovítico-biotíticos. O granito de grão médio a grosseiro moscovítico-biotítico (G IV) aflora na periferia do plutão, o granito porfiróide de grão médio a grosseiro moscovítico (G V) ocorre em dois pequenos afloramentos entre os granitos G I e G III. Afloramentos e filões de aplitos instruíram os granitos G II W e G II Z e filões de quartzo com apatite cortam os granitos G III e G V. As rochas graníticas não alteradas são peraluminosas, excepto o granito G II W que é metaluminoso. Contudo os granitos alterados metassomaticamente podem ser metaluminosos, mas se o seu grau de alteração for intenso são peraluminosos (granitos G IV e G V). Os diagramas de variação da maioria dos óxidos e elementos menores das rochas graníticas não alteradas e das micas indicam fraccionação. A variação da composição dos fenocristais de plagioclase e os diagramas de terras raras indicam que o granito G III derivará do granito G I por cristalização fraccionada, enquanto o granito G II Z derivará do granito G II W pelo mesmo mecanismo. Põe-se a hipótese dos aplitos que cortam os granitos G II Z e G II W derivarem, possivelmente, do granito G I por cristalização fraccionada, mas só o estudo mais profundo permitirá uma conclusão incontroversa. Os granitos não alterados e os aplitos foram provavelmente originados a cerca de 3.5 Kbar, sendo os granitos a 690˚C e os aplitos 680˚C, tendo-se no geral completado a cristalização entre 450 e 500˚C. Os granitos G I, G II W, G II Z e G III sofreram alterações hidrotermais, as quais foram mais intensas nos granitos G II W e G II Z, dando origem aos granitos G V e G IV, respectivamente. As alterações hidrotermais modificaram o quimismo dos granitos e seus minerais e ter-se- iam iniciado a cerca de 400˚C e à pressão certamente inferior a 3.5 Kbar. Os fluidos teriam sido dominantemente hidrotermais, libertados durante as fases finais da solidificação granítica, embora alguma água meteórica estivesse provavelmente envolvida. Os fluidos seriam ricos em Na, F, Nb, Sn, Y, Rb, e pobres em Ti, Fr, Mg, Ca, Ba, Nd, Cr, e Cu. Das rochas graníticas não alteradas, só um aplito apresenta teor de Sn significativo de 24 ppm e a cristalização fraccionada será certamente o mecanismo responsável por este teor. Os teores de Sn mais elevados foram encontrados nos granitos metassomáticos G IV e G V, sendo os fluidos hidrotermais responsáveis por estas concentrações.2022-11-30T09:07:42Z1987-01-01T00:00:00Z1987info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/35361porCampos, Thomas Ferreira da Costainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:07:23Zoai:ria.ua.pt:10773/35361Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:06:07.336483Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera
title Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera
spellingShingle Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera
Campos, Thomas Ferreira da Costa
Geoquímica
Geoquímica - Portugal
Plutão - Portugal
Penamacor-Monsanto - Portugal
Minerais - Portugal
Rochas graníticas - Portugal
title_short Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera
title_full Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera
title_fullStr Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera
title_full_unstemmed Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera
title_sort Geoquímica das rochas graníticas e seus minerais do plutão de Penamacor-Monsanto e algumas considerações sobre possível mineralização estanífera
author Campos, Thomas Ferreira da Costa
author_facet Campos, Thomas Ferreira da Costa
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Campos, Thomas Ferreira da Costa
dc.subject.por.fl_str_mv Geoquímica
Geoquímica - Portugal
Plutão - Portugal
Penamacor-Monsanto - Portugal
Minerais - Portugal
Rochas graníticas - Portugal
topic Geoquímica
Geoquímica - Portugal
Plutão - Portugal
Penamacor-Monsanto - Portugal
Minerais - Portugal
Rochas graníticas - Portugal
description O plutão granítico de Penanacor-Monsanto apresenta três tipos de granitos hercínicos em disposição concêntrica. O granito porfiróide de grão grosseiro biotítico-moscovítico (G I) envolve o granito porfiróide de grão grosseiro moscovítico-biotítico (G III). O granito porfiróide de grão médio biotítico-moscovítico aflora entre os granitos G I e G III e é designado por G II W e aflora também envolvendo o granito G I a NW, sendo então designado por G II Z. Estes granitos geralmente apresentam-se alterados e, por isso, dominantemente como moscovítico-biotíticos. O granito de grão médio a grosseiro moscovítico-biotítico (G IV) aflora na periferia do plutão, o granito porfiróide de grão médio a grosseiro moscovítico (G V) ocorre em dois pequenos afloramentos entre os granitos G I e G III. Afloramentos e filões de aplitos instruíram os granitos G II W e G II Z e filões de quartzo com apatite cortam os granitos G III e G V. As rochas graníticas não alteradas são peraluminosas, excepto o granito G II W que é metaluminoso. Contudo os granitos alterados metassomaticamente podem ser metaluminosos, mas se o seu grau de alteração for intenso são peraluminosos (granitos G IV e G V). Os diagramas de variação da maioria dos óxidos e elementos menores das rochas graníticas não alteradas e das micas indicam fraccionação. A variação da composição dos fenocristais de plagioclase e os diagramas de terras raras indicam que o granito G III derivará do granito G I por cristalização fraccionada, enquanto o granito G II Z derivará do granito G II W pelo mesmo mecanismo. Põe-se a hipótese dos aplitos que cortam os granitos G II Z e G II W derivarem, possivelmente, do granito G I por cristalização fraccionada, mas só o estudo mais profundo permitirá uma conclusão incontroversa. Os granitos não alterados e os aplitos foram provavelmente originados a cerca de 3.5 Kbar, sendo os granitos a 690˚C e os aplitos 680˚C, tendo-se no geral completado a cristalização entre 450 e 500˚C. Os granitos G I, G II W, G II Z e G III sofreram alterações hidrotermais, as quais foram mais intensas nos granitos G II W e G II Z, dando origem aos granitos G V e G IV, respectivamente. As alterações hidrotermais modificaram o quimismo dos granitos e seus minerais e ter-se- iam iniciado a cerca de 400˚C e à pressão certamente inferior a 3.5 Kbar. Os fluidos teriam sido dominantemente hidrotermais, libertados durante as fases finais da solidificação granítica, embora alguma água meteórica estivesse provavelmente envolvida. Os fluidos seriam ricos em Na, F, Nb, Sn, Y, Rb, e pobres em Ti, Fr, Mg, Ca, Ba, Nd, Cr, e Cu. Das rochas graníticas não alteradas, só um aplito apresenta teor de Sn significativo de 24 ppm e a cristalização fraccionada será certamente o mecanismo responsável por este teor. Os teores de Sn mais elevados foram encontrados nos granitos metassomáticos G IV e G V, sendo os fluidos hidrotermais responsáveis por estas concentrações.
publishDate 1987
dc.date.none.fl_str_mv 1987-01-01T00:00:00Z
1987
2022-11-30T09:07:42Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/35361
url http://hdl.handle.net/10773/35361
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137715882557440