O impacto da dor na qualidade de vida do doente oncológico: factores psicossociais na dor
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/89 http://hdl.handle.net/20.500.11816/89 |
Resumo: | O surgimento de uma doença como o cancro, implica uma adaptação e uma reorganização da vida do sujeito, onde aspectos psicológicos individuais têm um papel essencial no modo como o indivíduo reage, lida e supera a doença. O objectivo central deste estudo foi o de avaliar o impacto que o cancro da mamã e a dor a esta associada acarretam na qualidade de vida dos doentes, bem como analisar a influência de variáveis psicossociais seleccionadas (ansiedade, depressão e estilos de coping) na percepção de dor e na qualidade de vida do doente oncológico. A população deste estudo incluiu 50 mulheres com diagnóstico de cancro da mama, presentemente, em tratamento de quimioterapia, no serviço de Oncologia do Centro Hospitalar do Alto Ave, que foram avaliadas num único momento. Foram administrados o Questionário de Caracterização Sócio — Demográfica (construído pelos autores); o "McGill Pain Questionnaire" (traduzido e adaptado por Pimenta, C. A. de M.; Teixeira, M. J., 1996); o "Cuestionario de Afrontamiento al Dolor" (Soriano, J. & Monsalve, V. (2002); traduzido e adaptado por Dias, A., 2006); o "Hospital Anxiety and Depression Scale" (traduzido e adaptado por Mclntyre, Pereira, Gouveia, Silva & Araújo-Soares, 1999); e o "Health Survey Short-Form, SF- 36" (Ware e Sherborne, 1992, traduzido e adaptado por Ferreira P., 1998). Observamos que mais de metade da população estudada apresentava dor relacionada com a doença (66%). Por sua vez a intensidade da dor associava-se com diminuição na Qualidade de Vida para a Componente Física (rank médio (sem dor)= 38.00; rank médio (com dor)=19.06; p=0.000) e para a Componente Mental (rank médio (sem dor)=32.97; rank médio (com dor)=21.65; p=0.009) dos doentes; e também se reflectia em maiores níveis de ansiedade (rank médio (sem dor)=14.12; rank médio (com dor)=31.36; p=0.000) e depressão (rank médio (sem dor)=16.85; rank médio (com dor)=29.95; p=0.002). Quanto às estratégias de coping verificou-se que não existia correlação significativa entre as subescalas do CAD-Re a intensidade da dor oncológica quer para as estratégia de afrontamento á dor passivas (rank médio (sem dor)=21.87; rank médio (com dor)=25.00; p=0.464) quer para as activas (rank médio (sem dor)=23.00; rank médio (com dor)=24.47; p= 0.732), á excepção da estratégia activa de afrontamento á dor "Distracção" (rs=-.375; p=0.009). Observou-se ainda que doentes com estilos de afrontamento à dor mais passivos apresentavam um menor nível de qualidade de vida, uma vez que se verificou uma relação significativa entre a medida sumário da escala de estado de saúde "Componente mental" e estes estilos de afrontamento á dor (rs=-0.386; p=0.007), e outras sub-escalas. Por último verificamos que indivíduos que apresentam maiores valores na escala de estratégias de afrontamento á dor "Religião" e a medida sumário "Afrontamento passivo", apresentam valores mais elevados nas escalas de ansiedade e depressão pelo que provavelmente doentes com ansiedade e depressão utilizam menos estilos de afrontamento á dor activos. Concluímos que a maioria destas mulheres sofre com dor oncológica, dor esta que acarreta com ela diversas implicações ao nível da qualidade de vida, estilos de coping e do aparecimento ou agravamento de ansiedade e depressão, conforme verificamos no nosso estudo. |
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