Efeito de dois programas: intervenção psicomotora e treino cognitivo, na função cognitiva e depressão em idosos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Ana Isabel Pinto de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/5750
Resumo: O aumento da esperança média de vida é uma das maiores conquistas da atualidade, todavia as demências e a depressão emergem como algumas das maiores ameaças de saúde mental e pública. O crescente número de idosos torna premente a abordagem destes problemas e a necessidade de ação, assumindo as intervenções não farmacológicas um tema de grande interesse e debate para a comunidade em geral. Face ao exposto, o objetivo do presente estudo foi verificar o impacto de dois programas: intervenção psicomotora e treino cognitivo, na função cognitiva e depressão em idosos institucionalizados. Esta investigação está organizada em 2 estudos. O primeiro estudo teve como objetivo verificar o efeito e interação entre a idade, escolaridade, tempo de institucionalização e exercício físico na função cognitiva e depressão em Idosos. Contemplou uma amostra de 39 idosos institucionalizados (33 mulheres e 6 homens), com idades compreendidas entre os 64-96 anos (82,13±6,66), do distrito de Vila Real. Os instrumentos de avaliação utilizados foram: Mini Mental State Examination (MMSE), Escala de Depressão Geriátrica (GDS-27), Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (MPCR) e um questionário sociodemográfico. Para verificar o efeito e a interação entre variáveis, foi aplicado o modelo geral linear (GLM) introduzindo como covariável o tempo de institucionalização, e como variáveis fator a idade (< 85 anos; ≥ 85 anos), a escolaridade (analfabetos; 1º ciclo) e a prática de exercício. Os resultados demonstraram um efeito significativo do tempo de institucionalização (p=0,003) na depressão; e da escolaridade na função cognitiva (p=0,030). Os resultados da interação escolaridade x idade foram significativos na função cognitiva (p=0,010) e na capacidade intelectual (p=0,032). Os indivíduos mais velhos e com nível de escolaridade superior apresentaram resultados mais elevados na função cognitiva e na capacidade intelectual. Podemos concluir que em idosos mais velhos, a escolaridade é a variável mais determinante da função cognitiva, enquanto que a depressão depende do tempo de institucionalização. O segundo estudo teve como objetivo verificar o impacto de um programa de intervenção psicomotora e de um programa de treino cognitivo, na função cognitiva e depressão em idosos. A amostra foi dividida em dois grupos: intervenção psicomotora (música+movimento) (GM+M, n=20, 80,65±6,59 anos) e treino cognitivo (GTC, n=19, 83,68±6,54 anos), sujeitos a um período de intervenção de 4 meses, com uma frequência trissemanal, de 90 minutos cada sessão. Ambos os grupos foram submetidos a dois momentos de avaliação (pré e pós-teste), tendo sido utilizados o Mini Mental State Examination (MMSE), Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (MPCR), escala de Depressão Geriátrica (GDS-27), e um questionário sociodemográfico. Inicialmente os grupos foram comparados não se tendo registado diferenças significativas no pré-teste, e quando comparados os resultados do pré com o pós-teste em cada um dos grupos, registaram-se melhorias estatisticamente significativas no GM+M na função cognitiva (p=0,000) e na depressão (p=0,000); no GTC na função cognitiva (p=0,001), e na capacidade intelectual (p=0,007). Como conclusões do nosso estudo, pensamos poder inferir que a aplicação de ambos os programas de intervenção foi benéfica. Todavia, os nossos resultados evidenciam o papel da música e do movimento, como uma abordagem inovadora e com potencial nesta área emergente da saúde mental, atuando simultaneamente como treino cognitivo e como antidepressivo, fomentando uma aprendizagem mais ativa, comparativamente ao grupo de treino cognitivo.
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Contemplou uma amostra de 39 idosos institucionalizados (33 mulheres e 6 homens), com idades compreendidas entre os 64-96 anos (82,13±6,66), do distrito de Vila Real. Os instrumentos de avaliação utilizados foram: Mini Mental State Examination (MMSE), Escala de Depressão Geriátrica (GDS-27), Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (MPCR) e um questionário sociodemográfico. Para verificar o efeito e a interação entre variáveis, foi aplicado o modelo geral linear (GLM) introduzindo como covariável o tempo de institucionalização, e como variáveis fator a idade (< 85 anos; ≥ 85 anos), a escolaridade (analfabetos; 1º ciclo) e a prática de exercício. Os resultados demonstraram um efeito significativo do tempo de institucionalização (p=0,003) na depressão; e da escolaridade na função cognitiva (p=0,030). Os resultados da interação escolaridade x idade foram significativos na função cognitiva (p=0,010) e na capacidade intelectual (p=0,032). Os indivíduos mais velhos e com nível de escolaridade superior apresentaram resultados mais elevados na função cognitiva e na capacidade intelectual. Podemos concluir que em idosos mais velhos, a escolaridade é a variável mais determinante da função cognitiva, enquanto que a depressão depende do tempo de institucionalização. O segundo estudo teve como objetivo verificar o impacto de um programa de intervenção psicomotora e de um programa de treino cognitivo, na função cognitiva e depressão em idosos. A amostra foi dividida em dois grupos: intervenção psicomotora (música+movimento) (GM+M, n=20, 80,65±6,59 anos) e treino cognitivo (GTC, n=19, 83,68±6,54 anos), sujeitos a um período de intervenção de 4 meses, com uma frequência trissemanal, de 90 minutos cada sessão. Ambos os grupos foram submetidos a dois momentos de avaliação (pré e pós-teste), tendo sido utilizados o Mini Mental State Examination (MMSE), Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (MPCR), escala de Depressão Geriátrica (GDS-27), e um questionário sociodemográfico. Inicialmente os grupos foram comparados não se tendo registado diferenças significativas no pré-teste, e quando comparados os resultados do pré com o pós-teste em cada um dos grupos, registaram-se melhorias estatisticamente significativas no GM+M na função cognitiva (p=0,000) e na depressão (p=0,000); no GTC na função cognitiva (p=0,001), e na capacidade intelectual (p=0,007). Como conclusões do nosso estudo, pensamos poder inferir que a aplicação de ambos os programas de intervenção foi benéfica. Todavia, os nossos resultados evidenciam o papel da música e do movimento, como uma abordagem inovadora e com potencial nesta área emergente da saúde mental, atuando simultaneamente como treino cognitivo e como antidepressivo, fomentando uma aprendizagem mais ativa, comparativamente ao grupo de treino cognitivo.The increase in the average life expectancy is one of today’s major accomplishments. However, dementia and depression emerge as some of the greatest mental and public health threats. The growing number of elderly people hastens the need to approach these problems and act, thus assuming the non-pharmacological interventions a subject of great interest and debate for the communities in general. In the light of the above, the goal of this study was to ascertain the impact of two programmes: a psychomotor intervention and cognitive training, both regarding the cognitive function and depression in institutionalized senior citizens. This research is organized in two studies. The first one aims at verifying the effect and interaction between age, schooling, institutionalisation and physical exercise in the cognitive function and depression in the elderly. The study comprised 39 institutionalized senior citizens of the district of Vila Real (33 females and 6 males) aged between 64 and 96 (82,13±6,66). We used as evaluation tools: Mini Mental State Examination (MMSE), Geriatric Depression Scale (GDS-27), Raven’s Coloured Progressive Matrices (MPCR) and a socio-demographic questionnaire. In order to understand the effect and interaction between variables we used the General Linear Model (GLM), introducing the time of institutionalization as a co-variable, and age (< 85 years; ≥ 85 years), schooling (illiterate; 1st cycle of basic education) and physical exercise as variables. The results revealed a statistically significant difference regarding the time of institutionalization when dealing with depression (p=0,003); and regarding schooling in the cognitive function (p=0,030). Also, results concerning schooling versus age were significantly different in the cognitive function (p=0,010) and intellectual ability (p=0,032). Older individuals with higher levels of education presented superior results regarding the cognitive function and intellectual ability. We can thus infer that when it comes to older seniors schooling is the most decisive variable of the cognitive function, while depression depends on the time of institutionalization. On the other hand, the second study’s purpose was to verify the impact of a psychomotor intervention programme and a cognitive training programme, regarding the cognitive function and depression in elderly people. The sample of the experiment was divided into two groups: psychomotor intervention (music+movement) (GM+M, n=20, 80,65±6,59 years) and cognitive training (GTC, n=19, 83,68±6,54 years), subjected to an intervention period of four months, three times a week with a 90 minutes session. Both groups were submitted to two distinct evaluation moments (pre and post-test), having been used the Mini Mental State Examination (MMSE), Raven’s Coloured Progressive Matrices (MPCR), Geriatric Depression Scale (GDS-27) and a socio-demographic questionnaire. The groups were initially compared and didn’t reveal significant differences in the pre-test. However, when the results of the pre and post-test were compared in each group, there were statistically significant improvements concerning the GM+M in the cognitive function (p=0,000) and depression (p=0,000); GTC in the cognitive function (p=0,001), and in intellectual ability (p=0,007). Based on our study’s findings, we believe that the application of both programmes was beneficial to our audience. However, our results emphasise the role of music and movement as an innovative approach and with potential in the emergent field of mental health, acting simultaneously as cognitive training and anti-depressive, and promoting a more active learning process when compared to the cognitive training group.2016-04-13T10:14:05Z2016-04-13T00:00:00Z2016-04-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/5750porMatos, Ana Isabel Pinto deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:38:16Zoai:repositorio.utad.pt:10348/5750Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:59.377126Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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