O 25 de Abril e os arquitectos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11144/5494 |
Resumo: | Dois anos após a revolução do 25 de Abril, não se pretende abordar os “faits divers” mas compreender o significado destes acontecimentos para o futuro de Portugal. O que caracteriza este período, é o carácter espontâneo da participação popular que tomou a forma da democracia directa, chamado primeiro Poder Popular e de seguida retomada na Constituição sob o termo mais restritivo de Poder Local. Milhares de pessoas participaram assim nos assuntos públicos e a aprendizagem da gestão democrática passou pela expressão individual e pela contestação mútua que favoreceu a formação de grupos de decisão cada vez mais restritos - os conselhos de bairro rapidamente foram substituídos pelos conselhos de rua, que, à sua volta, foram suplantados pelos Comités de prédios… Este processo de atomização teve o aspecto positivo de permitir uma identificação precisa dos problemas e de encontrar soluções concretas. Os próprios partidos moderados não conseguiram impedir os seus militantes de participar no trabalho das comissões populares. Os partidos que reclamavam uma ideologia de esquerda pensavam, no seu entusiasmo, que um futuro “socialista” podia decorrer largamente de uma organização democrática tão amplamente fundada na participação. |
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