A regulação emocional na toxicodependência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/152 http://hdl.handle.net/20.500.11816/152 |
Resumo: | No âmbito da investigação em torno dos processos emocionais, o tema da Regulação Emocional tem sido um dos principais alvos de pesquisa, tanto a nível internacional, dos quais Gross (2007) é um dos principais autores a dissertar sobre esta área, como a nível nacional, com os recentes trabalhos de Machado Vaz, Branco Vasco, & Greenberg (2010). Contudo, os estudos sobre a Regulação Emocional no domínio da Toxicodependência são ainda escassos. O processo de regulação emocional consiste na escolha e realização de determinadas estratégias que o indivíduo irá desenvolver, influenciando desta forma a experiência e expressão das suas emoções, e o momento em que estas ocorrem (Gross, 2002). Diversos autores têm-se centrado na ideia de que as diversas tentativas de controlar a expressão e experiência emocional e os contínuos esforços realizados para evitar pensamentos e sentimentos indesejáveis, podem aumentar o risco de o indivíduo desenvolver dificuldades de regulação emocional (Gratz & Roemer, 2004). Existem evidências empíricas que referem que o fenómeno da toxicodependência poderá estar associado com o controlo de determinados processos emocionais e, consequentemente, com a existência de dificuldades de regulação emocional. Segundo a Hipótese de Auto-medicação (Khantzian, 1997; 2003), a dependência de substâncias funciona como um meio para reduzir as emoções negativas resultantes de um acontecimento emocionalmente intenso, fazendo com que o indivíduo procure esse equilíbrio emocional através do consumo de determinada substância (Khantzian, 1999, 2003; Khantzian, Halliday, & McAuliffe, 1990; Morgenstern & Leeds, 1993; cit in Khantzian, 1997; 2003). Diversos estudos comprovaram também que determinados tipos de personalidade ou perfis psicopatológicos estão associados com o consumo de substâncias ou combinação de substâncias específicas, ou seja, as substâncias psicoactivas podem ser utilizadas pelos consumidores como um meio de medicação para as suas patologias psiquiátricas (Milkman & Frosch 1973; Dolan et al. 1987; Brehm & Khantzian 1992; Hutchison, Wood & Swift 1999; Oswald, Roache & Rhoades 1999 cit in Leri et al, 2003). Assim, este estudo tem como objectivo geral confirmar a existência de dificuldades de regulação emocional em indivíduos dependentes de substâncias, e a sua possível relaçãocom sintomatologia psicopatológica e a escolha da substância psicoactiva de eleição. Para o efeito foram utilizados, entre outros instrumentos, uma escala elaborada por Gratz e Romer (2004), a Difficulties in Emotional Regulation Scale, adaptada para a população portuguesa por Machado Vaz, Branco Vasco e Greenberg (2010), que tem como objectivo principal a avaliação das dificuldades de regulação emocional através de seis dimensões essenciais e o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI – Brief Syptom Inventory), que avalia a existência de sintomatologia psicopatológica. |
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No âmbito da investigação em torno dos processos emocionais, o tema da Regulação Emocional tem sido um dos principais alvos de pesquisa, tanto a nível internacional, dos quais Gross (2007) é um dos principais autores a dissertar sobre esta área, como a nível nacional, com os recentes trabalhos de Machado Vaz, Branco Vasco, & Greenberg (2010). Contudo, os estudos sobre a Regulação Emocional no domínio da Toxicodependência são ainda escassos. O processo de regulação emocional consiste na escolha e realização de determinadas estratégias que o indivíduo irá desenvolver, influenciando desta forma a experiência e expressão das suas emoções, e o momento em que estas ocorrem (Gross, 2002). Diversos autores têm-se centrado na ideia de que as diversas tentativas de controlar a expressão e experiência emocional e os contínuos esforços realizados para evitar pensamentos e sentimentos indesejáveis, podem aumentar o risco de o indivíduo desenvolver dificuldades de regulação emocional (Gratz & Roemer, 2004). Existem evidências empíricas que referem que o fenómeno da toxicodependência poderá estar associado com o controlo de determinados processos emocionais e, consequentemente, com a existência de dificuldades de regulação emocional. Segundo a Hipótese de Auto-medicação (Khantzian, 1997; 2003), a dependência de substâncias funciona como um meio para reduzir as emoções negativas resultantes de um acontecimento emocionalmente intenso, fazendo com que o indivíduo procure esse equilíbrio emocional através do consumo de determinada substância (Khantzian, 1999, 2003; Khantzian, Halliday, & McAuliffe, 1990; Morgenstern & Leeds, 1993; cit in Khantzian, 1997; 2003). Diversos estudos comprovaram também que determinados tipos de personalidade ou perfis psicopatológicos estão associados com o consumo de substâncias ou combinação de substâncias específicas, ou seja, as substâncias psicoactivas podem ser utilizadas pelos consumidores como um meio de medicação para as suas patologias psiquiátricas (Milkman & Frosch 1973; Dolan et al. 1987; Brehm & Khantzian 1992; Hutchison, Wood & Swift 1999; Oswald, Roache & Rhoades 1999 cit in Leri et al, 2003). Assim, este estudo tem como objectivo geral confirmar a existência de dificuldades de regulação emocional em indivíduos dependentes de substâncias, e a sua possível relaçãocom sintomatologia psicopatológica e a escolha da substância psicoactiva de eleição. Para o efeito foram utilizados, entre outros instrumentos, uma escala elaborada por Gratz e Romer (2004), a Difficulties in Emotional Regulation Scale, adaptada para a população portuguesa por Machado Vaz, Branco Vasco e Greenberg (2010), que tem como objectivo principal a avaliação das dificuldades de regulação emocional através de seis dimensões essenciais e o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI – Brief Syptom Inventory), que avalia a existência de sintomatologia psicopatológica. |
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