Vacinação na gravidez : normas orientadoras e importância em saúde materno-infantil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/31435 |
Resumo: | A gravidez corresponde a um período da vida da mulher em que as doenças infeciosas representam uma grave ameaça à sua saúde e do seu filho. A imunização materna através da vacinação permite a prevenção de tais doenças e das suas complicações maternas e fetais, bem como conferir imunidade passiva ao feto nos primeiros meses de vida. Os principais objetivos do trabalho são rever as recomendações mais recentes disponibilizadas pelo ACIP para cada vacina, os riscos/benefícios associados e perceber ainda as alterações imunológicas associadas à gravidez, como é realizada a vigilância da gestação, qual o papel dos Cuidados de Saúde Primários e quais os motivos que estão na base da fraca cobertura vacinal nesta população. A metodologia utilizada baseou-se numa pesquisa bibliográfica publicada online no PubMed, na pesquisa específica das recomendações do ACIP e no acesso a normas/protocolos de saúde Materno-Infantil da ARS do Centro e da DGS. O sistema imunitário materno sofre um processo de imunomodulação e a transferência de anticorpos maternos para o feto, que lhe confere imunidade passiva, é maior nas últimas quatro semanas de gestação. A vigilância da gravidez baseia-se num protocolo que deve ser partilhado entre os Cuidados de Saúde Primários e os Cuidados Hospitalares. Segundo o ACIP, as vacinas de bactérias ou vírus inativados, de toxoides e as imunoglobulinas não apresentam riscos para o feto. Já as vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados (LAIV, VASPR, Varicela, Zoster e BCG) apresentam riscos teóricos de infeção fetal, abortamento espontâneo, morte fetal, morte neonatal e malformações congénitas. Deste modo, as primeiras podem ser administradas durante a gravidez e as segundas estão contraindicadas. As vacinas recomendadas a todas as grávidas são a vacina Tdap/Td e a vacina inativada contra o vírus influenza. No entanto, dado que os estudos não revelam preocupações em termos de segurança, mesmo para as vacinas contraindicadas, se a mulher for inadvertidamente vacinada, não existem razões relacionadas com a vacinação para interromper a gravidez. A cobertura vacinal das mulheres grávidas continua a não ser prática constante dos cuidados de saúde e as principais razões para tal são a falta de incentivo pelos profissionais de saúde que alegam falta de informação e questões de segurança das vacinas. Tendo em conta a estreita relação entre a grávida e os Cuidados de Saúde Primários, estes devem rever o seu estado de imunização, informar adequadamente a grávida acerca dos benefícios e riscos da vacinação e proporcionar todo o apoio que seja necessário, incluindo também o agregado familiar da grávida. |
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A metodologia utilizada baseou-se numa pesquisa bibliográfica publicada online no PubMed, na pesquisa específica das recomendações do ACIP e no acesso a normas/protocolos de saúde Materno-Infantil da ARS do Centro e da DGS. O sistema imunitário materno sofre um processo de imunomodulação e a transferência de anticorpos maternos para o feto, que lhe confere imunidade passiva, é maior nas últimas quatro semanas de gestação. A vigilância da gravidez baseia-se num protocolo que deve ser partilhado entre os Cuidados de Saúde Primários e os Cuidados Hospitalares. Segundo o ACIP, as vacinas de bactérias ou vírus inativados, de toxoides e as imunoglobulinas não apresentam riscos para o feto. Já as vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados (LAIV, VASPR, Varicela, Zoster e BCG) apresentam riscos teóricos de infeção fetal, abortamento espontâneo, morte fetal, morte neonatal e malformações congénitas. Deste modo, as primeiras podem ser administradas durante a gravidez e as segundas estão contraindicadas. As vacinas recomendadas a todas as grávidas são a vacina Tdap/Td e a vacina inativada contra o vírus influenza. No entanto, dado que os estudos não revelam preocupações em termos de segurança, mesmo para as vacinas contraindicadas, se a mulher for inadvertidamente vacinada, não existem razões relacionadas com a vacinação para interromper a gravidez. A cobertura vacinal das mulheres grávidas continua a não ser prática constante dos cuidados de saúde e as principais razões para tal são a falta de incentivo pelos profissionais de saúde que alegam falta de informação e questões de segurança das vacinas. Tendo em conta a estreita relação entre a grávida e os Cuidados de Saúde Primários, estes devem rever o seu estado de imunização, informar adequadamente a grávida acerca dos benefícios e riscos da vacinação e proporcionar todo o apoio que seja necessário, incluindo também o agregado familiar da grávida.Pregnancy is a time in a woman's life that infectious diseases pose a serious threat to your health and your child's health. Maternal immunization through vaccination allows the prevention of such diseases and their maternal and fetal complications, as well as to provide passive immunity to the fetus in the first months of life. The main objectives of this study are to review the latest guidelines provided by ACIP for each vaccine, the risks/benefits associated and understand the immunological changes associated with pregnancy, how is performed the surveillance of pregnancy, the role of Primary Health Care and the reasons that underlie the low vaccination coverage in this population. The methodology used was based on a literature research published online in PubMed, in research of specific ACIP guidelines and in access to standards/protocols of Maternal and Child Health of Center ARS and DGS. The maternal immune system undergoes a process of immunomodulation and the transfer of maternal antibodies to the fetus, that confers passive immunity, is higher in the last four weeks of pregnancy. Surveillance of pregnancy is based on a protocol that must be shared between the Primary Health Care and the Hospital Care. According to the ACIP, the vaccines of inactivated bacteria or viruses, toxoids and immunoglobulins present no risk to the fetus. Bacterial or viruses live attenuated vaccines (LAIV, MMR, Varicella, Zoster and BCG) present theoretical risk of fetal infection, miscarriage, stillbirth, neonatal death and congenital malformations. Thus, the first can be administered during pregnancy and the latter are contraindicated. The Tdap/Td and the TIV vaccines are recommended for all pregnant women. However, as studies reveal no concerns about safety, even for vaccines contraindicated, if the woman is inadvertently vaccinated there are no reasons related to vaccination to interrupt the pregnancy. The vaccination coverage of pregnant women is still not a consistent practice of health care and the main reasons for this are the lack of encouragement by health professionals who claim lack of information and safety issues of vaccines. Given the close relationship between the pregnant and Primary Health Care, they should review immunization status of pregnant women, adequately inform about the benefits and risks of vaccination and provide whatever support is necessary, also including the household of pregnant.2014-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31435http://hdl.handle.net/10316/31435TID:201625601porPinto, Mariana de Matosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:47Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/31435Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:51.655871Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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