Evolução do coberto vegetal associado à ocorrência multitemporal de deslizamentos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/23114 |
Resumo: | Os deslizamentos provocam alterações significativas na morfologia das áreas afetadas e consequentemente na vegetação. Contudo, ao longo do tempo, as evidências morfológicas da ocorrência de movimentos de vertente, nomeadamente, as marcas de instabilidade, sofrem degradação por erosão, dificultando a correta identificação quer dos limites dos deslizamentos quer da data de ocorrência. Porém, a recuperação do ecossistema em termos vegetativos é diferenciada consoante o nível de perturbação no interior das áreas deslizadas, e nesse sentido, a vegetação apresenta um potencial de utilização como bioindicador de áreas outrora instabilizadas, podendo ser aplicado na diferenciação relativa da data de ocorrência dos deslizamentos. Com o objetivo de entender a diferenciação da vegetação entre os diferentes sectores internos de um deslizamento (cicatriz, corpo, pé) analisaram-se 4 deslizamentos rotacionais, localizados na vertente Casal do Nogueira – Lapão situada no sector norte de Arruda dos Vinhos, distrito de Lisboa. A sua escolha teve como pressupostos: serem espacialmente próximos; estarem enquadrados num contexto litológico e estrutural idêntico; terem data relativa de ocorrência distinta, porém conhecida; e terem sofrido reduzida influência antrópica desde a sua ocorrência. A recolha de dados foi realizada com recurso a inventários florísticos, obtidos através de parcelas de amostragem em áreas relativamente homogéneas, repartidos pelos diversos setores internos e áreas adjacentes dos deslizamentos, constituindo-se uma amostragem de tipo estratificado. Foram estudados 46 inventários florísticos divididos pelos diferentes setores, culminando na identificação e constituição de um elenco florístico de 115 taxa. Posteriormente através da incorporação das áreas inventariadas em ambiente SIG, foram analisados os fatores que demonstram maior fidedignidade para uso em estudos cronológicos. Para o efeito foram alvo de análise três variáveis (cobertura relativa; altura média da vegetação; espetro biológico). De forma complementar foi estudado o valor ecológico dos deslizamentos através da riqueza florística e dados de conservação de espécies e de habitats. Comprovou-se que a evolução da vegetação é lenta da cicatriz e rápida no pé, e que o grau de perturbação afeta a evolução em termos sucessionais e cobertura vegetal, sendo possível distinguir os três sectores considerados do ponto de vista florístico e fisionómico/estrutural em todos os deslizamentos. A diferenciação entre área deslizada e a área estável adjacente é notória, atenuando-se no caso do deslizamento mais antigo (com mais de 50 anos). A perturbação provocada pelos deslizamentos permite a entrada e abundância de espécies não habituais nas comunidades das áreas adjacentes além de possibilitar uma maior proteção de possíveis influências negativas de origem humana. |
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Evolução do coberto vegetal associado à ocorrência multitemporal de deslizamentosDeslizamentos de terras - Deslizamentos rotativos - Arruda dos Vinhos (Lisboa, Portugal)Fotossociologia - Dinâmica da vegetaçãoTeses de mestrado - 2015Geografia Física e Ordenamento do TerritórioOs deslizamentos provocam alterações significativas na morfologia das áreas afetadas e consequentemente na vegetação. Contudo, ao longo do tempo, as evidências morfológicas da ocorrência de movimentos de vertente, nomeadamente, as marcas de instabilidade, sofrem degradação por erosão, dificultando a correta identificação quer dos limites dos deslizamentos quer da data de ocorrência. Porém, a recuperação do ecossistema em termos vegetativos é diferenciada consoante o nível de perturbação no interior das áreas deslizadas, e nesse sentido, a vegetação apresenta um potencial de utilização como bioindicador de áreas outrora instabilizadas, podendo ser aplicado na diferenciação relativa da data de ocorrência dos deslizamentos. Com o objetivo de entender a diferenciação da vegetação entre os diferentes sectores internos de um deslizamento (cicatriz, corpo, pé) analisaram-se 4 deslizamentos rotacionais, localizados na vertente Casal do Nogueira – Lapão situada no sector norte de Arruda dos Vinhos, distrito de Lisboa. A sua escolha teve como pressupostos: serem espacialmente próximos; estarem enquadrados num contexto litológico e estrutural idêntico; terem data relativa de ocorrência distinta, porém conhecida; e terem sofrido reduzida influência antrópica desde a sua ocorrência. A recolha de dados foi realizada com recurso a inventários florísticos, obtidos através de parcelas de amostragem em áreas relativamente homogéneas, repartidos pelos diversos setores internos e áreas adjacentes dos deslizamentos, constituindo-se uma amostragem de tipo estratificado. Foram estudados 46 inventários florísticos divididos pelos diferentes setores, culminando na identificação e constituição de um elenco florístico de 115 taxa. Posteriormente através da incorporação das áreas inventariadas em ambiente SIG, foram analisados os fatores que demonstram maior fidedignidade para uso em estudos cronológicos. Para o efeito foram alvo de análise três variáveis (cobertura relativa; altura média da vegetação; espetro biológico). De forma complementar foi estudado o valor ecológico dos deslizamentos através da riqueza florística e dados de conservação de espécies e de habitats. Comprovou-se que a evolução da vegetação é lenta da cicatriz e rápida no pé, e que o grau de perturbação afeta a evolução em termos sucessionais e cobertura vegetal, sendo possível distinguir os três sectores considerados do ponto de vista florístico e fisionómico/estrutural em todos os deslizamentos. A diferenciação entre área deslizada e a área estável adjacente é notória, atenuando-se no caso do deslizamento mais antigo (com mais de 50 anos). A perturbação provocada pelos deslizamentos permite a entrada e abundância de espécies não habituais nas comunidades das áreas adjacentes além de possibilitar uma maior proteção de possíveis influências negativas de origem humana.Landslides cause significant changes in the slope morphology and consequently in the flora and vegetation. However, over time, the morphological evidences of slope instability get degraded by superficial erosion, making it difficult to correctly identify the landslide limits and to define the landslide age. Nevertheless, the recovery of the ecosystem in terms of vegetation is differentiated according with the different disturbance levels within the landslide area and for that reason vegetation can be used as a potential bio-indicator of areas formerly affected by landslides, and contribute for their differentiation with respect to their relative time of occurrence. Thus, in order to understand the discrepancy of vegetation attributes between the different internal landslide sectors (main scarp, body, foot) four rotational slides located in the Casal do Nogueira – Lapão slope, in the northern sector of Arruda dos Vinhos, district of Lisbon were selected. The selection of these landslides was based on the following assumptions: they must be spatially close; they should be located in the same structural and lithological context; they must have different occurrence date, but known in relative or absolute terms; and had suffered reduced anthropogenic influence since its occurrence. The data collection was accomplished by applying a stratified sampling strategy, using flora and vegetation relevés, obtained from sample plots in relatively homogeneous areas on the landslides areas and in the adjacent stable areas. A total of 46 relevés culminated in the identification and establishment of a floristic list of 115 species. Through the incorporation of the inventoried areas in GIS environment, the features that offer the greater trustworthiness for use in chronological studies were analyzed (relative coverage, average vegetation height, biological spectrum). Additionally, with the objective of studying the ecological value that is present on the landslides, the values of floristic richness and conservation status of species and habitats were studied. The results presented in this study support the idea of the slow vegetation evolution in successional terms on the scarp when compared to the foot. Moreover, this work clearly point out the differentiation of the three landslide sectors in terms of flora and vegetation. Such distinction is also clear when comparing landslide areas and adjacent stable areas. Those differences are only attenuated in the case of the older landslide (occurred more than 50 years ago). Furthermore, the disturbance caused by landslides besides stimulating the existence of flora usually not present in the adjacent stabilized areas within this slopes promotes a smaller impact of the anthropic activities.Oliveira, Sérgio Manuel Cruz de, 1974-Repositório da Universidade de LisboaLopes, Luís Filipe Azevedo Curto ,1992-2016-03-21T16:51:58Z201520152015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/23114TID:201106639porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:10:57Zoai:repositorio.ul.pt:10451/23114Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:40:35.213532Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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