Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968)
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/4551 |
Resumo: | O trabalho que apresentamos procura pôr em evidência uma realidade específica ocorrida entre 1908 e 1968 na região do Alto Tâmega, mais propriamente no vale da Ribeira de Oura. O foco de pesquisa está relacionado com o desenvolvimento socioeconómico ocorrido na estância termal de Vidago e as alterações que a exploração hidromineral provocou na sociedade vidaguense. Optou-se pelo método de estudo de caso, porque estamos perante uma realidade circunscrita e delimitada. As técnicas mais utilizadas foram a consulta bibliográfica e a entrevista semiestruturada. Das principais conclusões a que chegamos, destacamos que a exploração das águas minerais naturais por parte da empresa concessionária da estância consistiu no engarrafamento e comercialização das águas minerais naturais, mas também no desenvolvimento turístico com o objetivo de acolher os aquistas, ao longo de várias décadas. Esta situação provocou um conjunto de mudanças na sociedade vidaguense. A modificação do tecido industrial e do pacote de serviços oferecidos obrigou a diversificar as atividades laborais e fez com que a população de Vidago e terras vizinhas aprendessem novas profissões ligadas sobretudo ao terceiro setor. Verificamos também que o desenvolvimento turístico fomentou a produção agrícola e dinamizou o comércio em consequência da procura de todo tipo de géneros por parte dos empreendimentos hoteleiros. Por força dos investimentos realizados na estância, nas primeiras décadas do século XX o comércio e o turismo cresceram consideravelmente. Muitas pessoas em idade ativa, inclusive crianças libertaram-se dos trabalhos agrícolas para incorporarem novas capacidades profissionais. Assistiu-se a um surto de desenvolvimento socioeconómico que contudo não permitiu acompanhar o aumento demográfico, por força da sazonalidade do turismo termal. Esta situação levou a que grande parte da população tivesse que emigrar a partir dos anos 60. É identificando este dinamismo socioeconómico que podemos afirmar que se deu uma pequena revolução a todos os níveis em Vidago entre os anos 1908 e 1968. O pequeno vale da Ribeira de Oura passou de uma economia baseada somente na exploração agrária para uma economia mista (agricultura versus serviços, completado por alguma atividade industrial no setor do engarrafamento), em que Vidago vê acentuado o estatuto de centro económico e comercial. Descrevemos os serviços que a estância apresentava aos aquistas, nomeadamente, os vários espaços hoteleiros e as suas comodidades ao longo do seu período de laboração. Focamos sobretudo na descrição de aspetos ligados ao turismo para recriar a transformação que a vida local sofreu no intervalo temporário selecionado e verificámos que aqui, tal como noutros locais, o turismo se tornou num verdadeiro agente de mudança social, entre outros pela via da aculturação. Foram por nós também explorados muitos dos aspetos das vivências sociais e culturais entre hóspedes e locais, no salutar convívio durante as épocas termais e ao longo da primeira metade do século XX. |
id |
RCAP_f9e166f7375f977b6f83f1b520de4c0d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.utad.pt:10348/4551 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968)TurismoTermasVidago (Vila Real, Portugal)O trabalho que apresentamos procura pôr em evidência uma realidade específica ocorrida entre 1908 e 1968 na região do Alto Tâmega, mais propriamente no vale da Ribeira de Oura. O foco de pesquisa está relacionado com o desenvolvimento socioeconómico ocorrido na estância termal de Vidago e as alterações que a exploração hidromineral provocou na sociedade vidaguense. Optou-se pelo método de estudo de caso, porque estamos perante uma realidade circunscrita e delimitada. As técnicas mais utilizadas foram a consulta bibliográfica e a entrevista semiestruturada. Das principais conclusões a que chegamos, destacamos que a exploração das águas minerais naturais por parte da empresa concessionária da estância consistiu no engarrafamento e comercialização das águas minerais naturais, mas também no desenvolvimento turístico com o objetivo de acolher os aquistas, ao longo de várias décadas. Esta situação provocou um conjunto de mudanças na sociedade vidaguense. A modificação do tecido industrial e do pacote de serviços oferecidos obrigou a diversificar as atividades laborais e fez com que a população de Vidago e terras vizinhas aprendessem novas profissões ligadas sobretudo ao terceiro setor. Verificamos também que o desenvolvimento turístico fomentou a produção agrícola e dinamizou o comércio em consequência da procura de todo tipo de géneros por parte dos empreendimentos hoteleiros. Por força dos investimentos realizados na estância, nas primeiras décadas do século XX o comércio e o turismo cresceram consideravelmente. Muitas pessoas em idade ativa, inclusive crianças libertaram-se dos trabalhos agrícolas para incorporarem novas capacidades profissionais. Assistiu-se a um surto de desenvolvimento socioeconómico que contudo não permitiu acompanhar o aumento demográfico, por força da sazonalidade do turismo termal. Esta situação levou a que grande parte da população tivesse que emigrar a partir dos anos 60. É identificando este dinamismo socioeconómico que podemos afirmar que se deu uma pequena revolução a todos os níveis em Vidago entre os anos 1908 e 1968. O pequeno vale da Ribeira de Oura passou de uma economia baseada somente na exploração agrária para uma economia mista (agricultura versus serviços, completado por alguma atividade industrial no setor do engarrafamento), em que Vidago vê acentuado o estatuto de centro económico e comercial. Descrevemos os serviços que a estância apresentava aos aquistas, nomeadamente, os vários espaços hoteleiros e as suas comodidades ao longo do seu período de laboração. Focamos sobretudo na descrição de aspetos ligados ao turismo para recriar a transformação que a vida local sofreu no intervalo temporário selecionado e verificámos que aqui, tal como noutros locais, o turismo se tornou num verdadeiro agente de mudança social, entre outros pela via da aculturação. Foram por nós também explorados muitos dos aspetos das vivências sociais e culturais entre hóspedes e locais, no salutar convívio durante as épocas termais e ao longo da primeira metade do século XX.The present work seeks to highlight a specific reality that occurred between 1908 and 1968 in the Upper Tâmega region, more specifically in the valley of the Ribeira de Oura. The focus of research is related to the socio-economic development occurred in the spa resort of Vidago and the changes that resulted from the investments of the main vidaguense hidromineral company. We chose case study methodology, because we have a limited and bounded reality. The most used techniques were the literature review and semi-structured interviews. We conclude that the exploitation of natural mineral waters by the concessionaire over several decades consisted in bottling and marketing activities, but also in tourism development with the goal attract spa goers from all over Portugal. This resulted in a set of changes in vidaguense society. The modification of the industrial infrastructure and services offered in this spa town under construction forced the population of Vidago and neighboring regions to learn new professions linked mainly to the third sector. We also found that tourism development promoted agricultural production and trade, as demand for all kinds of agricultural products was stimulated by the local upcoming hotel “industry”. By virtue of the investments made by the company in the first decades of the twentieth century trade and tourism have grown considerably. Many people of working age, including children freed themselves from farm work to incorporate new professional skills. There has been an outbreak of socioeconomic development, but not enough to keep up with the demographic increase, due to the seasonality of spa tourism. This meant that much of the population had to emigrate from the 60s onwards. Pinpointing this socio-economic dynamism we can say that there was a small revolution at all levels in Vidago between 1908 and 1968. The valley of Ribeira de Oura moved from an agrarian economy to a mixed exploitation of resources (agriculture versus services, supplemented by some industrial activity in the bottling industry), turning Vidago into a local economic and commercial centre. We describe the services that the resort had to offer to its visitors, in particular the various hotel rooms and their amenities. We focus mainly on aspects related to tourism to recreate the transformation that the local life suffered between 1908 and 1968 in order to conclude that here, as in other places, tourism has become a real agent of social change, among others by way of acculturation. We also explored many aspects of shared social and cultural experiences between guests and locals in Vidago.2015-05-05T13:36:20Z2015-05-05T00:00:00Z2015-05-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/4551porPereira, Sérgio Manuel Rodriguesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:38:16Zoai:repositorio.utad.pt:10348/4551Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:59.248085Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968) |
title |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968) |
spellingShingle |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968) Pereira, Sérgio Manuel Rodrigues Turismo Termas Vidago (Vila Real, Portugal) |
title_short |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968) |
title_full |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968) |
title_fullStr |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968) |
title_full_unstemmed |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968) |
title_sort |
Vidago: de aldeia rural à vila termal (1908-1968) |
author |
Pereira, Sérgio Manuel Rodrigues |
author_facet |
Pereira, Sérgio Manuel Rodrigues |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Pereira, Sérgio Manuel Rodrigues |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Turismo Termas Vidago (Vila Real, Portugal) |
topic |
Turismo Termas Vidago (Vila Real, Portugal) |
description |
O trabalho que apresentamos procura pôr em evidência uma realidade específica ocorrida entre 1908 e 1968 na região do Alto Tâmega, mais propriamente no vale da Ribeira de Oura. O foco de pesquisa está relacionado com o desenvolvimento socioeconómico ocorrido na estância termal de Vidago e as alterações que a exploração hidromineral provocou na sociedade vidaguense. Optou-se pelo método de estudo de caso, porque estamos perante uma realidade circunscrita e delimitada. As técnicas mais utilizadas foram a consulta bibliográfica e a entrevista semiestruturada. Das principais conclusões a que chegamos, destacamos que a exploração das águas minerais naturais por parte da empresa concessionária da estância consistiu no engarrafamento e comercialização das águas minerais naturais, mas também no desenvolvimento turístico com o objetivo de acolher os aquistas, ao longo de várias décadas. Esta situação provocou um conjunto de mudanças na sociedade vidaguense. A modificação do tecido industrial e do pacote de serviços oferecidos obrigou a diversificar as atividades laborais e fez com que a população de Vidago e terras vizinhas aprendessem novas profissões ligadas sobretudo ao terceiro setor. Verificamos também que o desenvolvimento turístico fomentou a produção agrícola e dinamizou o comércio em consequência da procura de todo tipo de géneros por parte dos empreendimentos hoteleiros. Por força dos investimentos realizados na estância, nas primeiras décadas do século XX o comércio e o turismo cresceram consideravelmente. Muitas pessoas em idade ativa, inclusive crianças libertaram-se dos trabalhos agrícolas para incorporarem novas capacidades profissionais. Assistiu-se a um surto de desenvolvimento socioeconómico que contudo não permitiu acompanhar o aumento demográfico, por força da sazonalidade do turismo termal. Esta situação levou a que grande parte da população tivesse que emigrar a partir dos anos 60. É identificando este dinamismo socioeconómico que podemos afirmar que se deu uma pequena revolução a todos os níveis em Vidago entre os anos 1908 e 1968. O pequeno vale da Ribeira de Oura passou de uma economia baseada somente na exploração agrária para uma economia mista (agricultura versus serviços, completado por alguma atividade industrial no setor do engarrafamento), em que Vidago vê acentuado o estatuto de centro económico e comercial. Descrevemos os serviços que a estância apresentava aos aquistas, nomeadamente, os vários espaços hoteleiros e as suas comodidades ao longo do seu período de laboração. Focamos sobretudo na descrição de aspetos ligados ao turismo para recriar a transformação que a vida local sofreu no intervalo temporário selecionado e verificámos que aqui, tal como noutros locais, o turismo se tornou num verdadeiro agente de mudança social, entre outros pela via da aculturação. Foram por nós também explorados muitos dos aspetos das vivências sociais e culturais entre hóspedes e locais, no salutar convívio durante as épocas termais e ao longo da primeira metade do século XX. |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015-05-05T13:36:20Z 2015-05-05T00:00:00Z 2015-05-05 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10348/4551 |
url |
http://hdl.handle.net/10348/4551 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137104237690880 |