Colonialidades em xeque – Lições a partir da experiência do movimento katarista da Bolívia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/32965 |
Resumo: | O movimento katarista, que emergiu no Altiplano boliviano no final dos anos 1960 e consolidou-se nas décadas seguintes, é apresentado como uma experiência concreta e pouco analisada de sindicato agrário institucionalizado com profundas características na linha daquilo que veio a se consolidar posteriormente como pensamento pós-descolonial. Trata-se de uma articulação sociopolítica protagonizada por camponeses-indígenas aymaras que, confrontando meios de organização moldados pela epistemologia e ontologia ocidental dominante, optaram por ocupar a estrutura sindical agrária para formular ideias e desenvolver ações e formulações de enfrentamento das formas de colonialidades, conforme reflexões de Aníbal Quijano. Por meio de um processo tenso, complexo e imprevisto de “ecologia de saberes” e de “tradução intercultural”, o Katarismo, como experiência concreta de “epistemologia do Sul” (Boaventura de Sousa Santos), conquistou espaço decisivo no quadro da organização social boliviana. Com base no diálogo e na combinação entre saberes e modos de vida ocidentais e não-ocidentais, ou seja, entre elementos da luta de classes e a reivindicação por direitos étnico-culturais diferenciados, constitui exemplo de luta fundada na “interseccionalidade” (Kimberly Crenshaw). |
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O movimento katarista, que emergiu no Altiplano boliviano no final dos anos 1960 e consolidou-se nas décadas seguintes, é apresentado como uma experiência concreta e pouco analisada de sindicato agrário institucionalizado com profundas características na linha daquilo que veio a se consolidar posteriormente como pensamento pós-descolonial. Trata-se de uma articulação sociopolítica protagonizada por camponeses-indígenas aymaras que, confrontando meios de organização moldados pela epistemologia e ontologia ocidental dominante, optaram por ocupar a estrutura sindical agrária para formular ideias e desenvolver ações e formulações de enfrentamento das formas de colonialidades, conforme reflexões de Aníbal Quijano. Por meio de um processo tenso, complexo e imprevisto de “ecologia de saberes” e de “tradução intercultural”, o Katarismo, como experiência concreta de “epistemologia do Sul” (Boaventura de Sousa Santos), conquistou espaço decisivo no quadro da organização social boliviana. Com base no diálogo e na combinação entre saberes e modos de vida ocidentais e não-ocidentais, ou seja, entre elementos da luta de classes e a reivindicação por direitos étnico-culturais diferenciados, constitui exemplo de luta fundada na “interseccionalidade” (Kimberly Crenshaw). |
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