Hábitos alimentares numa pequena comunidade rural da Ilha de Santiago de Cabo Verde
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/8464 |
Resumo: | Objectivo: A população rural de Santiago de Cabo Verde enfrenta alguns problemas nutricionais relativamente ao conteúdo energético, vitaminas e minerais da dieta. A quantidade de proteínas ingeridas é adequada sendo, no entanto, maioritariamente de origem vegetal. A proposta dos autores consiste em relacionar o padrão de ingestão alimentar santiaguense com a lógica das subsistências rurais e da adaptabilidade das populações aos estímulos externos (efeitos globalizantes). Método: Partindo de um inquérito simples de uma pequena comunidade de pastores e horticultores na zona semi-árida de Santiago de Cabo Verde foi aplicado o questionário às mulheres dos chefes de família e às mulheres chefes de família (solteiras), que incidiu, entre outros, sobre os itens relativos ao número de refeições diárias, frequência de ingestão alimentos dos diferentes grupos e destino dos animais de criação. A análise dos dados salientou a importância do género e actividade principal do chefe de família. Resultados: O predomínio de hidratos de carbono e leguminosas na dieta confirma-se na população estudada, assim como uma baixa ingestão de proteínas de origem animal, fruta e vegetais. Os animais de criação são consumidos apenas ocasionalmente, em acontecimentos festivos, sendo reservados para venda para situações de crise. O arroz e o óleo vegetal importados vêm sendo cada vez mais utilizados na preparação das refeições, em detrimento do milho, mandioca e banha de porco, constituintes da alimentação tradicional. Conclusão: Existe uma relação entre os hábitos alimentares e a lógica das subsistências rurais que podem contrariar ou incentivar o sentido da mudança desses hábitos. Esse sentido é configurado pelo poder de adaptabilidade do sistema rural à transformação dos seus próprios elementos (auto-organizadores) e à influência de factores externos como os mecanismos da ajuda alimentar monetarizada. |
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