Toxocara canis: procura de novos tratamentos na medicina tradicional - estudo in vitro e in vivo

• Autor(a) principal: REIS, Mariana Alves
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/19215
• topic: Biologia molecular; Helmintíases; Toxocara canis; Terapêutica; Medicina tradicional; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas

Com o objectivo de encontrar novos tratamentos para combater o parasita Toxocara canis foram testado,s tanto in vitro como in vivo, produtos naturais usados na medicina tradicional como anti-helmínticos. Assim, foram testados extractos de duas plantas (Chenopodium ambrosioides e Pycnanthus angolensis) e dois suplementos nutricionais (Nutridesintox® e Nutrifibraplus®), sendo o albendazol usado como fármaco de referência. No ensaio in vitro, o Nutridesintox® foi o produto que apresentou maior eficácia na imobilização das larvas de T. canis, seguido dos extractos de hexano e de diclorometano e da infusão de C. ambrosioides. O extracto metanólico, etanólico e de diclorometano obtidos da espécie P. angolensis, não mostraram ter eficácia como anti-helmíntico. Todavia, os produtos naturais testados exibiram maior actividade biológica contra as larvas de T. canis que o fármaco de referência albendazol. Tendo como base os resultados obtidos no ensaio in vitro, os suplementos alimentares, a infusão e o extracto de hexano de C. ambrosioides foram escolhidos para testar no ensaio in vivo. Os produtos naturais foram administrados oralmente a murganhos CD1 experimentalmente infectados com ovos de T. canis. O esquema terapêutico foi iniciado no 10º dia após infecção, numa dose diária, durante três dias consecutivos. A eficácia dos tratamentos foi avaliada, no quinto dia após a última dose de tratamento, através da contagem do número de larvas recuperadas dos tecidos dos murganhos (cérebro, fígado, pulmões e musculatura). Concomitantemente realizou-se a detecção dos anticorpos das classes IgM e IgG pela técnica de ELISA. A dinâmica dos anticorpos nos grupos tratados mostrou ser semelhante ao grupo controlo, não sendo verificadas diferenças estatisticamente significativas. Não houve uma clara redução da carga parasitária nos órgãos dos murganhos dos grupos tratados. O cérebro foi o órgão em que se registou maior densidade de larvas, com a excepção do grupo tratado com a infusão de C. ambrosioides. Os resultados deste trabalho mostram que a experimentação científica, tendo como base o conhecimento empírico da medicina tradicional, traz mais valias para a descoberta de novos produtos naturais contra a toxocaríase humana. Com base nestes resultados, outros estudos devem ser realizados, para esclarecimento do seu potencial de utilização prática.