Sintomas Emocionais Negativos e Processos de Regulação Emocional em Pessoas com Síndrome de Mayer-Rokitanski-Kuster-Hauser (MRKH)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vilar, Andreia Sofia Vieira
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Galhardo, Ana (Orientadora)
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/1566
Resumo: A síndrome Mayer-Rokitanski-Kuster-Hauser (MRKH), ou aplasia mülleriana, é caraterizada por uma aplasia congénita do útero e de dois terços superiores da vagina em mulheres com um cariótipo feminino normal (46, XX). O presente estudo exploratório teve como objetivo descrever os sintomas emocionais negativos de depressão, ansiedade e stress, bem como de vergonha associada à doença crónica em pessoas com MRKH e explorar a sua associação com processos de regulação emocional, mais concretamente de flexibilidade psicológica e autocompaixão. Uma amostra de 25 mulheres com MRKH, com idades compreendidas entre os 18 e os 44 anos (M = 32.56, DP = 7.15), preencheu online um questionário sociodemográfico e clínico, as Escalas de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21), a Chronic Illness-related Shame Scale (CISS), a Psy-Flex e a Escala de Engagment e Ações Compassivas (EEAC). Ao comparar os valores obtidos no presente estudo com os encontrados em amostras de referência, foram observadas diferenças significativas no que se refere aos sintomas de ansiedade, sendo que mulheres com MRKH mostraram valores mais baixos (M = 4.56 vs. M = 8.66), assim como nos sintomas de stress (M = 9.12 vs. M = 12.22). Relativamente à autocompaixão as mulheres portadoras da síndrome evidenciarem valores mais elevados (M = 88.12 vs. M = 64.62) comparativamente com os das mulheres da população geral. Relativamente à flexibilidade psicológica e à vergonha relacionada com a doença crónica não se observaram diferenças estatisticamente significativas. Ao serem analisadas as correlações entre as variáveis sociodemográficas, clínicas e as variáveis em estudo não foram encontradas correlações estatisticamente significativas, à exceção da correlação entre a idade e o tempo de diagnóstico (r = .88) e entre os anos de escolaridade e o tempo de diagnóstico (r = .51). No que concerne às variáveis em estudo, verificou-se uma correlação estatisticamente significativa entre os sintomas depressivos e os sintomas de ansiedade e stress, assim como entre a vergonha relacionada com a doença crónica e os sintomas de ansiedade. A autocompaixão mostrou-se positivamente associada à flexibilidade psicológica. O presente estudo constituiu-se, como pioneiro em Portugal, ao debruçar-se sobre aspetos emocionais e de regulação emocional em mulheres com a síndrome MRKH. | Mayer-Rokitanski-Kuster-Hauser syndrome (MRKH), or müllerian aplasia, is characterized by congenital aplasia of the uterus and the upper two-thirds of the vagina in women with a normal female karyotype (46, XX). The current exploratory study aimed to describe the negative emotional symptoms of depression, anxiety and stress, and chronic illness-related shame in women with MRKH and to explore their association with emotion regulation processes, specifically psychological flexibility and self-compassion. A sample of 25 women with MRKH, aged between 18 and 44 years (M = 32.56, SD = 7.15), completed online a sociodemographic and clinical questionnaire, the Depression, Anxiety and Stress Scales (EADS-21), the Chronic Illness-related Shame Scale (CISS), the Psy-Flex and the Engagement and Compassionate Actions Scale (EEAC). When comparing the current sample mean scores with those found in reference samples, significant differences were found for anxiety symptoms, with women with MRKH showing lower values (M = 4.56 vs. M = 8.66), as well as for stress symptoms (M = 9.12 vs. M = 12.22). Concerning self compassion, women with MRKH scored higher than women from the Portuguese general population (M = 88.12 vs. M = 64.62). No statistically significant differences were found regarding psychological flexibility and chronic illness-related shame. No significant correlations were found between the sociodemographic and clinical variables and the study variables, except for a correlation between age and time of diagnosis (r = .88) and between years of education and time of diagnosis (r = .51). Regarding the study variables, there was a statistically significant correlation between depressive symptoms and anxiety and stress symptoms, and chronic illness-related shame was positively correlated with anxiety symptoms. Self-compassion was positively associated with psychological flexibility. The current study was a pioneer in Portugal by addressing emotional aspects and emotion regulation mechanisms in women with MRKH syndrome.
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O presente estudo constituiu-se, como pioneiro em Portugal, ao debruçar-se sobre aspetos emocionais e de regulação emocional em mulheres com a síndrome MRKH. | Mayer-Rokitanski-Kuster-Hauser syndrome (MRKH), or müllerian aplasia, is characterized by congenital aplasia of the uterus and the upper two-thirds of the vagina in women with a normal female karyotype (46, XX). The current exploratory study aimed to describe the negative emotional symptoms of depression, anxiety and stress, and chronic illness-related shame in women with MRKH and to explore their association with emotion regulation processes, specifically psychological flexibility and self-compassion. A sample of 25 women with MRKH, aged between 18 and 44 years (M = 32.56, SD = 7.15), completed online a sociodemographic and clinical questionnaire, the Depression, Anxiety and Stress Scales (EADS-21), the Chronic Illness-related Shame Scale (CISS), the Psy-Flex and the Engagement and Compassionate Actions Scale (EEAC). 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