Estilo de vida, função cognitiva e variáveis psicossociais em adultos idosos do Amazonas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tinôco, Maria Antonieta de Campos
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.13/1868
Resumo: O declínio na função cognitiva em idades avançadas apresenta-se como um dos maiores desafios atuais para os sistemas de saúde e sociedades envelhecidas. A identificação de fatores preditivos permite detetar e antecipar em fases precoces ou até mesmo abrir novas avenidas com medidas preventivas na função cognitiva. Os objetivos do presente estudo foram: (1) estudar as propriedades psicométricas (fiabilidade/estabilidade e validade concorrente) de um instrumento concebido para avaliar a função cognitiva, o Cognitive Telephone Screening Instrument (COGTEL), e (2) investigar as associações entre a função cognitiva, o estilo de vida e as variáveis psicossociais. As propriedades psicométricas do COGTEL foram estudadas num estudo piloto com 90 adultos idosos (29 homens e 61 mulheres), 68.2±6.7 anos de idade. No estudo das associações da função cognitiva, foram incluídos 701 adultos idosos, 268 homens e 433 mulheres (71.4±6.7 anos de idade). Todos os instrumentos foram aplicados por questionário, com recurso a entrevistas face-to-face. O coeficiente de correlação intraclasse no teste-reteste no score total do COGTEL (e respetivos 6 subtestes), Mini Mental State Examination (MMSE) e nível educacional variou entre aceitável-a-elevado (.708 < R < .946). Verificou-se uma correlação positiva forte, entre o COGTEL com o MMSE (r=.682; p<.001), bem como, com o nível educacional (r=.604; p<.001). Os adultos idosos mais jovens apresentaram scores significativamente mais elevados, na função cognitiva, atividade física, assim como um status socioeconómico superior, comparativamente aos mais idosos (ps< .040). Verificou-se uma correlação parcial negativa, entre a função cognitiva e o score de depressão (-.36, > r >-.39, p<.001) e positiva com o estilo de vida, atividade física, nutrição, qualidade de vida, satisfação social e estatuto socioeconómico (.11> r > = .55, p<.05s). A idade não afetou a força destas correlações, contudo, quando se controlou pelo estatuto socioeconómico as correlações enfraqueceram. Os resultados do presente estudo suportam a utilização do COGTEL como um instrumento breve, fiável e válido para analisar diferenças interindividuais no funcionamento cognitivo. Programas de intervenção focados na melhoria da função cognitiva em adultos idosos devem ter em atenção a força das correlações estudadas, mas, sobretudo, ter em consideração o nível socioeconómico dos participantes e não apenas a idade cronológica.
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Os objetivos do presente estudo foram: (1) estudar as propriedades psicométricas (fiabilidade/estabilidade e validade concorrente) de um instrumento concebido para avaliar a função cognitiva, o Cognitive Telephone Screening Instrument (COGTEL), e (2) investigar as associações entre a função cognitiva, o estilo de vida e as variáveis psicossociais. As propriedades psicométricas do COGTEL foram estudadas num estudo piloto com 90 adultos idosos (29 homens e 61 mulheres), 68.2±6.7 anos de idade. No estudo das associações da função cognitiva, foram incluídos 701 adultos idosos, 268 homens e 433 mulheres (71.4±6.7 anos de idade). Todos os instrumentos foram aplicados por questionário, com recurso a entrevistas face-to-face. O coeficiente de correlação intraclasse no teste-reteste no score total do COGTEL (e respetivos 6 subtestes), Mini Mental State Examination (MMSE) e nível educacional variou entre aceitável-a-elevado (.708 < R < .946). Verificou-se uma correlação positiva forte, entre o COGTEL com o MMSE (r=.682; p<.001), bem como, com o nível educacional (r=.604; p<.001). Os adultos idosos mais jovens apresentaram scores significativamente mais elevados, na função cognitiva, atividade física, assim como um status socioeconómico superior, comparativamente aos mais idosos (ps< .040). Verificou-se uma correlação parcial negativa, entre a função cognitiva e o score de depressão (-.36, > r >-.39, p<.001) e positiva com o estilo de vida, atividade física, nutrição, qualidade de vida, satisfação social e estatuto socioeconómico (.11> r > = .55, p<.05s). A idade não afetou a força destas correlações, contudo, quando se controlou pelo estatuto socioeconómico as correlações enfraqueceram. Os resultados do presente estudo suportam a utilização do COGTEL como um instrumento breve, fiável e válido para analisar diferenças interindividuais no funcionamento cognitivo. Programas de intervenção focados na melhoria da função cognitiva em adultos idosos devem ter em atenção a força das correlações estudadas, mas, sobretudo, ter em consideração o nível socioeconómico dos participantes e não apenas a idade cronológica.The decline in cognitive function in advanced ages presents itself as one of the greatest challenges for health systems and aging societies. The identification of predictive factors preventive measures in cognitive function. The objectives of this study were: (1) study the psychometric properties (reliability/stability and concurrent validity) of an instrument designed to evaluate cognitive function, the Cognitive Telephone Screening Instrument (COGTEL), and (2) investigate associations between cognitive function, the lifestyle and psychosocial variables. The psychometric properties of the COGTEL were studied in a pilot study with 90 older adults (29 men and 61 women), 68.2±6.7 years of age. In the study of associations of cognitive function, 701 older adults were included, 268 men and 433 women (71.4 ± 6.7 years of age). All instruments were applied by questionnaire, using face-to-face interviews. The intraclass correlation coefficient on the test-retest the COGTEL total score (and respective subtestes 6), Mini Mental State Examination (MMSE) and educational level ranged between acceptable-to-high (. 708 < R <. 946). There was a strong positive correlation between the COGTEL with the MMSE (r =. 682; p <. 001), as well as with the educational level (r =. 604; p <. 001). The younger older adults, showed significantly higher scores on cognitive function, physical activity, as well as a higher socio-economic status compared to the elderly (PS <. 040). There has been a partial negative correlation between cognitive function and depression score (-. 36, > r >-. 39, p <. 001) and positive with the lifestyle, physical activity, nutrition, quality of life, social and socio-economic status satisfaction (11 > r > =. 55, p <. 05s). Age does not affect the strength of these correlations, however, when controlled for socioeconomic status the correlation weakened. The results of this study support the use of COGTEL, as a brief, reliable and valid instrument to analyze differences in cognitive functioning interindividuals. Intervention programs focused on the improvement of cognitive function in older adults should be aware of the strength of the correlations investigated, but, above all, take into consideration the socio-economic level of the participants and not only the chronological age.Gouveia, Élvio RúbioJurema, JeffersonKliegel, MatthiasIhle, AndreasDigitUMaTinôco, Maria Antonieta de Campos2018-03-23T12:04:22Z2017-11-15T00:00:00Z2017-11-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.13/1868201836360porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T12:54:36Zoai:digituma.uma.pt:10400.13/1868Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:04:38.096806Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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description O declínio na função cognitiva em idades avançadas apresenta-se como um dos maiores desafios atuais para os sistemas de saúde e sociedades envelhecidas. A identificação de fatores preditivos permite detetar e antecipar em fases precoces ou até mesmo abrir novas avenidas com medidas preventivas na função cognitiva. Os objetivos do presente estudo foram: (1) estudar as propriedades psicométricas (fiabilidade/estabilidade e validade concorrente) de um instrumento concebido para avaliar a função cognitiva, o Cognitive Telephone Screening Instrument (COGTEL), e (2) investigar as associações entre a função cognitiva, o estilo de vida e as variáveis psicossociais. As propriedades psicométricas do COGTEL foram estudadas num estudo piloto com 90 adultos idosos (29 homens e 61 mulheres), 68.2±6.7 anos de idade. No estudo das associações da função cognitiva, foram incluídos 701 adultos idosos, 268 homens e 433 mulheres (71.4±6.7 anos de idade). Todos os instrumentos foram aplicados por questionário, com recurso a entrevistas face-to-face. O coeficiente de correlação intraclasse no teste-reteste no score total do COGTEL (e respetivos 6 subtestes), Mini Mental State Examination (MMSE) e nível educacional variou entre aceitável-a-elevado (.708 < R < .946). Verificou-se uma correlação positiva forte, entre o COGTEL com o MMSE (r=.682; p<.001), bem como, com o nível educacional (r=.604; p<.001). Os adultos idosos mais jovens apresentaram scores significativamente mais elevados, na função cognitiva, atividade física, assim como um status socioeconómico superior, comparativamente aos mais idosos (ps< .040). Verificou-se uma correlação parcial negativa, entre a função cognitiva e o score de depressão (-.36, > r >-.39, p<.001) e positiva com o estilo de vida, atividade física, nutrição, qualidade de vida, satisfação social e estatuto socioeconómico (.11> r > = .55, p<.05s). A idade não afetou a força destas correlações, contudo, quando se controlou pelo estatuto socioeconómico as correlações enfraqueceram. Os resultados do presente estudo suportam a utilização do COGTEL como um instrumento breve, fiável e válido para analisar diferenças interindividuais no funcionamento cognitivo. Programas de intervenção focados na melhoria da função cognitiva em adultos idosos devem ter em atenção a força das correlações estudadas, mas, sobretudo, ter em consideração o nível socioeconómico dos participantes e não apenas a idade cronológica.
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