A vegetação de Marvão – um estudo de referência de Casto Antunes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Marizia
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Ribeiro, Silvia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/25862
Resumo: A apresentação da comunicação foi feita com base em uma publicação de João Castro Antunes – Marvão, flora e vegetação, constante na compilação de estudos e documentos de apoio à candidatura a Património Mundial de Marvão. De acordo com o autor, a exposição tem por objetivo apresentar um esboço da vegetação do concelho de Marvão, tendo em conta os fatores ambientais e a ação antrópica que transformaram a paisagem. Apresentou uma súmula das principais comunidades que a caracterizam e as espécies que a integram, realçando os habitats relíquia e outros em bom estado de conservação. O autor efetuou a caracterização bioclimática, para duas estações, Portalegre: Mediterrânico pluviestacional – oceânico, Mesomediterrânico inferior e sub-húmido superior e Marvão: Mediterrânico pluviestacional – oceânico, Mesomediterrânico superior e húmido inferior. A serra de São Mamede é o maior acidente geológico a Sul, integrada numa unidade morfológica mais vasta, orientada na direção NW-SE. Apresenta um relevo muito pronunciado, o qual decorre da tectónica que afetou a região nas várias orogenias e erosão. Segundo a pesquisa do autor relativamente aos solos, na serra da São Mamede são dominantes os solos pardos graníticos (Pg), os solos esqueléticos (Ex) e os derivados de quartzitos (Ppq). Na rede hidrográfica da serra distinguem-se os afluentes do rio Tejo e do rio Guadiana. Dos afluentes do primeiro são de referir a ribeira de Nisa e o rio Sever. Do ponto de vista biogeográfico, o concelho de Marvão pertence à Subprovíncia Luso-Estremadurense, ao sector Toledano-Tagano, distrito Serrano Mamedano. Do sector Toledano-Tagano, estão presentes: Cytisus multiflorus, Quercus pyrenaica e Polygala microphyla. O distrito Mamedano é caracterizado pela presença de espécies atlânticas, entre elas a Castanea sativa, Ulex minor, Euphorbia amygdaloides, Genista falcata e Linaria triornithophora, entre outras. O autor identificou mais de 900 espécies vasculares para a serra de São Mamede e zonas adjacentes. O elenco florístico reflete as influências climáticas dominantes, mediterrânico com uma estação quente e seca, bem marcada, mas com temperaturas baixas acentuadas no inverno e, beneficiando de uma elevada pluviosidade, de condições oceânicas favoráveis à presença de espécies atlânticas da flora e fauna. Na análise da vegetação o autor aplicou a metodologia da Escola fitossociológica de Zurique/Montpelier, atualizada por Gehú & Rivas-Martinez. Foram identificadas: 1. Séria climatófila do sobreiro Sanguisorbo hybridae-Querceto suberis sigmetum; 2. Série climatófila do carvalho-negral Arbuto unedonis-Querceto pyrenaicae sigmetum; 3. Série climatófila da azinheira Pyro-bourgaeana-Querceto rotundifoliae sigmetum; 4. Série edafo-higrófila do amial Scrophulario scorodoniae – Alneto glutinosae sigmetum e 5. Série edafo-higrófila do freixial Ficario ranunculoidis-Fraxineto angustifoliae sigmetum. No concelho de Marvão estão representados 16 habitats da Rede Natura 2000, listados na Diretiva 92/43/CE: 3170 Charcos temporários mediterrânicos (habitat prioritário); 3260 Cursos de água dos pisos basal a montano com vegetação de Ranunculion fluitantis e de Callitricho-Batrachion; 4030 Charnecas secas europeias; 5330 Matos termomediterrânicos pré-desérticos; 6210 Prados secos seminaturais e fácies arbustivas em substrato calcário (Festuco-Brometalia) (habitat prioritário); 6220 Subestepes de gramíneas e anuais da Thero-Brachypodietea (habitat prioritário); 6310 Montados de Quercus spp. de folha perene; 8220 Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica; 8230 Rochas siliciosas com vegetação pioneira de Sedo-Scleranthion ou de Sedo albi-Veronicion dillenii; 8310 Grutas não exploradas pelo turismo; 91B0 Freixiais termófilos de Fraxinus angustifolia; 91E0 Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae) (habitat prioritário); 9230 Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica; 9260 Florestas de Castanea sativa; 9330 Florestas de Quercus suber e 9340 Florestas de Quercus ilex e Quercus rotundifolia.
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A serra de São Mamede é o maior acidente geológico a Sul, integrada numa unidade morfológica mais vasta, orientada na direção NW-SE. Apresenta um relevo muito pronunciado, o qual decorre da tectónica que afetou a região nas várias orogenias e erosão. Segundo a pesquisa do autor relativamente aos solos, na serra da São Mamede são dominantes os solos pardos graníticos (Pg), os solos esqueléticos (Ex) e os derivados de quartzitos (Ppq). Na rede hidrográfica da serra distinguem-se os afluentes do rio Tejo e do rio Guadiana. Dos afluentes do primeiro são de referir a ribeira de Nisa e o rio Sever. Do ponto de vista biogeográfico, o concelho de Marvão pertence à Subprovíncia Luso-Estremadurense, ao sector Toledano-Tagano, distrito Serrano Mamedano. Do sector Toledano-Tagano, estão presentes: Cytisus multiflorus, Quercus pyrenaica e Polygala microphyla. O distrito Mamedano é caracterizado pela presença de espécies atlânticas, entre elas a Castanea sativa, Ulex minor, Euphorbia amygdaloides, Genista falcata e Linaria triornithophora, entre outras. O autor identificou mais de 900 espécies vasculares para a serra de São Mamede e zonas adjacentes. O elenco florístico reflete as influências climáticas dominantes, mediterrânico com uma estação quente e seca, bem marcada, mas com temperaturas baixas acentuadas no inverno e, beneficiando de uma elevada pluviosidade, de condições oceânicas favoráveis à presença de espécies atlânticas da flora e fauna. Na análise da vegetação o autor aplicou a metodologia da Escola fitossociológica de Zurique/Montpelier, atualizada por Gehú & Rivas-Martinez. Foram identificadas: 1. Séria climatófila do sobreiro Sanguisorbo hybridae-Querceto suberis sigmetum; 2. Série climatófila do carvalho-negral Arbuto unedonis-Querceto pyrenaicae sigmetum; 3. 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A vegetação de Marvão – um estudo de referência de Casto Antunes. “Novos Colóquios dos Simples”, Évora, 24 e 25 de maio de 2019. Universidade de Évora.mariziacmdp3@gmail.comsilvia.sbenedita@gmail.com212Pereira, MariziaRibeiro, Silviainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T19:19:57Zoai:dspace.uevora.pt:10174/25862Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:16:11.159541Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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