Lesões Cáusticas do Tubo Digestivo Superior em Crianças. Experiência de 8 anos do HGSA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Fátima
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Costa, Miguel, Poças, F. Castro, Silva, C. Gomes, Saraiva, M. Mascarenhas, Allegro, Sollari, Pinho, Carlos, Valente, Baltazar
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.1998.5565
Resumo: A ingestão acidental de produtos cáusticos pelas crianças continua a ser um problema actual. Com o objectivo de conhecer a panorâmica dos últimos 8 anos, no Hospital Geral de Santo António (HGSA), os autores fizeram a revisão dos processos clínicos referentes às 88 crianças que deram entrada no Serviço de Urgência deste hospital, de Janeiro de 1988 a Dezembro de 1995, por ingestão de cáusticos e que motivou a realização de Endoscopia Digestiva Alta (EDA). Observou-se uma maior incidência no sexo masculino (59,1%), e no grupo etário abaixo dos 4 anos de idade (75%). Constatou-se uma maior ingestão nos meses de Abril e Maio (28,4%). Os produtos mais frequentemente ingeridos foram os alcalinos (67%), sendo o hipoclorito de sódio — «lixívia» (29,5%), e o hidróxido de sódio — «soda cáustica» (28,4%), os mais envolvidos. Havia referência, em 45 crianças (51,1%), à observação da boca/orofaringe, das quais 60% apresentavam lesões. Em 2 crianças, com 15 anos, foram encontradas lesões endoscópicas na ausência de queimaduras orofaríngeas, embora, nos doentes com idade menor ou igual a 10 anos, não foram encontradas lesões endoscópicas na sua ausência. Dos doentes observados entre 1993-1995, todos realizaram EDA até 48 horas após a ingestão do cáustico; 95,4% realizaram-na nas primeiras 24 horas. A EDA foi normal em 59% dos casos. Constatou-se que quanto mais graves as lesões endoscópicas, pior o prognóstico para os doentes, não se observando complicações com esofagite de grau inferior a 2a. Tanto os alcalinos como os ácidos provocaram lesões esofágicas e/ou gástricas. Os autores terminam salientando o papel do pediatra/médico assistente a nível da prevenção, dado que a ingestão de cáusticos pode apresentar morbilidade significativa e pode ser causa de morte.
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