O que é a quarta pessoa do singular?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.13/4949 |
Resumo: | A presente dissertação insere-se na problemática da diversidade de materialidades na cultura, das novas textualidades na literatura contemporânea e nos estudos intermedia. Fazer investigação nesta área resulta num cruzamento de saberes que solicita interdisci plinaridade. Deste modo, a nova conjuntura da sociedade contemporânea caracterizada pelo hibridismo cultural, pela tecnologia e pela escrita como máquina, incentivou novas “escrituras-leituras” (Derrida, 1995, passim). Sublinhe-se que Gonçalo M. Tavares insere a obra objecto desta tese na trilogia das “canções1 ”, uma espécie de obras híbridas nas quais “a palavra (voz) é considerada como uma unidade do sentido e do som” (Derrida, 1973: 38). animalescos (2013a) é um texto radicular e múltiplo, em conexão e heterogéneo” (Deleuze, Gilles & Guattari, Félix, 1995, passim), sob o princípio do mapa (aberto e conectável) que toma velocidade no meio (idem, ibidem). O texto contém uma espécie de refrões que pontuam o início de todos os fragmentos do livro em epígrafes. Com efeito, ainda que os refrões se repitam, “não se fazem na mesma dimensão, mas coexistem […], uma é elementar e a outra é totalizante” (Deleuze, 2006: 275). Na reflexão sobre as fonteiras humano/não humano/desumano – um dos tópicos centrais da narrativa de Gonçalo M. Tavares em animalescos (2013a) – entre a queda do humano, a loucura e a sua perturbante relação com a animalidade imemorial perdida na sociedade da era da técnica, deve-se sublinhar-se que “(...) é precisamente nesta zona de vizinhança ou indiscernibilidade entre o homem e o animal que se situa a quarta pessoa do singular que endossa a enunciação no texto de Gonçalo M. Tavares e que é, desde logo, anunciada em epígrafe pela voz de Deleuze: “quarta pessoa do singular; é ela que se pode fazer com que fale.” (Neves, 2014: 16). |
id |
RCAP_fe4158ebf56af82f55624af8488808d4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:digituma.uma.pt:10400.13/4949 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
O que é a quarta pessoa do singular?Gonçalo M. TavaresAnimalescosTécnicaIdentidadeHumano/animalRizomaLiteratura, Cultura e Diversidade.Faculdade de Artes e HumanidadesDomínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e LiteraturasA presente dissertação insere-se na problemática da diversidade de materialidades na cultura, das novas textualidades na literatura contemporânea e nos estudos intermedia. Fazer investigação nesta área resulta num cruzamento de saberes que solicita interdisci plinaridade. Deste modo, a nova conjuntura da sociedade contemporânea caracterizada pelo hibridismo cultural, pela tecnologia e pela escrita como máquina, incentivou novas “escrituras-leituras” (Derrida, 1995, passim). Sublinhe-se que Gonçalo M. Tavares insere a obra objecto desta tese na trilogia das “canções1 ”, uma espécie de obras híbridas nas quais “a palavra (voz) é considerada como uma unidade do sentido e do som” (Derrida, 1973: 38). animalescos (2013a) é um texto radicular e múltiplo, em conexão e heterogéneo” (Deleuze, Gilles & Guattari, Félix, 1995, passim), sob o princípio do mapa (aberto e conectável) que toma velocidade no meio (idem, ibidem). O texto contém uma espécie de refrões que pontuam o início de todos os fragmentos do livro em epígrafes. Com efeito, ainda que os refrões se repitam, “não se fazem na mesma dimensão, mas coexistem […], uma é elementar e a outra é totalizante” (Deleuze, 2006: 275). Na reflexão sobre as fonteiras humano/não humano/desumano – um dos tópicos centrais da narrativa de Gonçalo M. Tavares em animalescos (2013a) – entre a queda do humano, a loucura e a sua perturbante relação com a animalidade imemorial perdida na sociedade da era da técnica, deve-se sublinhar-se que “(...) é precisamente nesta zona de vizinhança ou indiscernibilidade entre o homem e o animal que se situa a quarta pessoa do singular que endossa a enunciação no texto de Gonçalo M. Tavares e que é, desde logo, anunciada em epígrafe pela voz de Deleuze: “quarta pessoa do singular; é ela que se pode fazer com que fale.” (Neves, 2014: 16).This dissertation is inserted in the problematic of the diversity of materialities in culture, of new textualities in contemporary literature and in intermedia studies. Conduct ing research in this area results in an intersection of knowledge that calls for interdisci plinarity. Thus, the new context of contemporary society, characterized by cultural hy bridism, technology and writing as a machine encouraged new “writing-readings” (Der rida, 1995). It is necessary to emphasize that the work that is the object of this thesis is part of the trilogy of “songs2 ” written by Gonçalo M. Tavares, a kind of hybrid works in which “the word (voice) is considered as a unit of meaning and of sound” (Derrida, 1973: 38). animalescos (2013a) is a radical and multiple text, in connection and heterogeneous (Deleuze, Gilles & Guattari, Félix, 1995), under the principle of a map (open and con nectable) that takes on speed in the middle (idem, ibidem). The text contains a kind of refrains that punctuate the entire beginning of the book's fragments, in epigraphs. Indeed, the refrains are repeated, but “they are not made in the same dimension [they] coexist (…), one is elementary and the other is totalizing” (Deleuze, 2006: 275). Within the thought on the human/non-human/inhuman boundaries – one of the central topics in the narrative of Gonçalo M. Tavares in animalescos (2013a) – between the fall of the human, madness and its disturbing relationship with immemorial animality lost in the society of the technique era, it should be stressed that “it is precisely in this zone of proximity or indiscernibility between man and animal that the fourth person sin gular is located, which endorses the enunciation in the text of Gonçalo M. Tavares and which is, from the outset, announced in the epigraph by the voice of Deleuze: “fourth person singular; it is she who can be made to speak” (Neves, 2014: 16).Barbeitos, Diana Pimentel Penberthy de AraújoDigitUMaNunes, Carla Alexandra Alves2023-01-24T10:25:48Z2021-11-292021-11-29T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.13/4949TID:203183860porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-29T03:30:33Zoai:digituma.uma.pt:10400.13/4949Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:45:55.323977Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
O que é a quarta pessoa do singular? |
title |
O que é a quarta pessoa do singular? |
spellingShingle |
O que é a quarta pessoa do singular? Nunes, Carla Alexandra Alves Gonçalo M. Tavares Animalescos Técnica Identidade Humano/animal Rizoma Literatura, Cultura e Diversidade . Faculdade de Artes e Humanidades Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e Literaturas |
title_short |
O que é a quarta pessoa do singular? |
title_full |
O que é a quarta pessoa do singular? |
title_fullStr |
O que é a quarta pessoa do singular? |
title_full_unstemmed |
O que é a quarta pessoa do singular? |
title_sort |
O que é a quarta pessoa do singular? |
author |
Nunes, Carla Alexandra Alves |
author_facet |
Nunes, Carla Alexandra Alves |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Barbeitos, Diana Pimentel Penberthy de Araújo DigitUMa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nunes, Carla Alexandra Alves |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Gonçalo M. Tavares Animalescos Técnica Identidade Humano/animal Rizoma Literatura, Cultura e Diversidade . Faculdade de Artes e Humanidades Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e Literaturas |
topic |
Gonçalo M. Tavares Animalescos Técnica Identidade Humano/animal Rizoma Literatura, Cultura e Diversidade . Faculdade de Artes e Humanidades Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e Literaturas |
description |
A presente dissertação insere-se na problemática da diversidade de materialidades na cultura, das novas textualidades na literatura contemporânea e nos estudos intermedia. Fazer investigação nesta área resulta num cruzamento de saberes que solicita interdisci plinaridade. Deste modo, a nova conjuntura da sociedade contemporânea caracterizada pelo hibridismo cultural, pela tecnologia e pela escrita como máquina, incentivou novas “escrituras-leituras” (Derrida, 1995, passim). Sublinhe-se que Gonçalo M. Tavares insere a obra objecto desta tese na trilogia das “canções1 ”, uma espécie de obras híbridas nas quais “a palavra (voz) é considerada como uma unidade do sentido e do som” (Derrida, 1973: 38). animalescos (2013a) é um texto radicular e múltiplo, em conexão e heterogéneo” (Deleuze, Gilles & Guattari, Félix, 1995, passim), sob o princípio do mapa (aberto e conectável) que toma velocidade no meio (idem, ibidem). O texto contém uma espécie de refrões que pontuam o início de todos os fragmentos do livro em epígrafes. Com efeito, ainda que os refrões se repitam, “não se fazem na mesma dimensão, mas coexistem […], uma é elementar e a outra é totalizante” (Deleuze, 2006: 275). Na reflexão sobre as fonteiras humano/não humano/desumano – um dos tópicos centrais da narrativa de Gonçalo M. Tavares em animalescos (2013a) – entre a queda do humano, a loucura e a sua perturbante relação com a animalidade imemorial perdida na sociedade da era da técnica, deve-se sublinhar-se que “(...) é precisamente nesta zona de vizinhança ou indiscernibilidade entre o homem e o animal que se situa a quarta pessoa do singular que endossa a enunciação no texto de Gonçalo M. Tavares e que é, desde logo, anunciada em epígrafe pela voz de Deleuze: “quarta pessoa do singular; é ela que se pode fazer com que fale.” (Neves, 2014: 16). |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-11-29 2021-11-29T00:00:00Z 2023-01-24T10:25:48Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.13/4949 TID:203183860 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.13/4949 |
identifier_str_mv |
TID:203183860 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799130930696159232 |