“É Pena Seres Mulato!”: Ensaio sobre relações raciais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/3640 |
Resumo: | O texto analisa a racialização da sociedade moçambicana em torno das demarcações entre a esmagadora maioria negra e a minoria mestiça/“mulata”. O fenómeno social oscila entre a aceitação mútua (carga neutra) e a elaboração de estereótipos depreciativos também mútuos (carga negativa). Dos estereótipos dos “mulatos” – objecto da análise – destacam-se o de serem “filhos de uma quinhenta” (período colonial); “mulato não tem bandeira” (gerado na conjuntura de transição para a independência em 1974-1975); e “mulato ou é mecânico ou é ladrão” (gerado na transição do monopartidarismo e da guerra para a paz e o multipartidarismo na primeira metade da década de noventa). A instrumentalização simbólica da minoria “mulata” tem servido para domesticar ansiedades colectivas da população negra. |
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“É Pena Seres Mulato!”: Ensaio sobre relações raciaismestiçagemMoçambiquemulatosnegrosracismorepresentações sociaismiscegenationMozambiquemulattoBlack peopleracismsocial representationsO texto analisa a racialização da sociedade moçambicana em torno das demarcações entre a esmagadora maioria negra e a minoria mestiça/“mulata”. O fenómeno social oscila entre a aceitação mútua (carga neutra) e a elaboração de estereótipos depreciativos também mútuos (carga negativa). Dos estereótipos dos “mulatos” – objecto da análise – destacam-se o de serem “filhos de uma quinhenta” (período colonial); “mulato não tem bandeira” (gerado na conjuntura de transição para a independência em 1974-1975); e “mulato ou é mecânico ou é ladrão” (gerado na transição do monopartidarismo e da guerra para a paz e o multipartidarismo na primeira metade da década de noventa). A instrumentalização simbólica da minoria “mulata” tem servido para domesticar ansiedades colectivas da população negra.This text examines the racialization of Mozambican society around the social boundaries between the overwhelming black majority and the mestizo/”mulatto” minority. This phenomenon varies between mutual acceptance (neutral meaning) and mutually derogatory stereotypes (negative meaning). Certain negative stereotypes associated with the figure of the ”mulatto” include, “the mulatto has no national flag” (which dates from the transition to Mozambique’s independence, 1974-75) and “the mulatto is a mechanic or a thief” (which dates from the first half of the 1990s, during the transition from a wartime one-party state to a post-conflict multiparty system). In this paper, I will propose that the symbolic instrumentalization of the ”mulatto” minority has been useful to tame the anxieties of the black majority.Centro de Estudos Africanos do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa2012-06-29T10:31:34Z2012-06-01T00:00:00Z2012-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/3640por1645-3794Mithá Ribeiro, Gabrielinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:48:00Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/3640Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:23:21.327295Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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