Dossiê Arqueologia e Crítica Feminista no Brasil: uma apresentação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Arqueologia |
Texto Completo: | https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/556 |
Resumo: | Equidade e bem viver não existem no vocabulário do conservadorismo reinante na atual crise política brasileira. Em nome de deus e do capital, as teorias de gênero, que há tempos denunciam o conteúdo ideológico do heterossexismo, são apresentadas como ideologia de gênero e freneticamente combatidas a expensas da educação, da cultura, da arte, da dignidade e dos direitos humanos. O Plano Nacional de Educação não tem mais o combate à discriminação de gênero e à homofobia como objetivos, e em vários estados as escolas de ensino fundamental e médio são proibidas de tematizar sexo-gênero e sexualidade em sala de aula. Hoje querem que levemos a gravidez até o fim em qualquer circunstância, mesmo que ela resulte de estupro, porque, supostamente, nossos corpos não nos pertencem – pertencem ao mercado. Também querem que nossos corpos trabalhem até a última respiração – porque a lógica neoliberal determina que vivamos para trabalhar, em vez de trabalhar para viver. E se vivemos para trabalhar, os riscos à qualidade da nossa saúde mental daí advindos (como aqueles que acompanham as pressões por produtividade na academia, os prazos exíguos, a competividade, as animosidades, a escassez de recursos e outros aborrecimentos da rotina acadêmica) passam a ser ‘coisas da vida’ (em vez de ‘coisas do trabalho’!), provações constantes nas quais os fortes se superam e os fracos sucumbem. Uma fantasia de autorregulação. |
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