Tratamento da hemicrania contínua: série de casos e revisão da literatura
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942012000200004 |
Resumo: | JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A Hemicrania Contínua (HC) é uma cefaleia primária, incapacitante, caracterizada por dor contínua, unilateral e responsiva à indometacina. Existem sintomas comuns às cefaleias trigêmino-autonômicas e à migrânea, que dificultam o diagnóstico. A presente revisão busca descrever a HC em uma série de casos e analisar as melhores evidências disponíveis sobre alternativas terapêuticas. MÉTODOS: Revisão sistemática dos prontuários e dos diários de dor de 1.600 pacientes, atendidos entre janeiro de 1992 e janeiro de 2011 em um ambulatório de cefaleia. RESULTADOS: Dez pacientes com possível diagnóstico de Hemicrania Contínua foram selecionados; sete receberam diagnóstico de HC segundo a II Classificação Internacional das Cefaleias. Nenhum paciente havia recebido o diagnóstico correto antes de ser atendido no ambulatório e o tempo médio para o mesmo foi de 12 anos. A amitriptilina foi eficaz no tratamento profilático de 66,6% dos casos, a gabapentina em 20% e o topiramato em 10%. CONCLUSÕES: A HC deve ser considerada entre as hipóteses diagnósticas de pacientes com cefaleia contínua, sem alterações ao exame neurológico e exames subsidiários, independentemente da idade do surgimento. O tratamento usual, 100 mg a 150 mg diários de indometacina, possui riscos relevantes associados ao uso a curto e longo prazos e pode não ser boa escolha para uso contínuo. Estudos recentes apontam possíveis alternativas: gabapentina, topiramato, inibidores da ciclooxigenase-2, piroxican betaciclodextrina, amitriptilina e melatonina. Outras drogas foram descritas como eficazes em relatos isolados, mas a maioria foi considerada ineficaz em outros casos de HC. |
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