Dose preparatória de atracúrio: aferição da fadiga no músculo orbicular do olho e condições de intubação orotraqueal
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Data de Publicação: | 2003 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942003000600003 |
Resumo: | JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O método da dose preparatória (priming principle) consiste na injeção de uma pequena dose do bloqueador neuromuscular, minutos antes da administração do restante da dose preconizada para intubação traqueal, para encurtar o início de ação dos bloqueadores neuromusculares (BNM) adespolarizantes. Existe, porém, possibilidade de fadiga muscular e broncoaspiração. De interesse especial para as manobras de intubação orotraqueal e proteção das vias aéreas, são os músculos da laringe. Como sua monitorização direta impõe dificuldades técnicas, foi demonstrado que o músculo orbicular do olho apresenta correlação com os músculos laríngeos quanto à sensibilidade aos BNM. O objetivo desta pesquisa é avaliar se há fadiga do músculo orbicular ocular após o uso da dose preparatória de atracúrio e comparar as condições clínicas de intubação traqueal após dois intervalos entre as doses. MÉTODO: Foram selecionados 35 pacientes adultos, estado físico ASA I ou II, sem fatores de risco para broncoaspiração, submetidos à cirurgia eletiva. Foi induzida anestesia geral com alfentanil e propofol e os pacientes foram ventilados manualmente sob máscara. Em seguida, foram posicionados os eletrodos para estimular o ramo temporal do nervo facial e o transdutor de aceleração no músculo orbicular do olho. Administrou-se a dose preparatória de atracúrio (0,02 mg.kg-1) e a relação T4/T1 foi avaliada a cada minuto durante 5 minutos em 20 casos (G1) e 7 minutos em 13 casos (G2). Após este intervalo, administrou-se a dose complementar de atracúrio (0,5 mg.kg-1) e procedeu-se a intubação orotraqueal após um minuto. Foi considerada fadiga clinicamente importante a relação T4/T1 inferior a 0,9. RESULTADOS: Nenhum paciente apresentou fadiga durante o intervalo de monitorização. Em 80% e 69% dos pacientes de G1 ou G2, respectivamente, as condições de intubação traqueal foram consideradas clinicamente aceitáveis (p > 0,05). CONCLUSÕES: A dose preparatória de atracúrio (0,02 mg.kg-1) não causa fadiga no músculo orbicular do olho e não há diferença entre aguardar 5 ou 7 minutos como intervalo entre as doses do bloqueador neuromuscular. |
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