Impacto do acoplamento de máscara facial sobre a oxigenação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gregori,Waldemar Montoya de
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Mathias,Lígia Andrade da Silva Telles, Piccinini Filho,Luiz, Pena,Ernesto Leonardo de Carpio, Vicuna,Aníbal Heberto Mora, Vieira,Joaquim Edson
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942005000500004
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: As diferentes técnicas de oxigenação existentes têm o objetivo de produzir desnitrogenização prévia ao período de apnéia durante a indução. A principal razão em que a concentração inspirada de oxigênio (CIO2) não atinge 100% é a falta de acoplamento adequado da máscara facial, permitindo a entrada de ar ambiente. Embora os anestesiologistas conheçam este princípio, nem todos o aplicam corretamente, facilitando a entrada de ar no fluxo de gases frescos (FGF) e, conseqüentemente, diluindo a CIO2. Este estudo procurou avaliar comparativamente, através da variação da CEO2, (concentração expirada de O2), a eficácia da técnica de oxigenação com máscara facial, nas condições habitualmente empregadas pelos anestesiologistas, simulando situações de vazamentos progressivos. MÉTODO: Foram estudadas as CEO2 de 15 voluntários, estado físico ASA I, submetidos à técnica de oxigenação com oito respirações profundas (capacidade vital) em 60s com fluxo de gás fresco de 10 L.min-¹. A máscara facial foi bem acoplada com CIO2 de 100% (Ac100), ou variando de 50% a 90% (Ac50; Ac60; Ac70; Ac80; Ac90); máscara acoplada pela gravidade e CIO(2)100% (Grav) e máscara a 1 cm da face e CIO2 a 100% (Afast). A CEO2 foi registrada em intervalos de 10s até 60s. Nos testes estatísticos p < 0,05 foi considerado significativo. RESULTADOS: A CEO2 aumentou em todos os grupos (p < 0,001), mas somente o grupo Ac100 atingiu valores próximos do ideal (82,20 - 87). Comparando-se as CEO2 atingidas no final de 60s, observou-se diferença estatística significativa entre as técnicas Ac100 e Grav (82,20 e 65,87), mostrando que a utilização da máscara acoplada apenas pela gravidade não produziu oxigenação adequada. Não houve diferença significativa entre os grupos Grav e Ac70 (65,87 e 62,67) em todos momentos estudados, sugerindo que a técnica do acoplamento pela gravidade simula aos 60s, uma CIO2 de 70%. A CEO2 média do grupo Afast atingiu valor de 47,20, que mostra que essa técnica pode ser associada a risco inaceitável de hipoxemia. CONCLUSÕES: Houve aumento progressivo da CEO2 em todos os grupos estudados, embora com redução da eficácia da técnica de oxigenação devida às várias situações de não acoplamento adequado. Este estudo mostrou, assim, a importância da atenção ao momento da oxigenação, utilizando-se a máscara bem acoplada, eliminando-se as condutas habituais de máscara afastada ou acoplada pela gravidade.
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