Hematoma neuroaxial após bloqueio peridural. É possível prevenir ou detectar? Relato de dois casos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza,Rodrigo de Lima e
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Andrade,Luiz Otávio Fernandes, Silva,Joaquim Belchior, Silva,Luiz Antônio Carneiro da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942011000200011
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os hematomas espinais são raros e acometem o sistema nervoso central. Podem causar sequelas neurológicas permanentes e morte se não tratados adequadamente. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para o bom prognóstico neurológico. O objetivo deste trabalho foi despertar no anestesiologista maior sensibilidade para o diagnóstico e o tratamento precoces dos hematomas espinais, além de aperfeiçoar sua prevenção. RELATO DOS CASOS: Caso 1: Paciente submetido à anestesia peridural lombar para a realização de revascularização fêmuro-poplítea. Estava em uso de ácido acetilsalicílico, clopidogrel e enoxaparina, medicamentos suspensos antes da operação. O paciente evoluiu com paraplegia no pós-operatório imediato. Realizou-se descompressão neurocirúrgica após o diagnóstico, porém sem recuperação do quadro em longo prazo. Caso 2: Paciente submetido à anestesia peridural lombar para osteotomia em joelho direito, sem intercorrências. O paciente permaneceu sem queixas neurológicas até aproximadamente 48 horas, quando iniciou quadro de retenção urinária, dor em membro inferior direito, parestesias e dificuldade de movimentação dos pés. Foi feita ressonância nuclear magnética, a qual evidenciou hematoma peridural lombar, sendo realizada a descompressão cirúrgica imediata. Após 10 meses de reabilitação, houve recuperação neurológica completa. CONCLUSÕES: Os casos clínicos apresentados mostraram desfechos diferentes, destacando a importância do diagnóstico e do tratamento precoces para a boa evolução do quadro clínico. O diagnóstico pela ressonância nuclear magnética, com a descompressão precoce logo após as primeiras manifestações clínicas, permanece como tratamento padrão. A identificação dos pacientes de risco para sangramentos neuroaxiais, a mudança de técnica anestésica, assim como o estabelecimento de protocolos de avaliação neurológica pós-operatória nos pacientes submetidos aos bloqueios de neuroeixo, podem contribuir para a prevenção de sequelas neurológicas graves.
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