Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Geier,Karl Otto
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000400012
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O clássico bloqueio "3 em 1" por via anterior tem suscitado divergências quanto ao envolvimento anestésico de seus três nervos participantes, o femoral, o cutâneo lateral da coxa e o obturador. O objetivo deste estudo é verificar o desfecho do bloqueio "3 em 1" por via anterior, através das técnicas: injeção única (G1), cateteres curtos (G2) e cateteres longos (G3). Os bloqueios "3 em 1", clinicamente identificados como completos ou superdimensionados foram, adicionalmente, investigados por meio de rádio imagem. MÉTODO: A identificação do espaço subfascial ilíaco nos bloqueios "3 em 1" com injeção única ou com cateteres foi feita pela perda de resistência ao ar. Em vários eventos dolorosos, o volume anestésico administrado variou entre 30 e 40 ml e a introdução cranial dos cateteres foi até 18 cm no espaço subfascial ilíaco. Quando a pesquisa clínica apontava envolvimento do nervo obturador ou de outro nervo adicional ao bloqueio "3 em 1", complementava-se a investigação com estudo radiográfico e tomodensiométrico com o propósito de estabelecer correspondência com a anatomia pélvica. RESULTADOS: O envolvimento dos nervos fêmoro cutâneo lateral e obturador não foram constantes, ao contrário do nervo femoral. No estudo, nenhum bloqueio "3 em 1" completo com injeção única (G1) se manifestou, e sim um bloqueio "2 em 1", com a participação eventual do ramo femoral do nervo genitofemoral (bloqueio "2,5 em 1"). Contudo, quando foram utilizados cateteres curtos (G2), obteve-se bloqueio "3 em 1" em apenas um paciente, ao passo que com cateteres longos (G3) introduzidos no sentido cefálico até 18 cm no espaço subfascial ilíaco, três bloqueios "3 em 1" superdimensionados foram registrados, pelo envolvimento adicional dos nervos fibular comum em dois pacientes e o nervo tibial em um paciente. CONCLUSÕES: Apesar da pequena amostra, com injeção única (G1), sempre se obteve um bloqueio "2 em 1" ou "2,5 em 1", sem a participação do nervo obturador. Com cateter curto (G2), o bloqueio "3 em 1" foi classificado como completo em 6,6% dos casos (um paciente). Porém, com cateter longo (G3), o resultado tende a ser mais previsível em relação aos outros grupos, especialmente quando o cateter alcança o espaço paravertebral lombossacral, resultando num bloqueio "3 em 1" completo em 20% dos casos (três pacientes) ou, raramente, num bloqueio "3 em 1" superdimensionado em 13,2% dos casos (dois pacientes).
id SBA-1_bfde293b84ed8c6d23c4b0c0f9ba81e1
oai_identifier_str oai:scielo:S0034-70942004000400012
network_acronym_str SBA-1
network_name_str Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
repository_id_str
spelling Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagensTÉCNICAS ANESTÉSICAS/RegionalTÉCNICAS ANESTÉSICAS/bloqueio "3 em 1"JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O clássico bloqueio "3 em 1" por via anterior tem suscitado divergências quanto ao envolvimento anestésico de seus três nervos participantes, o femoral, o cutâneo lateral da coxa e o obturador. O objetivo deste estudo é verificar o desfecho do bloqueio "3 em 1" por via anterior, através das técnicas: injeção única (G1), cateteres curtos (G2) e cateteres longos (G3). Os bloqueios "3 em 1", clinicamente identificados como completos ou superdimensionados foram, adicionalmente, investigados por meio de rádio imagem. MÉTODO: A identificação do espaço subfascial ilíaco nos bloqueios "3 em 1" com injeção única ou com cateteres foi feita pela perda de resistência ao ar. Em vários eventos dolorosos, o volume anestésico administrado variou entre 30 e 40 ml e a introdução cranial dos cateteres foi até 18 cm no espaço subfascial ilíaco. Quando a pesquisa clínica apontava envolvimento do nervo obturador ou de outro nervo adicional ao bloqueio "3 em 1", complementava-se a investigação com estudo radiográfico e tomodensiométrico com o propósito de estabelecer correspondência com a anatomia pélvica. RESULTADOS: O envolvimento dos nervos fêmoro cutâneo lateral e obturador não foram constantes, ao contrário do nervo femoral. No estudo, nenhum bloqueio "3 em 1" completo com injeção única (G1) se manifestou, e sim um bloqueio "2 em 1", com a participação eventual do ramo femoral do nervo genitofemoral (bloqueio "2,5 em 1"). Contudo, quando foram utilizados cateteres curtos (G2), obteve-se bloqueio "3 em 1" em apenas um paciente, ao passo que com cateteres longos (G3) introduzidos no sentido cefálico até 18 cm no espaço subfascial ilíaco, três bloqueios "3 em 1" superdimensionados foram registrados, pelo envolvimento adicional dos nervos fibular comum em dois pacientes e o nervo tibial em um paciente. CONCLUSÕES: Apesar da pequena amostra, com injeção única (G1), sempre se obteve um bloqueio "2 em 1" ou "2,5 em 1", sem a participação do nervo obturador. Com cateter curto (G2), o bloqueio "3 em 1" foi classificado como completo em 6,6% dos casos (um paciente). Porém, com cateter longo (G3), o resultado tende a ser mais previsível em relação aos outros grupos, especialmente quando o cateter alcança o espaço paravertebral lombossacral, resultando num bloqueio "3 em 1" completo em 20% dos casos (três pacientes) ou, raramente, num bloqueio "3 em 1" superdimensionado em 13,2% dos casos (dois pacientes).Sociedade Brasileira de Anestesiologia2004-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000400012Revista Brasileira de Anestesiologia v.54 n.4 2004reponame:Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)instname:Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)instacron:SBA10.1590/S0034-70942004000400012info:eu-repo/semantics/openAccessGeier,Karl Ottopor2004-09-22T00:00:00Zoai:scielo:S0034-70942004000400012Revistahttps://www.sbahq.org/revista/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||sba2000@openlink.com.br1806-907X0034-7094opendoar:2004-09-22T00:00Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) - Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)false
dc.title.none.fl_str_mv Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens
title Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens
spellingShingle Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens
Geier,Karl Otto
TÉCNICAS ANESTÉSICAS/Regional
TÉCNICAS ANESTÉSICAS/bloqueio "3 em 1"
title_short Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens
title_full Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens
title_fullStr Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens
title_full_unstemmed Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens
title_sort Bloqueio "3 em 1" por via anterior: bloqueio parcial, completo ou superdimensionado? Correlação entre anatomia, clínica e radio imagens
author Geier,Karl Otto
author_facet Geier,Karl Otto
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Geier,Karl Otto
dc.subject.por.fl_str_mv TÉCNICAS ANESTÉSICAS/Regional
TÉCNICAS ANESTÉSICAS/bloqueio "3 em 1"
topic TÉCNICAS ANESTÉSICAS/Regional
TÉCNICAS ANESTÉSICAS/bloqueio "3 em 1"
description JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O clássico bloqueio "3 em 1" por via anterior tem suscitado divergências quanto ao envolvimento anestésico de seus três nervos participantes, o femoral, o cutâneo lateral da coxa e o obturador. O objetivo deste estudo é verificar o desfecho do bloqueio "3 em 1" por via anterior, através das técnicas: injeção única (G1), cateteres curtos (G2) e cateteres longos (G3). Os bloqueios "3 em 1", clinicamente identificados como completos ou superdimensionados foram, adicionalmente, investigados por meio de rádio imagem. MÉTODO: A identificação do espaço subfascial ilíaco nos bloqueios "3 em 1" com injeção única ou com cateteres foi feita pela perda de resistência ao ar. Em vários eventos dolorosos, o volume anestésico administrado variou entre 30 e 40 ml e a introdução cranial dos cateteres foi até 18 cm no espaço subfascial ilíaco. Quando a pesquisa clínica apontava envolvimento do nervo obturador ou de outro nervo adicional ao bloqueio "3 em 1", complementava-se a investigação com estudo radiográfico e tomodensiométrico com o propósito de estabelecer correspondência com a anatomia pélvica. RESULTADOS: O envolvimento dos nervos fêmoro cutâneo lateral e obturador não foram constantes, ao contrário do nervo femoral. No estudo, nenhum bloqueio "3 em 1" completo com injeção única (G1) se manifestou, e sim um bloqueio "2 em 1", com a participação eventual do ramo femoral do nervo genitofemoral (bloqueio "2,5 em 1"). Contudo, quando foram utilizados cateteres curtos (G2), obteve-se bloqueio "3 em 1" em apenas um paciente, ao passo que com cateteres longos (G3) introduzidos no sentido cefálico até 18 cm no espaço subfascial ilíaco, três bloqueios "3 em 1" superdimensionados foram registrados, pelo envolvimento adicional dos nervos fibular comum em dois pacientes e o nervo tibial em um paciente. CONCLUSÕES: Apesar da pequena amostra, com injeção única (G1), sempre se obteve um bloqueio "2 em 1" ou "2,5 em 1", sem a participação do nervo obturador. Com cateter curto (G2), o bloqueio "3 em 1" foi classificado como completo em 6,6% dos casos (um paciente). Porém, com cateter longo (G3), o resultado tende a ser mais previsível em relação aos outros grupos, especialmente quando o cateter alcança o espaço paravertebral lombossacral, resultando num bloqueio "3 em 1" completo em 20% dos casos (três pacientes) ou, raramente, num bloqueio "3 em 1" superdimensionado em 13,2% dos casos (dois pacientes).
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004-08-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000400012
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000400012
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0034-70942004000400012
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Anestesiologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Anestesiologia
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Anestesiologia v.54 n.4 2004
reponame:Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
instname:Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)
instacron:SBA
instname_str Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)
instacron_str SBA
institution SBA
reponame_str Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
collection Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) - Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)
repository.mail.fl_str_mv ||sba2000@openlink.com.br
_version_ 1752126624744079360