Floração sincrônica e sistemas reprodutivos em quatro espécies de Kielmeyera Mart. (Guttiferae)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Acta Botanica Brasilica |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062002000100013 |
Resumo: | Foram investigados a floração sincrônica e os sistemas reprodutivos de Kielmeyera abdita Saddi, K. coriacea Mart.,K. speciosa St. Hil. e K. variabilis Mart., que são espécies de cerrado e ocorrem freqüentemente na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília, Brasília (DF). As quatro espécies de Kielmeyerasão simpátricas e o período de floração se extende por dois ou tres meses. K. abdita, K. coriacea eK. variabilis,florescem em sincronia durante o período seco (agosto - dezembro) e K speciosa floresce isoladamente durante o período chuvoso (fevereriro - maio). A floração convergente dessa três espécies, sugere que as mesmas estão envolvidas em um processo de mutualismo floral, no qual atraem grande número de polinizadores, incrementando os níveis de polinização cruzada. Todas as espécies têm morfologia floral similar, com corolas abertas de cor albo-rósea (K. abdita, K. coriacea, K. speciosa) ou alva (K. variabilis), contrastando com estames em pincel, de cor amarelo - forte, que apresentam glândulas apicais produtoras de perfume doce peculiar a Kielmeyera. A presença de andromonoecia é marcante exceto em K. speciosa. As flores apresentam síndrome de entomofilia, sendo visitadas por 21 espécies de abelhas, porém só as abelhas fêmeas Xylocopa hirsutissima Maidl e X. frontalis (Olivier), foram consideradas polinizadores efetivos, devido à alta freqüência e eficiência na coleta de pólen. Com relação aos sistemas reprodutivos, foi constatado que as espécies de Kielmeyera são xenogâmicas e auto-incompatíveis. Os tubos polínicos resultantes de autopolinização foram bloqueados no ovário, sugerindo auto-incompatibilidade de ação tardia. A percentagem de frutos resultantes de polinização cruzada ( K.abdita 33%, K. coriacea 48,5%, K.speciosa 41,5% e K.variabilis 36,5%) foi maior que a de polinização natural (K.abdita 13,3%, K. coriacea 30%, K.speciosa 23% e K.variabilis 30%). Isto sugere que apesar da visitação intensa de Xylocopa, a transferência de pólen pode ser ineficaz, ocasionando geitonogamia ou a deposição de pólen interespecífico, o que iria impedir a fertilização dos óvulos. |
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