Relação entre Gordura Epicárdica e Fibrilação Atrial Não Pode Ser Totalmente Explicada pela Fibrose Atrial Esquerda
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Data de Publicação: | 2022 |
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Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2022000400737 |
Resumo: | Resumo Fundamento O tecido adiposo epicárdico (TAE) tem sido associado à fibrilação atrial (FA), mas seus mecanismos fisiopatológicos permanecem obscuros. Objetivos Medir a correlação entre TAE e fibrose do átrio esquerdo (AE), e avaliar sua capacidade de prever recidiva após o isolamento da veia pulmonar (IVP). Métodos Pacientes com FA inscritos para um primeiro procedimento de IVP foram submetidos à tomografia computadorizada (TC) cardíaca e ressonância magnética cardíaca (RMC) em menos de 48 horas. Quantificou-se o TAECE em imagens de TC realçadas com contraste no nível do tronco da coronária esquerda. Quantificou-se a fibrose do AE em RMC tridimensional com realce tardio isotrópico de 1,5 mm. Após o isolamento da veia pulmonar (IVP), os pacientes foram submetidos a seguimento para checar a recidiva da FA. A significância estatística foi definida com p<0,05. Resultados A maioria dos 68 pacientes (46 homens, idade 61±12 anos) tinha FA paroxística (71%, n=48). Os pacientes apresentavam volume TAECE mediano de 2,4 cm3/m2 (intervalo interquartil [IIQ] 1,6–3,2 cm3/m2) e um volume médio de fibrose do AE de 8,9 g (IIQ 5–15 g). A correlação entre TAECE e fibrose do AE foi estatisticamente significativa, mas fraca (coeficiente de correlação de postos de Spearman = 0,40, p=0,001). Durante um seguimento médio de 22 meses (IIQ 12–31), 31 pacientes (46%) tiveram recidiva da FA. A análise multivariada produziu dois preditores independentes de recidiva da FA: TAECE (FC 2,05, IC de 95% 1,51–2,79, p<0,001) e FA não paroxística (FC 2,36, IC de 95% 1,08–5,16, p=0,031). Conclusão A correlação fraca entre TAE e AE sugere que a fibrose do AE não é o principal mecanismo que liga o TAE e a FA. O TAE mostrou-se mais fortemente associado à recidiva da FA do que à fibrose do AE, corroborando a existência de outros mediadores mais importantes do TAE e da FA. |
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Resumo Fundamento O tecido adiposo epicárdico (TAE) tem sido associado à fibrilação atrial (FA), mas seus mecanismos fisiopatológicos permanecem obscuros. Objetivos Medir a correlação entre TAE e fibrose do átrio esquerdo (AE), e avaliar sua capacidade de prever recidiva após o isolamento da veia pulmonar (IVP). Métodos Pacientes com FA inscritos para um primeiro procedimento de IVP foram submetidos à tomografia computadorizada (TC) cardíaca e ressonância magnética cardíaca (RMC) em menos de 48 horas. Quantificou-se o TAECE em imagens de TC realçadas com contraste no nível do tronco da coronária esquerda. Quantificou-se a fibrose do AE em RMC tridimensional com realce tardio isotrópico de 1,5 mm. Após o isolamento da veia pulmonar (IVP), os pacientes foram submetidos a seguimento para checar a recidiva da FA. A significância estatística foi definida com p<0,05. Resultados A maioria dos 68 pacientes (46 homens, idade 61±12 anos) tinha FA paroxística (71%, n=48). Os pacientes apresentavam volume TAECE mediano de 2,4 cm3/m2 (intervalo interquartil [IIQ] 1,6–3,2 cm3/m2) e um volume médio de fibrose do AE de 8,9 g (IIQ 5–15 g). A correlação entre TAECE e fibrose do AE foi estatisticamente significativa, mas fraca (coeficiente de correlação de postos de Spearman = 0,40, p=0,001). Durante um seguimento médio de 22 meses (IIQ 12–31), 31 pacientes (46%) tiveram recidiva da FA. A análise multivariada produziu dois preditores independentes de recidiva da FA: TAECE (FC 2,05, IC de 95% 1,51–2,79, p<0,001) e FA não paroxística (FC 2,36, IC de 95% 1,08–5,16, p=0,031). Conclusão A correlação fraca entre TAE e AE sugere que a fibrose do AE não é o principal mecanismo que liga o TAE e a FA. O TAE mostrou-se mais fortemente associado à recidiva da FA do que à fibrose do AE, corroborando a existência de outros mediadores mais importantes do TAE e da FA. |
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