Estudo experimental em cães da ação protetora de solução cardioplégica de lidocaína e potássio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: DIAS,Altamiro Ribeiro
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: GUTIERREZ,Paulo Sampaio, HIGUCHI,Maria de Lourdes, LOURENÇÃO,Rodrigo, MIRANDA,Everaldo, SANTOS,Benedito dos, ABDUCH,Maria Cristina Donadio, DIAS,Ricardo Ribeiro, STOLF,Noedir A. G., OLIVEIRA,Sergio Almeida de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382002000100012
Resumo: OBJETIVO: Os autores estudam experimentalmente em cães a ação cardioplégica de solução sangüínea normotérmica contendo lidocaína e potássio. MATERIAL E MÉTODO: Foram operados 14 animais, de cerca de 25kg, sob anestesia geral e intubação traqueal. Os cães foram submetidos a esternotomia mediana, sendo canulados a aorta ascendente e o átrio direito, para colocação em perfusão extracorpórea. Durante o procedimento, foram feitas dosagens gasométricas e de eletrólitos, visando à manutenção de boas condições cardiocirculatórias. Em 5 cães, os quais compõem grupo designado não protegido (NP), foi feita a parada cardíaca anóxica, através de pinçamento da raiz da aorta, durante 120 minutos. Nesses animais não foi tomada nenhuma medida visando à proteção miocárdica. No outro grupo, designado grupo protegido (P), o procedimento foi semelhante, sendo que, após o pinçamento da aorta, foi feita proteção cardioplégica. A técnica de cardioplegia consistiu em indução com injeção de 100 mg de lidocaína e 2,5 mEq de potássio, diluídos em 60 ml de sangue da linha arterial, após o que infundiu-se sangue durante 30 segundos. A parada cardíaca foi imediata. A fase de manutenção consistiu em infusões de sangue da linha arterial, por 30 segundos, de 20 em 20 minutos. RESULTADOS: Todos os animais desse grupo protegido sobreviveram enquanto que no grupo não protegido, após o restabelecimento da circulação coronariana pelo desclampeamento aórtico, todos vieram a falecer. Em todos os 14 animais foram feitas determinações ecocardiográficas de fração de ejeção e delta D, sendo esses valores normais. Verificamos que, no grupo protegido, houve queda desses valores de cerca de 30% na primeira hora pós suspensão da perfusão. Esses valores foram determinados novamente cerca de 5 horas pós suspensão da perfusão e revelaram-se normais. Após essa segunda avaliação ecocardiográfica, os animais foram sacrificados para estudo anatomopatológico à microscopia óptica e eletrônica. Estes estudos revelaram intensas alterações morfológicas compatíveis com necrose celular no grupo não protegido. No grupo de animais em que se utilizou a cardioplegia, as alterações microscópicas e utramicroscópicas foram inexpressivas. CONCLUSÃO: A técnica de cardioplegia apresentada garantiu a sobrevida dos animais, após 120 minutos de parada cardíaca anóxica, com boa performance ecocardiográfica e morfológica, dentro da metodologia utilizada.
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