Cirurgia de revascularização do miocárdio associada a endarterectomia de carótida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza,Januário M
Data de Publicação: 1995
Outros Autores: Berlinck,Marcos F, Oliveira,Paulo Agostinho Fernandes de, Ferreira,Rogério Petrassi, Mazzieri,Ricardo, Oliveira,Sérgio Almeida de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381995000100006
Resumo: A oportunidade para realização de endarterectomia de carótida (EC) e revascularização do miocárdio (RM) para doença concomitante ainda é controversa. Entre 1979 e 1994, 10940 pacientes foram operados para revascularização do miocárdio. Cirurgia combinada RM/EC foi realizada em 46 (0,43%) pacientes, no mesmo período. A idade variou de 48 a 76 anos, média de 65,2 anos, sendo 34,7% (16/46) com 70 anos ou mais; 80,4% eram do sexo masculino. Infarto do miocárdio prévio estava presente em 23 (50%) pacientes. Diabetes mellitus em 10 (21,7%), insuficiência renal crônica em 5 (10,8%); 29 (63%) estavam em classe funcional III ou IV para angina; havia ICC em 4 (8,6%), lesão obstrutiva significativa em 9 (19,5%) pacientes em tronco da coronária esquerda; 5 pacientes estavam sendo reoperados para RM e 1 para RM e EC. Dos 25 pacientes com lesão carotídea bilateral, 4 tinham uma artéria carótida interna ocluída. Vinte e três pacientes tinham tido isquemia cerebral transitória (ICT) e 2 pacientes acidente vascular cerebral (AVC) com seqüela permanente; 21 não tinham manifestação neurológica. Endarterectomia de carótida foi realizada na carótida esquerda em 23, na direita em 14 e bilateral em 9. A RM foi realizada com pontes de safena e artéria torácica interna (ATI), variando de 1 a 4 pontes, com média de 2,8 pontes por paciente; 11 receberam ATI. A mortalidade imediata foi de 8,6% (4/46); AVC permanente não ocorreu no trans-operatório. Três dos 4 óbitos ocorreram em pacientes com idade igual ou superior a 70 anos. A EC foi realizada após preparo e heparinização do paciente para circulação extracorpórea (CEC). Nos 4 pacientes que apresentavam oclusão da artéria carótida interna contralateral a EC foi realizada após o estabelecimento da CEC com hipotermia sistêmica 25º C. Em nenhum caso foi utilizado sfrunf carotídeo. Nos casos de lesões cirúrgicas bilaterais, o lado com lesão de maior risco foi operado juntamente com a RM, sendo a outra carótida operada em segundo tempo (em torno de uma semana). Considerando que nenhum dos pacientes apresentou AVC transoperatório, achamos ser a conduta adequada para essa associação de lesões.
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