Análise dos resultados do uso precoce e tardio da assistência circulatória com balão intra-aórtico (BIA) em pacientes submetidos a correção de cardiopatias com auxílio de circulação extracorpórea

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Macruz,Hugo de Moraes Sarmento
Data de Publicação: 1995
Outros Autores: Frazier,Oscar Howard, Cooley,Denton A
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381995000400004
Resumo: Este estudo tem como objetivo, a análise retrospectiva do uso precoce (intra-operatório) e tardio (pós-operatório) do balão intra-aórtico. Foram estudados 130 pacientes do Texas Heart Institute, no período de janeiro a dezembro de 1987, sendo 103 do sexo masculino e 27 do sexo feminino; a idade média dos pacientes foi de 61,5 ± 10,76 (14 a 84) anos, a média de peso foi de 75,5 ± 16,6 (42 a 134) kg, a média de superfície corpórea de 1,87 ± 0,24 (1,08 a 2,60)m² e um tempo médio de circulação extracorpórea de 98 (33 a 299) minutos e de pinçamento aórtico de 49 (10 a 122) minutos. O balão intra-aórtico foi usado em todos os pacientes por baixo débito cardíaco, em 4 associado a disrritmias retratarias a tratamento clínico e 2 por parada cardiorrespiratória, por períodos que variaram de 15 minutos a 256 horas. Os pacientes foram divididos em 6 grupos; Grupo I, pacientes que receberam o balão intra-aórtico no intra-operatório (precoce), Grupo II, pacientes que receberam o balão intra-aórtico no pós-operatório (tardio), Grupo III (pacientes com idade igual ou inferior a 65 anos), Grupo IV (pacientes com idade superior a 65 anos), Grupo V (pacientes com tempo de circulação extracorpórea de até 120 minutos) e Grupo VI (pacientes com tempo de circulação extracorpórea superior a 120 minutos) e 2 subdivisões nos grupos V e VI, subgrupo 1/. (pacientes com tempo de pinçamento de aorta menor ou igual a 60 minutos) e subgrupo 2/. (pacientes com tempo de pinçamento de aorta maior que 60 minutos). Dos 130 pacientes submetidos ao BIA, 81 (62.3%) sobreviveram e 49 (37,7%) pacientes faleceram; destes, 38 (36,2%) pertenciam ao Grupo I e 11 (44%) ao Grupo II. A sobrevida foi maior no Grupo III (68,6%) e menor no Grupo IV (51%) com p<0,05 mostrando uma diferença estatística com relação à mortalidade no grupo mais idoso. Observamos, também, que, a fração de ejeção, tempo de pinçamento de aorta, não apresentaram diferença estatística significante com relação à mortalidade. Porém a mortalidade com relação ao tempo de CEC foi altamente positiva (p<0,01) para tempo de CEC maior que 120 minutos. Em nossa casuística, o índice de complicações foi de 4,6% (6 pacientes). Os dados deste estudo sugerem que o balão intra-aórtico é efetivo como método de suporte circulatório, em pacientes com baixo débito cardíaco pós circulação extracorpórea, havendo tendência a resultados melhores quando usado precocemente; foi observada influência da idade e do tempo de CEC, sugerindo que métodos mais eficientes de assistência circulatória devam ser usados nos pacientes mais idosos e nos pacientes com síndrome de baixo débito cardíaco pós-cirurgia cardíaca com tempos de CEC maiores que 120 minutos.
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