Ecoturismo, educação ambiental crítica e formação de sujeitos ecológicos: convergências e desafios
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Ecoturismo |
Texto Completo: | https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6697 |
Resumo: | A “questão ambiental” tem tomado a cena pública e estimulado diversos debates sobre as formas humanas de se relacionar com o mundo dito natural. O panorama contemporâneo de mal-estar perante a vida urbana conturbada tem impulsionado o desejo de “retorno à natureza” e, dessa maneira, as viagens a ambientes menos alterados têm sido procuradas e discutidas. Assim sendo, o ecoturismo vem ganhando destaque por sua proposta de se aliar ao elemento educacional a fim de superar a apreciação meramente contemplativa desses ambientes. Dessa maneira, o ecoturismo tem como ideal de sua prática a promoção de uma consciência ecológica amparada pela educação ambiental (EA). Entretanto, também é necessário relacionar o ecoturismo a temas como o consumo e a mercantilização da natureza, que culminam para que essa experiência perca seu caráter transformador e torne-se simplesmente mercadoria e espetáculo. Ademais, a EA possui diferentes vertentes de fundamentação e, assim, o ecoturismo pode basear-se em diferentes propostas educativas. A EA crítica, especificamente, apresenta-se como um projeto político-pedagógico que objetiva a formação de um sujeito (cons)ciente e capacitado a “ler e interpretar” o mundo ao seu redor, ou seja, o ambiente e as relações e conflitos inscritas nele. Dessa forma, como ação educativa, dedica-se a formação humana de um sujeito ecológico, um sujeito crítico que compreende o mundo e suas responsabilidades, assim como também age em respeito ao mundo. Então, estabelecidas as relações entre a EA e o ecoturismo buscou-se analisar se o ecoturismo como prática consciente na “natureza”, pode contribuir para a formação do sujeito ecológico fundamentado na EA crítica. Dessa maneira, tornou-se possível considerar a formação desse sujeito ecológico através da prática do ecoturismo apenas como uma “possibilidade”. Ressaltamos, então, que o caminho para essa formação precisa fundamentar-se na valorização da educação não-formal como parte legítima da formação educativa, buscando superar uma visão idealizada e superficial da natureza tanto na prática do ecoturismo, como na educação ambiental. Ecotourism, critical environmental education and ecological subject’s formation: convergences and challenges The “environmental issue” has taken the public scene and stimulated several debates regarding the human forms of relating with the so called natural world. The discommodity contemporary view relative to the troubled urban life has driven people to nurture a desire to “return to nature” and, for this reason, the travels to less altered natural environments has been sought and debated. Therefore, ecotourism has been gaining attention due to its proposal of allying visits to nature and education in order to go beyond a mere contemplative appreciation of the environment. Thus, ecotourism has aims at promoting ecological awareness supported by environmental education. However, it is necessary to associate the activity to topics such as consumption and trade of nature that result in the loss and transformation of the experience, turning the experience into mere merchandise and entertainment. Furthermore, environmental education is composed by different grounds of substantiation and, because of that, ecotourism practice can be based on a broad range of educational proposals. The critical environmental education presents itself as a political-pedagogical project that aims at the formation of an aware subject capable to “reads and interprets” the world around him, that is, the environment and the relations and conflicts contained in it. Therefore, as an educational action, it is dedicated to the human formation of an ecological subject, a critical being, that comprehends the world and his responsibilities as well as acts in respect to the planet. So, once established the relations between environmental education and ecotourism, we will assess whether ecotourism, as a conscious practice in “nature”, can contribute with the formation of an ecological being based on a critical environmental education. By this way, it was possible to consider the formation of this ecological subject through ecotourism only as a "possibility". In this paper, we emphasize that the way for this formation must be based on the valorization of non-formal education as a legitimate part of the individual’s formation, seeking to overcome an idealized and superficial vision of nature, both in ecotourism and in environmental education. KEYWORDS: Ecotourism; Critical Environmental Education; Ecological Subject. |
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Entretanto, também é necessário relacionar o ecoturismo a temas como o consumo e a mercantilização da natureza, que culminam para que essa experiência perca seu caráter transformador e torne-se simplesmente mercadoria e espetáculo. Ademais, a EA possui diferentes vertentes de fundamentação e, assim, o ecoturismo pode basear-se em diferentes propostas educativas. A EA crítica, especificamente, apresenta-se como um projeto político-pedagógico que objetiva a formação de um sujeito (cons)ciente e capacitado a “ler e interpretar” o mundo ao seu redor, ou seja, o ambiente e as relações e conflitos inscritas nele. Dessa forma, como ação educativa, dedica-se a formação humana de um sujeito ecológico, um sujeito crítico que compreende o mundo e suas responsabilidades, assim como também age em respeito ao mundo. Então, estabelecidas as relações entre a EA e o ecoturismo buscou-se analisar se o ecoturismo como prática consciente na “natureza”, pode contribuir para a formação do sujeito ecológico fundamentado na EA crítica. Dessa maneira, tornou-se possível considerar a formação desse sujeito ecológico através da prática do ecoturismo apenas como uma “possibilidade”. Ressaltamos, então, que o caminho para essa formação precisa fundamentar-se na valorização da educação não-formal como parte legítima da formação educativa, buscando superar uma visão idealizada e superficial da natureza tanto na prática do ecoturismo, como na educação ambiental. Ecotourism, critical environmental education and ecological subject’s formation: convergences and challenges The “environmental issue” has taken the public scene and stimulated several debates regarding the human forms of relating with the so called natural world. The discommodity contemporary view relative to the troubled urban life has driven people to nurture a desire to “return to nature” and, for this reason, the travels to less altered natural environments has been sought and debated. Therefore, ecotourism has been gaining attention due to its proposal of allying visits to nature and education in order to go beyond a mere contemplative appreciation of the environment. Thus, ecotourism has aims at promoting ecological awareness supported by environmental education. However, it is necessary to associate the activity to topics such as consumption and trade of nature that result in the loss and transformation of the experience, turning the experience into mere merchandise and entertainment. Furthermore, environmental education is composed by different grounds of substantiation and, because of that, ecotourism practice can be based on a broad range of educational proposals. The critical environmental education presents itself as a political-pedagogical project that aims at the formation of an aware subject capable to “reads and interprets” the world around him, that is, the environment and the relations and conflicts contained in it. Therefore, as an educational action, it is dedicated to the human formation of an ecological subject, a critical being, that comprehends the world and his responsibilities as well as acts in respect to the planet. So, once established the relations between environmental education and ecotourism, we will assess whether ecotourism, as a conscious practice in “nature”, can contribute with the formation of an ecological being based on a critical environmental education. By this way, it was possible to consider the formation of this ecological subject through ecotourism only as a "possibility". In this paper, we emphasize that the way for this formation must be based on the valorization of non-formal education as a legitimate part of the individual’s formation, seeking to overcome an idealized and superficial vision of nature, both in ecotourism and in environmental education. KEYWORDS: Ecotourism; Critical Environmental Education; Ecological Subject.Universidade Federal de São Paulo2018-11-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/669710.34024/rbecotur.2018.v11.6697Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 11 n. 4 (2018): novembro/2018-janeiro/2019Brazilian Journal of Ecotourism; Vol. 11 No. 4 (2018): novembro/2018-janeiro/2019Revista Brasileña de Ecoturismo; Vol. 11 Núm. 4 (2018): novembro/2018-janeiro/20191983-9391reponame:Revista Brasileira de Ecoturismoinstname:Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)instacron:SBECOTURporhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6697/4273Freire, Patrícia Michelle OliveiraAlmeida, Fabiana Andrade Bernardesinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-09-24T13:55:10Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6697Revistahttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/indexPUBhttp://www.sbecotur.org.br/rbecotur/seer/index.php/ecoturismo/oai||zneiman@gmail.com1983-93911983-9391opendoar:2019-09-24T13:55:10Revista Brasileira de Ecoturismo - Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)false |
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