Trilha Chico Mendes: estratégias de ecoturismo associada a caminhada de longo curso e turismo de base comunitária na Reserva Extrativista Chico Mendes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Ecoturismo |
DOI: | 10.34024/rbecotur.2013.v6.6362 |
Texto Completo: | https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6362 |
Resumo: | O presente trabalho aborda o turismo em uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável no Estado do Acre na perspectiva turística, ambiental e sociocultural. Trata-se de um produto turístico em implantação na Reserva Extrativista Chico Mendes que tem como atividade principal a caminhada de longo curso típica do turismo de aventura, possibilitando outras atividades como a de ecoturismo e turismo de base comunitária com a capacidade de trazer conhecimentos ímpares aos visitantes. Nesse sentido, a Trilha Chico Mendes entra com a proposta de uma física de esforço e superação que promova conhecimentos sobre a história de criação das reservas extrativistas; o respeito ao ambiente natural preservado da floresta amazônica; a valorização dos saberes tradicionais dos povos extrativistas e lições de vida do homem em harmonia com a floresta, como diz Cavalcanti (2001, p. 72) “[...] a cultura e o saber 'do povo' são heterogêneos, abrindo-se num infinito leque de distintas formas de ser”, suscitando, em ambos (turistas e comunidade receptora) uma consciência ecológica e ambiental. Ela que tem quase 93 quilômetros de extensão, corta nove seringais e várias colocações de seringueiros e está estruturada em identificada em cinco etapas distintas, sendo que a primeira de 31 quilômetros pode ser percorrida em veículos off-road, de bike ou montarias (cavalo, boi ou charrete), três etapas e meia identificadas para a caminhada em si, em torno de 62 quilômetros (de 13 a 18 quilômetros) e finalizando com um trajeto fluvial de duas horas de navegação pelo piscoso e encantador rio Xapuri. O gran tour pela floresta amazônica tem seu ápice em Xapuri no Centro de Memória Chico Mendes. O produto turístico legitima a forma de iniciativas de turismo com base no desenvolvimento sustentável como diz Ruschmann (1997): O desenvolvimento sustentável das atrações turísticas deverá ocorrer em etapas [...] favorecendo o acompanhamento e o controle de sua evolução. Dessa forma, percorrer a trilha Chico Mendes é sem dúvida uma experiência incrível, os caminhantes percorrem a reserva em meio à floresta exuberante, com árvores gigantescas que proporcionam sombreamento aos caminhantes e a possibilidade de observar a fauna, a flora, ouvir o canto dos pássaros de várias espécies e outras curiosidades da floresta mostradas pelos condutores da comunidade que cuidam da segurança da equipe e apontam peculiaridades como modo de vida dos moradores, pegadas de animais, uso medicinal das plantas, as técnicas dos nativos para encontrar alimentos, ouvir seus “causos” de seringueiros no enfrentamento de onças, queixadas, macacos da noite e seres sobrenaturais e imaginários da floresta. A Trilha Chico Mendes apresenta um modelo alternativo de desenvolvimento turístico, baseado em vários princípios, dentre eles, a autogestão, o associativismo/cooperativismo, valorização cultural do lugar e comunidades locais beneficiadas como pressupõe (MTur, 2008), concordando Bursztyn et al., 2009 destaca que essa modalidade de turismo “busca respeitar as heranças culturais e as tradições locais, podendo servir de veículo para revigora-las e mesmo resgatá-las”. |
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