A alteridade indígena no poema épico de Anchieta
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) |
Texto Completo: | https://revista.classica.org.br/classica/article/view/284 |
Resumo: | No poema épico De Gestis Mendi de Saa, o Padre José de Anchieta considera os habitantes nativos do Brasil, as Brasilles gentes, como barbara gens, além de superba, crudelis, effrenis, atrox, indómita, dira e inhumana, entre outros muitos qualificativos, como justificativa para a ação catequética dos Jesuítas e para a dominação colonizadora do Governador Geral Mem de Sá. No espírito das Cruzadas, a Contra-Reforma opõe dois campos: de um lado, os católicos e civilizados europeus; de outro, os pagãos e rudes brasilíndios. Já na proposição, o poeta deixa claro seu intento: (Rex Christe), tua maxima facta / aggrediar versu memorare, ingentibus ausis: magna quíbus nuper tua mittere lumina virtus/inter barberiem coepit Brasillibus oris (v. 111-114) Herói divino, Cristo Rei, age através do herói humano - magnanimum heroem Mendum (v. 164) - cujos grandes feitos consistem em eruere e Stygio Brasilles cárcere mentes (v. 177). Os costumes exóticos dos indígenas, suas festas e danças, seus sacerdotes, crenças e ritos, seu modus vivendi, seu próprio habitat passam a formar um cenário, não apenas “bárbaro”, mas “diabólico e infernal”. Será essa demonização do índio e de seus costumes o cenário dessa primeira grande epopéia das Américas (1563), com 3135 versos vazados em Latim Clássico pelo grande Humanista Anchieta. |
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A alteridade indígena no poema épico de AnchietaNo poema épico De Gestis Mendi de Saa, o Padre José de Anchieta considera os habitantes nativos do Brasil, as Brasilles gentes, como barbara gens, além de superba, crudelis, effrenis, atrox, indómita, dira e inhumana, entre outros muitos qualificativos, como justificativa para a ação catequética dos Jesuítas e para a dominação colonizadora do Governador Geral Mem de Sá. No espírito das Cruzadas, a Contra-Reforma opõe dois campos: de um lado, os católicos e civilizados europeus; de outro, os pagãos e rudes brasilíndios. Já na proposição, o poeta deixa claro seu intento: (Rex Christe), tua maxima facta / aggrediar versu memorare, ingentibus ausis: magna quíbus nuper tua mittere lumina virtus/inter barberiem coepit Brasillibus oris (v. 111-114) Herói divino, Cristo Rei, age através do herói humano - magnanimum heroem Mendum (v. 164) - cujos grandes feitos consistem em eruere e Stygio Brasilles cárcere mentes (v. 177). Os costumes exóticos dos indígenas, suas festas e danças, seus sacerdotes, crenças e ritos, seu modus vivendi, seu próprio habitat passam a formar um cenário, não apenas “bárbaro”, mas “diabólico e infernal”. Será essa demonização do índio e de seus costumes o cenário dessa primeira grande epopéia das Américas (1563), com 3135 versos vazados em Latim Clássico pelo grande Humanista Anchieta.Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)2003-11-26info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revista.classica.org.br/classica/article/view/28410.24277/classica.v15i15/16.284Classica; Vol. 15 No. 15/16 (2003): (2002/2003); 249-257Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos; v. 15 n. 15/16 (2003): (2002/2003); 249-2572176-64360103-431610.24277/classica.v15i15/16reponame:Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)instname:Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)instacron:SBECporhttps://revista.classica.org.br/classica/article/view/284/244Copyright (c) 2014 João Bortolanzainfo:eu-repo/semantics/openAccessBortolanza, João2018-02-09T23:48:38Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/284Revistahttps://revista.classica.org.br/classicaPUBhttps://revista.classica.org.br/classica/oaieditor@classica.org.br||revistaclassica@classica.org.br2176-64360103-4316opendoar:2018-02-09T23:48:38Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) - Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)false |
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