A ‘Evidência’ (Enárgeia) na Ilíada segundo os escólios exegéticos (bT) em paralelo com as lições dos Retores do período helenístico e imperial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Gustavo Araújo de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)
Texto Completo: https://revista.classica.org.br/classica/article/view/840
Resumo: Os escólios bT da Ilíada abordam aspectos poéticos e retóricos do texto de Homero, sendo a maioria de suas lições derivada de estudiosos do final do período helenístico e início do período romano, que consolidavam o trabalho de críticos mais antigos. Assim, parecem em geral refletir uma terminologia crítica e pontos de vista do séc. I a.C. e dos dois primeiros séculos d.C. (Richardson, 1980, p. 265). De fato, os escólios bT absorveram uma concepção muito disseminada entre os que se interessaram pelo estilo de Homero nesse período: a “evidência” (ἐνάργεια). Esse conceito, que envolve a construção mental de uma imagem, provém de discussões filosóficas, e principalmente os estoicos, devido às suas pesquisas sobre a linguagem, tiveram uma grande influência entre os retores. Sendo assim, com o auxílio das informações de tratados de estilística dos períodos helenístico e imperial que abordaram aspectos da “evidência” em Homero – com destaque para os tratados Sobre o estilo de Demétrio e Sobre a composição de Dionísio de Halicarnasso –, além de outras informações em tratados menores de tropos e figuras e mesmo em lições gramaticais (como se lê nos escólios D), espero chegar a uma melhor compreensão acerca da concepção da “evidência” e de sua utilização na crítica estilística do poeta, de modo a verificar, afinal, os ecos dessa utilização nos chamados escólios exegéticos da Ilíada.
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