“Amizade” no Lísis
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) |
Texto Completo: | https://revista.classica.org.br/classica/article/view/145 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é interpretar a noção de philía (“amizade”), no Lísis, apontando a sua filiação nas noções de oikeîos (“afinidade”) e syngéneia (“congenitura”, “conaturalidade”: Men. 81b, passim). O diálogo é dominado pela incapacidade de caraterizar a relação da “afinidade” com a “semelhança” (hómoion: 222a-e). Se o primeiro amigo é o bom (220a), aquele que o deseja não pode ser semelhante, nem contrário a ele: se fosse semelhante, não teria motivo para o desejar; se fosse contrário, teria de o repelir. Debaixo da aporia, escondem-se os problemas da relação entre o bem e o mal e da contrariedade. O primeiro é resolvido no Timeu através do desdobramento da criação do cosmo vivo: enquanto a alma imortal é criada pelo demiurgo, as almas irrracionais e os corpos dos mortais são construídas pelos deuses criados (41a-d). O segundo é resolvido no Sofista pela reformulação do sentido da negativa, que passa a poder ser lida como alteridade, além de como contrariedade. Esta solução é antecipada materialmente no Lísis pela interposição de “o que não é bom nem mau” (218b-c) entre o bom e o mau, associada em diversos diálogos à concepção do mal como “ignorância” do bem (Ti. 86d-e; ver Sph. 228c; Ti. 86b-90d; ver R. 353e). |
id |
SBEC_be3cd1991e447c50b13ab4f06d72e9e5 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.emnuvens.com.br:article/145 |
network_acronym_str |
SBEC |
network_name_str |
Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
“Amizade” no LísisPlatãoDiálogosphilíaoikeîossyngéneia.O objetivo deste trabalho é interpretar a noção de philía (“amizade”), no Lísis, apontando a sua filiação nas noções de oikeîos (“afinidade”) e syngéneia (“congenitura”, “conaturalidade”: Men. 81b, passim). O diálogo é dominado pela incapacidade de caraterizar a relação da “afinidade” com a “semelhança” (hómoion: 222a-e). Se o primeiro amigo é o bom (220a), aquele que o deseja não pode ser semelhante, nem contrário a ele: se fosse semelhante, não teria motivo para o desejar; se fosse contrário, teria de o repelir. Debaixo da aporia, escondem-se os problemas da relação entre o bem e o mal e da contrariedade. O primeiro é resolvido no Timeu através do desdobramento da criação do cosmo vivo: enquanto a alma imortal é criada pelo demiurgo, as almas irrracionais e os corpos dos mortais são construídas pelos deuses criados (41a-d). O segundo é resolvido no Sofista pela reformulação do sentido da negativa, que passa a poder ser lida como alteridade, além de como contrariedade. Esta solução é antecipada materialmente no Lísis pela interposição de “o que não é bom nem mau” (218b-c) entre o bom e o mau, associada em diversos diálogos à concepção do mal como “ignorância” do bem (Ti. 86d-e; ver Sph. 228c; Ti. 86b-90d; ver R. 353e).Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)2007-12-02info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revista.classica.org.br/classica/article/view/14510.24277/classica.v20i2.145Classica; Vol. 20 No. 2 (2007); 202-211Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos; v. 20 n. 2 (2007); 202-2112176-64360103-431610.24277/classica.v20i2reponame:Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)instname:Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)instacron:SBECporhttps://revista.classica.org.br/classica/article/view/145/135Copyright (c) 2013 José Trindade Santosinfo:eu-repo/semantics/openAccessSantos, José Trindade2018-02-09T23:24:10Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/145Revistahttps://revista.classica.org.br/classicaPUBhttps://revista.classica.org.br/classica/oaieditor@classica.org.br||revistaclassica@classica.org.br2176-64360103-4316opendoar:2018-02-09T23:24:10Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) - Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
“Amizade” no Lísis |
title |
“Amizade” no Lísis |
spellingShingle |
“Amizade” no Lísis Santos, José Trindade Platão Diálogos philía oikeîos syngéneia. |
title_short |
“Amizade” no Lísis |
title_full |
“Amizade” no Lísis |
title_fullStr |
“Amizade” no Lísis |
title_full_unstemmed |
“Amizade” no Lísis |
title_sort |
“Amizade” no Lísis |
author |
Santos, José Trindade |
author_facet |
Santos, José Trindade |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Santos, José Trindade |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Platão Diálogos philía oikeîos syngéneia. |
topic |
Platão Diálogos philía oikeîos syngéneia. |
description |
O objetivo deste trabalho é interpretar a noção de philía (“amizade”), no Lísis, apontando a sua filiação nas noções de oikeîos (“afinidade”) e syngéneia (“congenitura”, “conaturalidade”: Men. 81b, passim). O diálogo é dominado pela incapacidade de caraterizar a relação da “afinidade” com a “semelhança” (hómoion: 222a-e). Se o primeiro amigo é o bom (220a), aquele que o deseja não pode ser semelhante, nem contrário a ele: se fosse semelhante, não teria motivo para o desejar; se fosse contrário, teria de o repelir. Debaixo da aporia, escondem-se os problemas da relação entre o bem e o mal e da contrariedade. O primeiro é resolvido no Timeu através do desdobramento da criação do cosmo vivo: enquanto a alma imortal é criada pelo demiurgo, as almas irrracionais e os corpos dos mortais são construídas pelos deuses criados (41a-d). O segundo é resolvido no Sofista pela reformulação do sentido da negativa, que passa a poder ser lida como alteridade, além de como contrariedade. Esta solução é antecipada materialmente no Lísis pela interposição de “o que não é bom nem mau” (218b-c) entre o bom e o mau, associada em diversos diálogos à concepção do mal como “ignorância” do bem (Ti. 86d-e; ver Sph. 228c; Ti. 86b-90d; ver R. 353e). |
publishDate |
2007 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2007-12-02 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://revista.classica.org.br/classica/article/view/145 10.24277/classica.v20i2.145 |
url |
https://revista.classica.org.br/classica/article/view/145 |
identifier_str_mv |
10.24277/classica.v20i2.145 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://revista.classica.org.br/classica/article/view/145/135 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2013 José Trindade Santos info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2013 José Trindade Santos |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) |
dc.source.none.fl_str_mv |
Classica; Vol. 20 No. 2 (2007); 202-211 Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos; v. 20 n. 2 (2007); 202-211 2176-6436 0103-4316 10.24277/classica.v20i2 reponame:Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) instname:Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) instacron:SBEC |
instname_str |
Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) |
instacron_str |
SBEC |
institution |
SBEC |
reponame_str |
Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) |
collection |
Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) - Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) |
repository.mail.fl_str_mv |
editor@classica.org.br||revistaclassica@classica.org.br |
_version_ |
1797239836745138176 |