Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cerqueira, Fábio Vergara
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)
Texto Completo: https://revista.classica.org.br/classica/article/view/336
Resumo: Este artigo tem por objetivo estudar a iconogra­fia funerária registrada sobre a cerâmica ática, e, em especial, a produção do que chamamos fase intermediária (510 – 450a.C.), que tem despertado menos atenção dos estudiosos, mais voltados à compreensão do período anterior, dos alabas­tros e lutróforos de figuras negras do século VI, precipuamen­te com cenas de “velório”, ou do período posterior, dos lécitos brancos prolícromos com cena de visita ao túmulo. Aponto que, através de abordagens mitológicas, de Musas, Sereias e Eros, esta fase, que durou de duas a três gerações de pintores, apresenta uma unidade cultural, no sentido da emergência de visões alternativas da morte, ao retirar a atenção dos rituais da pólis e da família. É neste contexto que se destaca a ico­nografia destes personagens mitológicos, cuja ligação com a música determina a sua ligação com a morte. A ambivalência das Sereias corresponde a uma ambiguidade das concepções de morte que lhes eram relacionadas, oscilando entre uma vi­são ctônica, temível, no mundo inferior, e uma visão celestial, de bem-aventurança, num mundo superior. A “pitagorização” da iconografia das Sereias, como musicistas tocando lýra ou aulós, corresponde a uma expectativa mais positiva do além­-túmulo, sob a proteção das divindades musicais.  
id SBEC_c560064dba6777fb7cf76e91b26e758e
oai_identifier_str oai:ojs.emnuvens.com.br:article/336
network_acronym_str SBEC
network_name_str Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)
repository_id_str
spelling Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodizaçãoGrécia antigaMorteIconografia funeráriaMitologiaCerâmica.Este artigo tem por objetivo estudar a iconogra­fia funerária registrada sobre a cerâmica ática, e, em especial, a produção do que chamamos fase intermediária (510 – 450a.C.), que tem despertado menos atenção dos estudiosos, mais voltados à compreensão do período anterior, dos alabas­tros e lutróforos de figuras negras do século VI, precipuamen­te com cenas de “velório”, ou do período posterior, dos lécitos brancos prolícromos com cena de visita ao túmulo. Aponto que, através de abordagens mitológicas, de Musas, Sereias e Eros, esta fase, que durou de duas a três gerações de pintores, apresenta uma unidade cultural, no sentido da emergência de visões alternativas da morte, ao retirar a atenção dos rituais da pólis e da família. É neste contexto que se destaca a ico­nografia destes personagens mitológicos, cuja ligação com a música determina a sua ligação com a morte. A ambivalência das Sereias corresponde a uma ambiguidade das concepções de morte que lhes eram relacionadas, oscilando entre uma vi­são ctônica, temível, no mundo inferior, e uma visão celestial, de bem-aventurança, num mundo superior. A “pitagorização” da iconografia das Sereias, como musicistas tocando lýra ou aulós, corresponde a uma expectativa mais positiva do além­-túmulo, sob a proteção das divindades musicais.  Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)2014-11-03info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revista.classica.org.br/classica/article/view/33610.24277/classica.v27i1.336Classica; Vol. 27 No. 1 (2014); 83-128Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos; v. 27 n. 1 (2014); 83-1282176-64360103-431610.24277/classica.v27i1reponame:Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)instname:Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)instacron:SBECporhttps://revista.classica.org.br/classica/article/view/336/276Copyright (c) 2015 Fábio Vergara Cerqueirainfo:eu-repo/semantics/openAccessCerqueira, Fábio Vergara2018-02-08T21:27:00Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/336Revistahttps://revista.classica.org.br/classicaPUBhttps://revista.classica.org.br/classica/oaieditor@classica.org.br||revistaclassica@classica.org.br2176-64360103-4316opendoar:2018-02-08T21:27Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) - Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)false
dc.title.none.fl_str_mv Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização
title Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização
spellingShingle Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização
Cerqueira, Fábio Vergara
Grécia antiga
Morte
Iconografia funerária
Mitologia
Cerâmica.
title_short Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização
title_full Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização
title_fullStr Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização
title_full_unstemmed Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização
title_sort Abordagens mitológicas na iconografia funerária da cerâmica ática (510-450 A.C.): repensando a periodização
author Cerqueira, Fábio Vergara
author_facet Cerqueira, Fábio Vergara
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cerqueira, Fábio Vergara
dc.subject.por.fl_str_mv Grécia antiga
Morte
Iconografia funerária
Mitologia
Cerâmica.
topic Grécia antiga
Morte
Iconografia funerária
Mitologia
Cerâmica.
description Este artigo tem por objetivo estudar a iconogra­fia funerária registrada sobre a cerâmica ática, e, em especial, a produção do que chamamos fase intermediária (510 – 450a.C.), que tem despertado menos atenção dos estudiosos, mais voltados à compreensão do período anterior, dos alabas­tros e lutróforos de figuras negras do século VI, precipuamen­te com cenas de “velório”, ou do período posterior, dos lécitos brancos prolícromos com cena de visita ao túmulo. Aponto que, através de abordagens mitológicas, de Musas, Sereias e Eros, esta fase, que durou de duas a três gerações de pintores, apresenta uma unidade cultural, no sentido da emergência de visões alternativas da morte, ao retirar a atenção dos rituais da pólis e da família. É neste contexto que se destaca a ico­nografia destes personagens mitológicos, cuja ligação com a música determina a sua ligação com a morte. A ambivalência das Sereias corresponde a uma ambiguidade das concepções de morte que lhes eram relacionadas, oscilando entre uma vi­são ctônica, temível, no mundo inferior, e uma visão celestial, de bem-aventurança, num mundo superior. A “pitagorização” da iconografia das Sereias, como musicistas tocando lýra ou aulós, corresponde a uma expectativa mais positiva do além­-túmulo, sob a proteção das divindades musicais.  
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-11-03
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revista.classica.org.br/classica/article/view/336
10.24277/classica.v27i1.336
url https://revista.classica.org.br/classica/article/view/336
identifier_str_mv 10.24277/classica.v27i1.336
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revista.classica.org.br/classica/article/view/336/276
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2015 Fábio Vergara Cerqueira
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2015 Fábio Vergara Cerqueira
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)
dc.source.none.fl_str_mv Classica; Vol. 27 No. 1 (2014); 83-128
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos; v. 27 n. 1 (2014); 83-128
2176-6436
0103-4316
10.24277/classica.v27i1
reponame:Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)
instname:Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)
instacron:SBEC
instname_str Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)
instacron_str SBEC
institution SBEC
reponame_str Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)
collection Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online)
repository.name.fl_str_mv Classica (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Online) - Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)
repository.mail.fl_str_mv editor@classica.org.br||revistaclassica@classica.org.br
_version_ 1797239837309272064