Avaliação do risco cardiovascular segundo os critérios de Framingham em pacientes com diabetes tipo 2

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira,Dhiãnah S.
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Tannus,Lucianne R.M., Matheus,Alessandra S.M., Corrêa,Fernanda H., Cobas,Roberta, Cunha,Edna F. da, Gomes,Marília B.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302007000200015
Resumo: OBJETIVO: Avaliar o risco cardiovascular (RCV) em pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) de acordo com os critérios de Framingham, e sua associação com outros fatores não incluídos no escore de Framingham. DESENHO DO ESTUDO E MÉTODOS: Foram avaliados, em corte transverso, 333 pacientes DM2 (215 do sexo feminino) com média de idade de 59,6 ± 9,7 anos, acompanhados no Serviço de Diabetes e Metabologia do HUPE no período de março de 2004 a fevereiro de 2005. A duração conhecida do diabetes foi de 12 (0 a 43) anos. Foi aplicado o escore de Framingham em todos os pacientes para determinação do risco de morte por doença coronariana. Os pacientes foram estratificados em grupos quanto ao RCV em 10 anos: < 20% e > 20% de probabilidade de apresentar um evento CV. RESULTADOS: O RCV, em 10 anos na amostra estudada, foi de 18,7 ± 10,8%, sendo maior no sexo masculino do que no feminino [20% (2­53) vs. 15% (1­27), p< 0,001]. A prevalência de risco > 20% do escore de Framingham foi maior no sexo masculino (55,1%) do que no feminino (38,6%) (p= 0,003). O RCV foi correlacionado à duração conhecida do DM, níveis de triglicerídeos (TGs), creatinina, glicemia pós-prandial e circunferência abdominal (CA). Houve associação do RCV com a CA, pela classificação da IDF (International Diabetes Federation) (p< 0,001) e Organização Mundial de Saúde (OMS) (p= 0,003). Na regressão múltipla em stepwise, encontramos correlação significativa e independente do RCV com as seguintes variáveis: sexo masculino, duração conhecida do DM, creatinina plasmática, CA e TGs (p< 0,001). CONCLUSÕES: A população diabética estudada apresentou alto risco para eventos cardiovasculares segundo os critérios de Framingham, principalmente os pacientes do sexo masculino. Considerando-se o elevado custo das investigações cardiológicas para o sistema de saúde público, estudos posteriores poderão ratificar se a aplicação rotineira deste escore, prático e não-invasivo, permitiria um melhor direcionamento na solicitação destas investigações. Isto poderia resultar na adoção de medidas de intervenção mais precoces e intensivas nos pacientes, no sentido de reduzir ou controlar o risco coronariano.
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